🌶️ E S Ú L O N A N 🌶️

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POV Wendy

- Então é só eu falar?- A criança perguntou me olhando e eu assenti.

- Isso!- Falei enquadrando ela pra que aparecesse bem sobre a câmera.

Desde que tive aquela espécie de sonho onde eu via a Haile futuramente, achei que seria uma boa ideia registrar todo mês vídeos dela falando como sua vida está, dizendo em pouco minutos oque estava acontecendo na vida dela e se era algo bom, ruim. Algo que ela esteja passando e que está fazendo grande sentido ou diferença em sua vida, e como ela pode fazer pra melhorar essa situação.

Claro que foi tudo conversado com ela e discutido se ela gostaria dessa situação, e ela se interessou pelos vídeos.

Minha intenção com esses vídeos é que eu consiga grava-lós até que a Haile complete 16 anos, para ver suas mudanças de acordo com os meses e anos, daí em diante eu deixaria sobre a decisão dela continuarmos a gravar ou se ela quiser parar por ali.

- Tudo no enquadramento?!- Haile perguntou balançando os pés e segurando na cadeira.

- Tudo certo!- Falei fazendo um "joia" pra ela e a mesma sorriu.

- Então, eu converso com você ou com a câmera?- Ela apontou enquanto perguntava.

- Pode ser comigo, eu vou estar aqui atrás acompanhando a gravação e podemos conversar como sempre conversamos.- Falei e a mesma assentiu balançando a cabeça.

- Tá bem... começou já?- A olhei e olhei pra gravação antes de dar início.

-... No três!... 1, 2 e... gravando!- Falei e ela me olhou.

- Achei que começaríamos no três!- Ela falou cruzando os braços e eu ri.

- É um modo de dizer!- Ela sorriu me olhando.- Hoje é dia 24 de Julho de 2033, a Haile tem seis anos e vai documentar todo mês sobre como é crescer pra ela, até que ela complete 16 anos.- Falei descrevendo o conteúdo do vídeo na gravação.

- Legal!- Ela falou cobrindo a boca e eu sorri.- Bom, eu tenho que me apresentar?

- Só se quiser, Haile.- Ela assentiu.

- Eu sou a Haile, eu tenho seis anos e tenho diagnóstico do transtorno do espectro autista.- Sorri ao ver ela dizer pela primeira vez sem se sentir desconfortável com a situação.- Eu tenho um grau leve desse transtorno... bom, leve mais ou menos. Cada um com seu diagnóstico possui seus sintomas...? Seria isso?- Ela me olhou.

- Acho que sim, Haile! Existe crianças com o mesmo grau que você mas com costumes diferentes.- Ela assentiu.

- Isso! Por exemplo... tem crianças que podem gostar muito de contato físico, mas eu não gosto... só com as minhas mães, porque tenho esse costume desde cedo, mas eu não gosto de abraçar ou de contatos físicos com outras pessoas, depende muito. Eu até tento me abrir a novas possibilidades, mas logo que sinto desinteresse, eu vou embora!- Ri baixo pela maneira direta como ela dizia.- Eu também tenho hiperfoco em animais marinhos, livros e as histórias da minha mãe...- Sorri de canto.

- E oque seria hiperfoco, Haile?- Perguntei e ela me olhou.

- É uma pergunta pra que eu tire a dúvida de quem estiver assistindo ou você realmente não sabe?- Ri baixo.

- A primeira opção.- Ela assentiu.

- Ah certo! Qualquer pessoa pode ter hiperfoco, mas é mais comum em pessoas com alguns transtornos. O hiperfoco no autismo é bem comum, se caracteriza num assunto ou algo que a pessoa tenha um foco extremo.

- Então qualquer pessoa que gosta muito de algo tem hiperfoco, Haile?- Perguntei e ela negou, me fazendo sorrir.

- Não! Isso não quer dizer que quando qualquer pessoa que tenha um interesse em algo em específico tenha hiperfoco. O hiperfoco pode se tornar até uma obsessão. Ele pode ser tão intenso que a pessoa sai da realidade do mundo e foca apenas naquilo que a agrada.

E O CÉU DESABA - TEMPORADA ESPECIAL/ SEGUNDA PARTE - FANFIC BILLIE EILISHOnde histórias criam vida. Descubra agora