77

387 86 2
                                    


      POV Freen


Eu esperava pacientemente na sala de espera da clinica, Anthony está em meus braços praticamente dormindo, as vezes cochilava e acordava todo resmungão por algum bebê estar chorando alto. Becky está sentada ao meu lado, completamente calada e com os olhos vidrados na TV que tem na parede, Harmony está morrendo de sono já que acordamos cedo para virmos a clinica. Ela não parecia estar animada, obvio, quem estaria animada em um hospital? Mas temos que estar aqui para que o câncer não se espalhe mais pelas células. Senti a mãozinha de Anthony em meu peito, olho para baixo vendo o pequeno com os olhos piscando lentamente e saiu um bocejo de sua boca.

Sorri com o seu jeito manhoso, mas esse pequeno é dorminhoco mesmo, Anthony apertou o meu peito e na mesma hora removi sua mãozinha, o que não adiantou muito. Meu filho voltou a colocar a mão em meu seio e ficou lá pousada, não dei muita importância para isso, talvez ele tenha essa mania quando morava com a mãe biológica. Vasculho a bolsa que eu trouxe especialmente para ele, tiro de lá uma chupeta e enfio em sua boca, o mesmo começou a suga-la freneticamente.

- Meu Deus, que menino mais lindo desse mundo – beijo a sua testinha – Que tal dormir?

- Ele não vai dormir nem tão cedo – Becky murmurou com os olhos ainda na TV.

- Mas a cara dele indica que ira apagar daqui a pouco – prendo o risinho ao olhar para o meu filho.

- Já estou vendo que o Anthony está cheio de energias hoje – Becky finalmente parou de ver a TV e fitou o nosso filho – Oi meu amor.

- Esse curioso, está prestando atenção em nossa conversa – acuso o pequeno, ele me olhou todo sapeca e apertou o meu seio – Ei!

- Não pode fazer isso, príncipe – Becky repreendeu – Só a mamãe pode pegar ai e dar umas boas apalpadas.

- Amor! – arregalo os olhos – Não fale essas coisas perto dos nossos filhos.

- Foi mal – deu de ombros.

- Mama – Harmony me chamou, a olho – Vai demorar muito?

- Não meu amor – respondo esticando a minha mão para pegar a sua – É que hoje tem bastante crianças para serem atendidas, mas não vai demorar.

- Estou com soninho – Harmony coçou os olhos.

- Daqui a pouco é a nossa vez de entrar – Becky a puxou para seus braços e beijou o topo de sua cabeça – Vai ficar tudo bem.

- Quer tomar água? – pergunto e a mesma nega com a cabeça.

- Harmony Chankimha Armstrong.

Assim que a recepcionista chamou o nome de minha filha, rapidamente nos levantamos e nos ajeitamos antes de irmos para dentro do consultório em que a Harmony será atendida. Assim que entramos, Becky fechou a porta por ser a última a entrar, sento na cadeira e a Becky senta na outra ao meu lado tendo a nossa filha em seu colo. O doutor ajeitou o óculos no rosto com um sorriso muito simpático, ele tem cabelos grisalhos, parecia ter um peitoral até que definido para a idade dele e alguns músculos. É bonito.

- Olá – o doutor sorriu – Sou o Johnson.

- Oi – o cumprimento com um aperto de mão – Sou Freen, essa é a minha noiva Rebecca e esse são meus filhos, Anthony e Harmony.

- Uma linda família.

- Obrigada – Becky agradeceu apertando a nossa princesa em seus braços.

- Bom, vamos começar – o doutor se ajeitou em sua cadeira – Harmony, como tem se sentido ultimamente?

- Normal – Harmony respondeu tímida – Quer dizer...não tão normal.

- Explique-se.

- Hum – Harmony me olhou como se tivesse pedindo ajuda, beijo a sua bochecha a encorajando – E-eu tenho ficado cansada.

- Você vai na escolinha, certo? – Johnson indagou, a pequena assentiu timidamente – Lá você brinca?

- Sim mas...não muito porque fico cansada.

- Harmony sempre está reclamando do cansaço quando está brincando – Becky contou – Dissemos a ela que é por conta do câncer.

- Exatamente – o doutor entrelaçou os dedos – O câncer acaba fazendo isso com a pessoa e ainda pode sentir dores musculares.

- É, eu também sinto – Harmony se encolheu no colo da minha noiva.

- Freen, você pode me dar os exames? – Johnson pediu.

- Claro – entrego a pasta onde tem os exame de minha filha.

- Deixe-me analisar melhor – o doutor se concentrou naqueles papéis que eu não entendi nada.

- Da, da, da – Anthony bateu palminhas – Da, da, da.

- Acordou quem não devia – Becky brincou, o nosso filho riu mesmo sem entender nada – Sapequinha da mamãe.

Depois que o doutor analisou os exames, descobrimos que o câncer aos poucos estão se espalhando e que Harmony precisa fazer quimioterapia, Johnson também explicou que quando se é criança é mais fácil se tratar do câncer do que um adulto. Digamos que isso me deixou parcialmente aliviada, porque temos mais sorte em que a nossa pequena fique melhor logo. O medico receitou alguns remédios também e marcou a sessão de quimioterapia, após nos despedirmos dele, fomos para uma lanchonete que tem próximo ao hospital.

- Depois que comermos aqui, vamos na farmácia – Becky comentou quando nos sentamos nas cadeiras.

- O que vão querer? – a garçonete perguntou com seus olhos vidrados na minha noiva.

- Eu vou querer um cachorro quente com hambúrguer – Becky pediu encarando o cardápio – E você, meu amor?

- Quero um X-tudo caprichado – pedi praticamente fuzilando aquela garota – E um belo suco natural de maracujá para me acalmar, antes que eu cometa um assassinato.

- Já ia me esquecendo da bebida – Becky riu brevemente – Trás uma garrafa de Coca-Cola.

- Mamãe, posso comer batata frita com queijo e bacon? – Harmony fez um biquinho.

- Claro meu amor, pode comer o que quiser – Becky sorriu, vi a garçonete suspirando.

- Como o nosso pequeno não come nada, então é só isso mesmo – cruzo os meus braços.

- Ah sim... – a garçonete não saiu de perto, ficou babando na minha noiva.

Aquela garota não se toca não? Aproveitei que o Anthony está no bebê conforto brincando com as mãozinhas, puxo a Becky pela nuca em direção a minha boca, a beijo violentamente querendo mostrar que essa branquela tem dona. Minha noiva ficou surpresa de primeira porém logo retribuía com maestria, seus lábios moldados perfeitamente nos meus e para provocar, chupo lentamente aquela língua aveludada fazendo-a arfar contra a minha boca. Mas Becky não é de ficar parada, ela me devolveu com uma mordida no lábio e o capturou com uma sugada lenta, gostosa e provocante. Afasto nossas bocas e sorrio vitoriosa para a garçonete que se afastava de nossa mesa.

- O que foi isso? –  sussurrou me fitando atentamente.

- Aquela vadia estava te comendo com os olhos – resmungo.

- Que se foda –  sorriu lindamente – Eu tenho você, só você.

- Eu te amo – dou-lhe um selinho.

- Eu também te amo –  acariciou a minha bochecha.

- Já acabaram com a melação? – Harmony bufou.

- Com quem você aprendeu isso? – indaguei incrédula.

- Tia Engfa e tia Faye.

- Sabia que não seria bom deixar a nossa menina com aquelas loucas – Becky reclamou abraçando os meus ombros.

Tell Me You Love Me { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora