POV Becky
Eu fiquei horas naquele hospital, principalmente no quarto tendo a esperança que o meu irmão vai acordar hoje mesmo. A todo momento a minha mãe aparecia me mandando ir comer alguma coisa e eu me recusava a sair daquele lugar, meu pai já tentou me tirar daqui mas eu temei até que ele saísse do quarto e me deixasse a sós com o meu irmão que está desacordado, eu só sai uma vez por conta do medico que disse que iria verificar o Richard mas depois me liberaram para voltar no quarto.
Parecia que o estresse e o nervosismo se misturou dentro de mim, não sabia mais quantas vezes já tinha chorado hoje, com medo de que o irmão não fosse acordar. Pego na mão de Richard e dou uma pequena apertada, como pode uma coisa dessas acontecer? Sabe o que é pior? O infeliz que bateu no carro do meu irmão, não ficou em estado grave, aquele verme estava bêbado, estou morrendo de vontade de acabar com ele.
- Amor – Freen abriu a porta, sua voz saiu suave e um pouco hesitante – Vamos em casa?
- Eu já disse que não vou sair daqui – respondi com meus olhos fixos em meu irmão.
- Não estou falando para você ir pra sua casa, vamos na minha – insistiu – Eu preciso tomar mais um remédio lá e comer alguma coisa.
- Mande o meu pai te levar.
- Que eu saiba você é a minha namorada e não ele – bateu os pés no chão.
- O que custa pedir para o meu pai, porra? – olho para ela, inflei minhas narinas.
- E o que custa você me levar? – deu um passo em minha direção – Rebecca!
- Me deixa em paz, eu só quero ficar aqui com o meu irmão, isso é pedir demais? – solto a mão de Richard e me levanto da poltrona que eu estava sentada.
- Becky, por favor – juntou as mãos – Só vamos ficar uns dez minutinhos lá.
- Você ainda quer voltar? – a encaro incrédula.
- É claro que eu quero.
- Pra ficar toda hora me chamando para ir para algum lugar? De jeito nenhum, fique em sua casa – cruzo os meus braços.
- Eu não te chamei para porra nenhuma, estou te chamando agora pela primeira vez – ela parecia estar começando a perder a paciência – Eu vou de táxi então.
- Não, eu te levo.
- Agora decidiu me levar?
- Vamos logo – a ignorei.
Fui na frente deixando a Freen para trás, mas sabia que ela está me seguindo, meus pais avisaram que vão ficar no quarto do Richard e a Irin na sala de espera, achei o meu carro no estacionamento e entramos. Ficamos em silêncio o caminho inteiro, a minha namorada olhava para a janela e eu me concentrava na rua tentando não me perder em pensamentos. Assim que estaciono o meu Impala em frente a sua casa, saímos ainda em silêncio e entramos na casa que está completamente vazia, não tinha nenhuma alma. Fomos para a cozinha e vi as mãos tremulas da Freen enquanto ela pegava o remédio.
- Está tudo bem? – perguntei um tanto preocupada.
- Sim – respondeu secamente, ela tomou o remédio com água e foi até a geladeira tirando alguma coisas de lá.
- Podemos ir?
- Não – basicamente continuou me ignorando, ela colocou as coisas na bancada e pegou dois pães começando a fazer lanches.
- O que está fazendo?
- Lanches, não está vendo?
- Para com isso – reviro os olhos – Eu não quero comer.
- Mas vai, você ficou horas sem comida e agora já é de manhã, ainda nem tomou o café da manha e muito menos almoçou – continuou concentrada em fazer os lanches.
- Porque é tão difícil de me entender? Eu não quero a porra do lanche – dou um soco na bancada – Eu só quero ficar com o meu irmão.
- Rebecca, eu acho bom você me escutar – parou em minha frente e segurou firme em meu queixo, suas unhas cravam naquela parte da pele – Eu vou cuidar de você, queira ou não, mas vou.
- Me deixa.
- Não, eu não vou te deixar – apertou mais ainda o meu queixo – Para de ser uma grossa ogra, estou fazendo isso para o seu bem e estou pouco me fodendo para o seu estresse.
Empurro a sua mão do meu queixo e pego o maldito lanche que ela me estendeu, eu mordia com raiva e com uma certa força, Freen sorriu debochada para mim e revirou os olhos antes de começar a comer o seu lanche. Voltamos ao silêncio novamente, termino de comer o sanduiche e tomo um copo de água, me encosto na parede esperando por ela que parecia me ignorar e comia lentamente.
- Da para comer logo? – a apressei.
- Não, não dá – me olhou com aquele sorriso debochado – Não gosto de comer apressadamente.
- Pois eu gosto, trate logo de comer isso porque quero ir logo ao hospital – bato o pé no chão impaciente.
- Calma.
- Eu juro que vou te deixar aqui – ameacei.
- Se fizer isso, vai se arrepender disso de um tanto – veio em minha frente novamente – Você não conseguiria.
- Para com esses joguinhos inúteis.
- Para você, não entendo porque está me tratando dessa forma – apontou para mim, ela até deixou o resto do lanche de lado, tinha pouco mesmo.
- Estou tratando assim porque você não me deixa ficar com o meu irmão – empurro o seu corpo magro até que suas costas bateram na parede, ela soltou um gemido de dor.
- Eu já disse, isso é para o seu bem – voltou a gravar a sua unha, só que dessa vez em minha bochecha.
- Foda-se – pego em sua pulso – Agora vamos.
A puxei com certa força sem me importar, eu só queria ficar ao lado do meu irmão para saber o estado em que ele está, porque ninguém entende isso? Voltamos para o carro e fizemos o percurso todo que nos leva para o hospital, assim que entramos, meus pais nos olhou sem entender nada, ué, porque estão nos olhando assim? Encarei a Freen que está descabelada, com o pulso um pouco vermelho e com um olhar matador, eu não estava diferente e sentia a minha pele queimando.
- Estou cagada para vocês estarem me olhando assim? – indaguei fuzilando meus pais com meus olhos.
- Está – Irin povocou e engoliu em seco quando a olhei – Desculpa.
- O que aconteceu? – meu pai perguntou nos fitando.
- Nada – Freen respondeu e se jogou no sofá.
- Becky, o doutor disse que tem uma notícia para nos contar – minha mãe avisou – Ele logo vai estar aqui para nos contar.
- Céus! – seguro firme o meu cabelo e dou algumas puxadas, me sento do lado da Freen e eu pego em sua mão.
- Vai dar tudo certo – ela sussurrou, a olhei um pouco surpresa, mesmo estando "brigadas" ela continua aqui comigo e eu não consigo ficar sem toca-la.
- Obrigada – ergo a sua mão e beijo o seu pulso que não está tão avermelhado.
- Olá – o doutor apareceu em nossa frente – Tenho uma notícia maravilhosa para vocês.
- O meu irmão acordou? – questionei tendo uma enorme esperança, porque se não for isso, sinto que sou capaz de fazer uma loucura.
- Ele acordou – o doutor anunciou.
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É isso, espero que gostem dos capítulos gente ❤🤗
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Tell Me You Love Me { FreenBecky }
RomanceVocê se acha capaz de ajudar uma pessoa a se livrar da depressão? Rebecca Patrícia Armstrong, uma cowgirl que administra a própria fazenda ao lado de seus pais, ela vende seus alimentos plantados para os restaurantes de Miami, principalmente para os...