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Enquanto Severus corre para as profundezas da floresta, ele sabe que não tem tempo para encontrar Hagrid ou Firenze para ajudá-lo a encontrar um unicórnio. Por alguma razão, ele não está preocupado com isso – algo dentro de si lhe diz que ele o encontrará não importa o que aconteça, uma rara determinação vinda do desejo desesperado de ajudar seu parceiro.

Saltando sobre raízes e troncos, ele se move rapidamente, sua varinha iluminada por um Lumos que ele nem se lembra de ter lançado. Mesmo que ainda haja luz do dia filtrando através das copas das árvores, a floresta continua tão escura e assustadora como sempre.

Ele ouve sons ao seu redor — galhos quebrando, farfalhar de folhagens, o murmúrio suave de um riacho próximo. Ele se pergunta se alguém tropeça em um unicórnio ou se o unicórnio, de fato, procura você. Independentemente disso, ele espera que, de qualquer forma, isso aconteça.

Ele para em uma pequena clareira, ofegando pesadamente, mãos apoiadas nos joelhos. A corrida implacável da enfermaria deixou seus pulmões em chamas, mas nada queima tanto quanto as palavras de Potter.

Ele realmente estragou a poção? Ele tem tentado incansavelmente recriá-la, e até agora está convencido de que seguiu meticulosamente cada instrução amaldiçoada daquele livro. Mas a possibilidade está lá, atormentando-o.

Ele sabe que a solução pode estar escondida naquela fórmula, se ele puder apenas ajustá-la, modificá-la para persuadir a alma de Sirius de volta ao seu devido lugar. Mas a poção é a mais complicada que ele já viu, e pela primeira vez na vida, ele se sente perdido em sua própria disciplina.

Guiado pelo instinto, Severus tropeça até se encostar em uma árvore, sua testa pressionada contra sua casca fria e áspera. Bem no fundo da floresta agora, ele se lembra de Hagrid mencionando um ninho de unicórnio em uma de suas conversas na sala dos professores, e ele sabe que deve estar perto agora.

Severus fecha os olhos e tenta se lembrar. O homem disse algo como um riacho, algo como um riacho - e ele espera que seja aquele em que ele está - e então algo como um... aglomerado de árvores?

Abrindo os olhos, ele endireita sua postura. Ele não tem tempo; ele precisa agir agora. Examinando os arredores, ele ouve o riacho e, estreitando os olhos, começa a caminhar naquela direção. Por um tempo, ele continua vendo a mesma paisagem de árvores e arbustos, mas então finalmente chega a outra clareira.

Diante dele está um arco formado por duas árvores inclinadas, o chão abaixo adornado com um tapete de folhas e restos de frutas meio comidas. Um gole fica preso na garganta de Severus — deve ser isso, ele conseguiu encontrar.

Ele avança com cautela, os olhos fixos no chão, onde inconfundíveis pegadas de cascos mancham a lama. Curvando-se para inspecionar mais de perto, ele percebe que deve ser o ninho, mas está vazio.

"Porra", ele xinga, permitindo-se cair de joelhos.

A possibilidade não lhe passou pela cabeça. Ele esteve tão focado em encontrar o ninho que não previu a chance de os unicórnios não estarem lá.

Agora, ele não tem tempo para rastrear toda a floresta e, mesmo que tivesse tempo, a perspectiva de encontrar um unicórnio sozinho era, na melhor das hipóteses, incerta. Severus deixa a cabeça cair, o cabelo escuro obscurecendo seu rosto enquanto suas mãos pressionam o solo coberto de musgo em um gesto de desespero.

Se ao menos o vira-lata estivesse lá com ele, ele poderia ajudá-lo a rastrear uma das criaturas, e Severus nunca sentiu um arrependimento tão profundo por não ser um animago; naquele momento, isso poderia ter feito toda a diferença.

“Por favor…” ele sussurra no silêncio, sua voz tremendo de angústia. “Por favor… Se você estiver aí… Eu preciso de ajuda,” ele choraminga.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora