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Enquanto Sirius sai, Severus fica sozinho com Lupin, seus olhos rastreando seu amante até que ele desaparece na esquina.

“Severus,” Lupin é o primeiro a falar, seu olhar fixo na direção em que Sirius acabou de se afastar, segurando Teddy perto de seu corpo. “Eu disse algo errado?” ele pergunta, preocupado.

Severus passa a mão pelo rosto, balançando a cabeça lentamente. “Não, você não fez isso,” ele diz calmamente, mas seus olhos permanecem focados no espaço que Sirius ocupou há pouco. “Ele está preocupado em não conseguir ser padrinho mais uma vez. Ele teve outro episódio há alguns dias”, diz abruptamente, porque não adianta esconder. Ele ouve o suspiro que escapa da garganta de Remus e franze a testa ligeiramente. “Ele me proibiu especificamente de contar a alguém, então, por favor, fique surpreso se ele tocar no assunto”, acrescenta secamente, olhando-o com cautela pelo canto do olho. “Mas durou um dia inteiro e... bem, ele está preocupado com o que isso pode significar. Nós dois estamos."

“Porra, é por isso…” o lobisomem sussurra, parecendo pálido e preocupado. "Merlin, não sei o que dizer, só... não pensei..."

Abrindo os lábios, Severus encolhe os ombros, suas mãos se fechando discretamente em punhos. “Ele não quer preocupar ninguém ou estragar seu aniversário. É por isso que ele não te contou."

Teddy começa a choramingar mais uma vez, percebendo a tensão de seu pai, e Lupin o silencia suavemente. Sem tirar os olhos do filho, ele começa a murmurar.

“E… Como você está lidando?” ele sussurra, finalmente erguendo o olhar para Severus. “Imagino que você esteja ocluindo sua mente pra caramba, não é?”

Abrindo e fechando a boca várias vezes, Severus segura seu olhar. “Eu…” ele para, sua boca seca com as palavras.

Ele não está indo muito bem, está? Lupin não está muito longe disso. Não pensar nisso e se enterrar em trabalho e pesquisa tem ajudado; ocluir — ou se anestesiar até o esquecimento — como o outro homem disse, tem ajudado também. Pelo menos é melhor do que o pensamento assustador e afundante de ver como Sirius está, de fato, desaparecendo lentamente.

“Sinto muito,” Lupin acrescenta imediatamente, suspirando. “Isso foi cruel da minha parte. Estou apenas... frustrado. Sinto que vou perder meu melhor amigo de novo e não sei... como lidar com isso.”

Severus sente suas próprias unhas cravando-se nas palmas de suas mãos até doerem, seu lábio se curvando levemente. "Não acho que descontar em mim vá ajudar", ele sibila, porque, droga, essa doeu, e ele não ia permitir que Lupin falasse com ele daquele jeito, especialmente agora que ele está começando a gostar dele levemente.

“Você está certo... Sinto muito,” o homem se desculpa novamente, sua expressão tão triste que Severus desvia o olhar.

“Está tudo bem,” Severus diz secamente. “Estamos todos um pouco nervosos, eu acho,” ele finalmente suspira. “Eu vou falar com ele.”

“É…” Lupin suspira, então beija Teddy na testa. “Vamos devolver isso para Severus. Ele vai procurar o tio Siri, certo?” ele diz suavemente para a criança, que começa a protestar e agarrar a capa com seus pequenos punhos.

"Deixe-o ficar com ele," Severus diz enquanto passa por Remus, olhando para ele por cima do ombro. “E, para que conste, estou planejando garantir que seu filhote tenha um padrinho”, ele sussurra antes de caminhar rapidamente atrás de seu amante.

Lupin fica ali por um longo momento, então ri baixinho, virando o olhar para o filho. “E o que você acha do seu tio Sev, hein?” ele pergunta baixinho.

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Severus anda rapidamente, mãos enfiadas nos bolsos, invocando um feitiço de aquecimento para compensar a ausência de sua capa. Conforme ele se aproxima da entrada do jardim, a figura de Sirius entra em cena, encolhida sobre a cerca, visivelmente tremendo. Soltando um suspiro resignado, Severus extrai sua varinha e lança outro feitiço para aliviar o frio de Sirius.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora