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     POV Freen


Ficamos em minha casa até de noite, passamos o resto da tarde namorando no sofá da sala, é tão bom matar a saudade e se sentir em paz, é como se um peso saísse de dentro de mim. Quando deu oito horas da noite, resolvemos ir para o restaurante dos meus pais. Becky dirigiu com calma e com uma mão em minha coxa, ela está extremamente carinhosa e estou adorando esse mimo todo, acho que precisamos brigar mais vezes para eu sempre receber esses carinhos, mentira, quero não. Odeio brigar com a minha namorada, sei que é normal o casal brigar mas é bom evitar.

Assim que chegamos no restaurante, as pessoas nos olhavam com curiosidade, por eu ser filha do dono e por eu estar de mãos dadas com uma linda mulher, as pessoas sabiam que eu namorava com a Becky, porém sempre nos olhavam quando chegávamos. Cumprimentamos os meus pais que estavam no fundo conversando com um cliente e partimos para uma mesa afastada das pessoas.

- Você está linda – Becky me elogiou.

- Que isso Bebec, estou normal – sinto as minhas bochechas pegando fogo.

- Você é linda de qualquer jeito – ela pegou em minha mão que estava em cima da mesa e deu um beijo casto.

- Você também é linda, muito linda.

- Olha só o casal mais gay do universo – Charlotte se aproximou com um bloco de notas em mãos.

- Você está igual a sua namorada – reviro os olhos – Trabalhe mais e fale menos.

- Ui patroa, você está muito folgada, deveria estar trabalhando hoje – Charlotte resmungou.

- Hoje é o meu dia de folga – mando um beijo no ar para ela.

- Tanto faz, o que vão querer?

- Elas querem sexo selvagem – Faye se intrometeu – Olá meninas.

- Sai daqui idiota – Becky a empurra – Char, eu vou querer Yakisoba

- Eu também – peço o mesmo que o da minha namorada.

- Vão querer tomar alguma coisa? – Faye indagou, Charlotte a fuzilou com os olhos – Sai daqui verme, vai lá preparar os pedidos desse casal fedorento.

- Ridícula – Charlotte a empurrou e saiu com os nossos pedidos.

- Apenas um suco de maracujá, está bom para você meu amor? – Becky sorriu lindamente para mim.

- Perfeito! 

- Vou lá preparar, viadas.

Becky e eu engatamos em uma conversa animada sobre qualquer coisa, Nam se ajuntou na mesa por alguns minutos antes de atender um cliente que chegou, Yoko nos passou para nos cumprimentar mas logo se retirou. Minha namorada brincava com a minha mão, ora deixava um beijo, ora entrelaçava nossos dedos. Normani voltou com dois pratos dos nossos pedidos e colocou na mesa, Faye veio em seguida com uma jarra de suco natural de maracujá e dois copos grandes.

- Isso está uma delicia – Becky comentou após levar o Yakisoba até a boca.

- Realmente – levo uma garfada cheia até a minha boca e faço um som aprovando.

- Amor –  me chamou, fiz um som nasal para ela continuar – Antes disso tudo acontecer em sua vida – se referiu ao meu passado turbulento – Com o que você sonhava?

- Eu sempre quis me casar, desde pequena eu dizia que queria fazer igual no conto de fadas, casar com o príncipe e viver feliz para sempre – contei, beberico o suco de maracujá – Mas todo o meu conto de fada, foi estragado por um homem.

- Por isso que eu sempre fui do vale –  riu, acabei rindo junto.

- Você não vale nada – bato em sua mão.

- Você não sonha mais em se casar? – retornou ao sonho de casamento.

- Ah Bec, é complicado – suspiro, termino de comer a minha comida e empurro o prato – Você sabe.

- Mas amor, você sabe que eu nunca te abandonaria no altar.

- Mas eu tenho um trauma, é como se algo me segurasse – deixo os meus ombros caírem.

- Você tem que enfrentar o seu medo –  voltou a agarrar a minha mão.

- Não sei porque você insiste tanto com esse assunto.

- Me escuta –  segurou em meu queixo – Eu quero me casar com você, eu te amo e isso é o suficiente.

- Eu não sei se quero isso – mordo o meu lábio – Desculpa! 

- Está tudo bem –  olhou para um lado e depois fitou meus olhos – De boa.

- Eu sei que ficou chateada.

- Amor, eu já disse que está tudo bem, não vou te forçar a nada –  sorriu fraco.

- Eu gostaria muito de me casar com você.

- É, eu também gostaria de ter você como minha.

Me estico sobre a mesa e alcanço seus lábios irresistíveis, iniciamos um beijo lento onde tentei transmitir o amor que eu sinto por ela, não quero que a minha namorada fique chateada comigo. Eu realmente quero me casar com a Becky, mas tenho medo de não conseguir entrar em uma igreja, eu preciso vencer os meus medos, porque sei que vou ser feliz estando casada com ela. Esse é o meu sonho e sei que no fundo, ainda tenho esperança de me casar. Separamos as nossas e demos um pequenos selinho, sorrimos ao mesmo tempo.

- Amor – a chamo e dessa vez é ela que faz um som nasal para eu continuar – Eu preciso vencer o meu medo.

- Como assim?

- Eu preciso enfrenta-lo, não posso mais ficar tendo mais crises ou medo – me encolho na cadeira – Eu tomei uma decisão.

- Qual meu amor?

- Para eu me livrar desse passado, eu preciso enfrentar o Seng – declarei.

- O quê? –  arregalou os olhos.

- Eu não posso deixar que ele chegue e jogue na minha cara que está muito bem casado, como se não precisasse de mim – cuspi as palavras – Eu vou bater de frente para ele, firme e sem nenhuma crise.

- Isso é sério amor?

- Claro que é sério, mas para isso – faço uma pequena pausa – Preciso de você ao meu lado.

- Onde mais eu estaria? Eu sempre vou estar ao seu lado –  se esticou e me deu um selinho longo – Eu te amo.

- Eu também te amo – sorri largamente – Podemos ir embora?

- Claro amor, estou tão orgulhosa de você.

Nos levantamos e entrelaçamos nossas mãos, apenas acenamos para as nossas amigas que fizeram gestos obscenos, saímos do restaurante com um enorme sorriso no rosto. Becky balançava nossas mãos para frente e para trás, um ato infantil porem adorável. O carro está um pouco longe de nós, por não ter vaga por perto, andar um pouco não faz mal. Becky parou abruptamente e segurou em meus ombros.

- Você realmente quer enfrenta-lo? –  perguntou, ela parecia assustada.

- Claro que quero amor – assinto várias vezes – Porque?

- A hora é agora –  apontou com a cabeça, virei o meu rosto e me deparei com o Seng andando despreocupadamente.

- Jesus!

- Oi, Freen – ele abriu um sorriso ao me ver, meu corpo todo tremeu ao vê-lo de perto.





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Será que Freen conseguirá enfrentar seu passado? 

Tell Me You Love Me { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora