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    POV Freen


Sim, eu resolvi me abrir com a Rebecca, porque eu sinto que devo isso a ela e sei que preciso desabafar com alguém de fora. Eu não aguento ouvir mais os meus pais dizendo sempre as mesmas coisas, eles não conseguem me fazer se sentir bem e acho que conversando com a cowgirl vai me deixar melhor, suas opiniões é diferente e ela faz o máximo para me compreender. Eu sou uma pessoa difícil de se entender, a minha depressão só me faz piorar e é por isso que não tenho muitas pessoas perto de mim, mas eu tenho a sorte de ter uma família maravilhosa e amigas verdadeiras.

Olho para a garota da minha frente que não tinha expressão nenhuma, sua boca ficou entre-aberta e soltou um longo suspiro, me encolhi diante de seus olhos. Rebecca ficou em silêncio, apenas se movimentou, ela pegou a minha mão e me puxou para perto de uma enorme árvore que faz uma bela sombra, a mesma se sentou no gramado verdinha e eu repeti seus atos ficando de frente pra ela.

- Você tem certeza? –  questionou evidentemente preocupada – Não quero que se sinta forçada a fazer isso.

- Eu quero fazer isso – senti minhas mãos tremendo – Eu preciso fazer.

- Sabe que não me deve satisfações, né?

- Eu sei Bebec, mas eu quero te contar o que houve porque quero desabafar – falo em um tom calmo, tentando controlar as emoções.

- Tudo bem –  me olhou carinhosamente – Pode começar quando quiser.

- Certo – respiro bem fundo antes de começar – Eu conheci um cara, ele se chama Seng Wichai, ele frequentava muito o restaurante do meu pai e assim criamos uma espécie de amizade até que começamos a namorar – sinto as lembranças começando a me invadir – Não enrolamos muito no namoro, eu sentia um amor intenso por ele e então engatamos em um noivado, foi o melhor dia da minha vida quando o Seng me pediu em casamento.

- Continua –  pediu quando eu dei uma parada.

- Também não enrolamos no noivado, ele dizia que me amava e que o tempo é curto de mais para ficarmos apenas enrolando – senti uma lágrima quente descer por minha bochecha – Eu concordei porque eu o amava tanto que faria qualquer coisa por ele, então o dia do casamento chegou...

- Tem certeza que quer continuar? –  esticou a sua mão para limpar a lágrima que descia por minha bochecha.

- S-sim – gaguejo, um bolo de choro estava preso em minha garganta – E-eu me aprontei para o meu casamento, faltava poucos minutos e quando cheguei na igreja, lá estava ele com um lindo terno e nervoso.

- Nervoso?

- I-isso...

Eu não conseguir terminar porque o choro me invadiu rapidamente, despejei as lágrimas que eu estava tentando segurar e um soluço escapuliu pelos meus lábios, Rebecca rapidamente rodeou seus braços em minha volta e me abraçou com força. Deito a minha cabeça em seu ombro enquanto chorava como um bebê, as lágrimas desciam incontáveis vezes e banhava a blusa da branquela que me apertava, ouvi seus murmúrios carinhosos "está tudo bem", é o que ela repetia.

- E-eu percebi o quão nervoso o Seng estava, mas se recusou a contar o motivo disso – me afasto para encarar seus olhos verdes, sem brilho dessa vez – Eu disse um último "eu te amo" a ele e foi então que tudo aconteceu na hora que eu padre fez aquela famosa pergunta.

- Você não precisa continuar, Darling –  segurou minhas duas mãos – Você está sofrendo o bastante.

- E-eu preciso continuar – trago saliva – Ele recusou quando o padre fez a pergunta, deixou todos os convidados em pânico, principalmente eu – nesse momento eu enxergava tudo embaçado pelas lágrimas – Ele disse que não me amava.

- Que filho da puta –  xingou, apertando minhas mãos.

- Um tiro doeria menos – abaixo a minha cabeça – Ele abandonou a igreja sem dizer mais nada.

- D-darling, eu sinto muito – ela tinha a voz carregada de emoção amarga pelo meu sentimento – Você não merecia isso.

- Sabe Bebec, eu sou uma pessoa tão patética que ninguém quer me amar – fungo – Seng me abandonou por não gostar mais de mim, o que eu fiz para merecer isso?

- Você não tem culpa, ele que é patético –  envolveu meu rosto com suas mãos macias – Seng é um puta babaca que não pensou no seu sofrimento, agora por culpa dele, você tem depressão.

- E-eu só queria mais respostas, eu sou uma pessoa ruim? – perguntei, meu coração batia aceleradamente e eu sentia que a qualquer momento eu poderia ter uma crise.

- De forma alguma Darling, você é uma pessoa maravilhosa e incrível –  alisou minha bochecha esquerda – Eu nunca encontrei alguém tão fascinante como você.

- Você está mentindo.

- Eu não estou, confia em mim.

- Eu confio – me levanto rapidamente – O problema sou eu Rebecca, eu sou um lixo.

Foi então que a crise se iniciou, minha cabeça parecia ter dado 360 graus e tudo ficou distorcido. Vou até o tronco da árvore enorme e bato a minha cabeça nela, eu soltava todos tipos de maldição sobre mim, deixando claro o que eu acho de mim. As lágrimas tamparam a minha visão, tudo parecia um borrão a minha frente, meu corpo tremia freneticamente, eu fazia as ações automaticamente e não conseguia controla-la. Até que sinto braços fortes rodeando a minha cintura.

- Ei, sh... – Rebecca me virou e me puxou para o seu peito onde descansei a minha cabeça – Não faça isso – fiquei em silêncio – Seu rosto é muito bonito para ter uma marca – inspirei e expirei diversas vezes para me controlar, eu não estava entendo porque consegui me acalmar tão rápido em seus braços – Você está bem?

- Me desculpa – agarro a sua blusa amassada, começo a chorar desesperadamente – M-me desculpa Bebec, n-não se afaste de mim.

- Ei, está tudo bem.

- M-me perdoa – meu corpo todo tremia por conta do choro forte – E-eu...

- Olhe para mim, Darling –  pediu, levantei o meu rosto para encara-la, um lindo sorriso brincava em seus lábios – Se acalme, está tudo bem, eu não vou me afastar de você.

- E-eu tive uma crise e...

- Hey, eu não vou me afastar de você por conta disso –  afagou minhas costas, aos poucos o choro ia passando e a minha respiração voltava ao normal – Só confia em mim.

- E-eu confio – planto um beijo demorado e carinhoso em sua bochecha branquinha – Obrigada.

- Pelo que?

- Por tudo Bebec, você me ouviu desabafar e ainda conseguiu amenizar a minha crise – sorrio fraco.

- Saiba que estou do seu lado – deixou um beijo na minha testa, meu sorriso se alargou com esse ato – Agora vou te dar um copo de água, vamos.

- Vamos – me senti protegida em seus braços, um carinho imenso cresceu dentro de mim pela Rebecca, eu nunca senti algo do tipo com outra pessoa, nem mesmo pelo Seng.





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Becky aos poucos vai conquistando a Sarochinha ❤

Tell Me You Love Me { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora