Tell Me You Love Me { FreenBecky }

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    POV Freen

Olhar de perto o Seng é como levar um tiro na cabeça, talvez um tiro doeria menos e vê-lo dizendo que está tendo um casamento perfeito, é pior do que ter um prédio caindo em sua cabeça, aquilo destruiu o meu coração de várias formas porque eu fui abandonada na igreja porque fui trocada por alguma vagabunda que claramente sabia que ele era noivo. Mas eu não sinto absolutamente nada por ele, apenas raiva, ódio e magoa. Passei o maior mico da minha vida e olha só a minha situação agora, trêmula, segurando o choro e prestes a ter uma maldita crise. Becky dirigia com cuidado ao meu lado, ela a cada segundo que podia me olhava ou apertava a minha mão.

Engulo um bolo de choro que se formou na minha garganta, estou nessa luta a minutos, não quero chorar e nem ter uma crise, sabia que se eu chorar vou acabar tendo a maldita crise. Estamos em silêncio, a cada momento se passava um flash na minha cabeça desde o dia em que paguei mico na igreja e agora sobre o reencontro. Eu vi a aliança que está no dedo dele, é grande e brilhante, deveria custar horrores. Olho para a minha mão encontrando a aliança e consegui sorrir levemente, mas logo a tristeza me dominava.

- Chegamos – Becky anunciou, saio do carro sem dizer nada – Amor, está tudo bem?

- S-sim – gaguejo miseravelmente – Só...vamos entrar.

- Claro –  me puxou para dentro de casa, minha família está toda na sala conversando e rindo de alguma coisa enquanto a TV está ligada – Olá.

- Chegaram cedo, achei que fossem passar o dia juntas – minha mãe disse e me olhou – Filha? O que houve?

- Hum...nada – abaixo a cabeça.

- Obvio que aconteceu alguma coisa, queremos saber – a voz do meu pai se fez presente – Filha, você está com os olhos marejados.

- É, aconteceu uma coisa – Becky suspirou pesadamente.

- Saro – Maya correu em minha direção e grudou na minha perna – Está passando o Meu Malvado Favorito 3, vem assistir com nós.

- Desculpa pequena, agora não vai dar – acaricio seus cabelos – E-eu, vou para o meu quarto t-tomar um banho.

- Vai ficar bem? – Becky perguntou preocupada.

- S-sim – aceno e respiro fundo – Conte o que aconteceu aos meus pais, por favor.

- Claro, Darling –  me olhou carinhosamente.

Sai da sala sem dizer mais nada e fui para o andar de cima diretamente para o meu quarto, entro no banheiro e vou até a pia, jogo um pouco de água em meu rosto tentando me controlar, mas assim que olhei no espelho, as lágrimas desceram rapidamente por minhas bochechas, o choro que estava entalado saiu com força junto dos soluços. Meu corpo tremia furiosamente, minha mente já não era racional e estava fora de si. Abro a gavetinha e tiro de lá uma lamina brilhante, aquilo parecia a melhor coisa do momento, estico o meu pulso deixando-o a mostra e deslizo a lamina por ele dando um pequeno corte não fundo. Vi um filete de sangue, quando estava prestes a me cortar de verdade e fazer um estrago em minha vida, a porta se abriu em um estrondo.

- Freen? – Becky arregalou os olhos, sua respiração está ofegante – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

- B-becky? – deixo a lamina cair de minha mão e olho para baixo vendo o objeto, é como se agora a minha mente voltasse ao normal – Meu Deus! 

- Eu não acredito que você estava se cortando – me puxou para o quarto – Porque fez isso?

- E-eu...só...não sei – as lágrimas ainda escorriam sem a minha permissão – É como se eu vesse o que estava fazendo...agora.

- Mas que droga, por sorte é apenas um corte pequeno e que não precisa ir para o hospital -  analisou o meu pulso – Aquele cara não merece nada disso, Freen.

- Eu sei, mas o que eu posso fazer? EU SOU UMA RETARDADA – grito em meio ao choro.

- Você não é –  me contrariou – F-freen você poderia estar morta agora.

- Eu não estou.

- Você não pensa em seu pai? Mãe? Sua irmã que é pequena e não entende nada disso? –  cuspiu as palavras – Em mim? Eu sou a porra da sua namorada, eu não ia aguentar ficar sem você.

- Bec...

- EU NUNCA MAIS SERIA A MESMA SE VOCÊ MORRESSE –  berrou, me encolho – Eu iria acabar morrendo em seguida.

- Para com isso.

- Porra Freen, para pra pensar nas coisas –  andou de um lado para o outro – SE VOCÊ SE MACHUCA, EU ME MACHUCO.

- BECKY! - tento chamar a sua atenção, eu chorava mais ainda com seus gritos.

- PENSA NO QUE FAZ, CARALHO – segurou o meu ombro.

- PARA COM ISSO, ESTÁ ME MAGOANDO – em um rápido movimento, acerto um tapa em seu rosto.

Becky me olhou surpresa, ela parecia ter voltado a realidade e no segundo seguinte, minha namorada me empurrava contra a parede e sua boca cobriu a minha. A fazendeira me beijava intensamente como se fosse me devorar, tento empurra-la, mas acabo me rendendo a sua boca macia, envolvo seu pescoço enquanto retribuía aquele beijo nada calmo. Sua língua serpenteava a minha boca até se entrelaçar na minha, Becky me pega no colo, envolvo minhas pernas em sua cintura, sinto-a me carregando até a cama sem cortar o beijo. Mordo levemente o seu lábio inferior e em troca, recebo uma chupada longa na língua, só separamos a nossa boca quando senti o colchão em minhas costas. Minha namorada me olhava com os olhos marejados e a boca entre aberta.

- Me perdoa –  murmurou envergonhada – Me perdoa, me perdoa, me perdoa...

- Ei...

- Por favor Darling, me perdoa, a minha intenção nunca foi te magoar –  deitou o seu rosto em meu peito e começou a chorar, abraço o seu corpo tremulo – Eu sou uma idiota! 

- Você não é! 

- Sou sim, eu te magoei, nunca foi a minha intenção dizer aquilo –  me agarrou mais ainda – Darling, diz que me perdoa...e-eu não sei o que seria de mim...sem o seu perdão.

- Para com isso amor.

- Olha a merda que eu fiz, eu deveria estar te acalmando e não ter feito o estrago –  tremeu mais ainda conforme o seu choro aumentava.

- Está tudo bem – acaricio o seu cabelo e o tiro do rosto – Meu amor, olha para mim.

- Hum –  levantou o olhar para o meu – Estou tão arrependida, me perdoa.

- Já passou, eu te perdôo porque você é o meu anjo e me salva sempre quando eu preciso, principalmente naquela hora do banheiro – fungo – Eu ia fazer a maior cagada da minha vida.

- Não vamos pensar nisso –  afagou o meu rosto.

- Eu só quero que você saiba, que essas crises que acontece comigo não é porque eu quero, é porque acontece e eu não tenho controle de mim mesma – mordo o meu lábio – Não me julgue.

- Desculpa –  colou sua testa na minha – Eu sou uma idiota.

- Para com isso, amor – beijo levemente os seus lábios – Estamos bem agora.

- Isso –  encheu o meu rosto de beijos molhados – Estou apaixonada por você, me apaixono mais ainda a cada dia que passa.

- Eu também sinto a mesma coisa, sou uma boba apaixonada – seguro o seu rosto e uno nossos lábios – Muito apaixonada.