Capítulo 4

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Acordo com o galo cacarejando e a luz do dia invadindo o quarto. Empurro as cobertas com raiva e sento na cama passando as mãos no rosto. Quem precisa de um despertador quando se tem um galo maravilhoso desse?

Levanto-me, pego a minha roupa, toalha e a nécessaire. Desço e entro no banheiro, tomo um banho demorado e coloco a calça jeans e uma blusa cinza larga. Escovo os dentes, penteio os cabelos e coloco um turbante nos cabelos. Faço uma maquiagem leve e saio do banheiro. Subo e calço uma sapatilha preta.

A descoberta de ontem me deixou confusa e insegura, preciso saber mais sobre os policias que acoberta os traficantes do morro. Tenho que descobrir quais tipos de informações eles trazem e acima de tudo tomar cuidado com eles. Pego o notebook e acesso o e-mail e não havia mais informações. Leio novamente o perfil do Alex e descubro das coisas que ele gosta de fazer, e uma delas é jogar bola. Fecho o notebook e decido sair um pouco para explorar essa favela e encontrar os pontos específicos e fáceis para entrar na favela, tenho que fazer um mapa para o coronel para o mesmo guiar a tropa. Pego o celular e desço.

Encontro Dona Cecilia passando o café entro cozinha e pego um pedaço de bolo e devoro o mesmo. Tomo um pouco de café, pego uma maça e me despeço da Cecilia.

Subo para a favela e vejo alguns moradores saindo de sua residência e outros chegando, era umas oito horas quando sai de casa. Decidi caminhar pela favela, pois sabia que nenhum desses traficantes estaria acordado agora. Vou caminhando e percebo olhares sobre mim e como quero que essas pessoas me vejam como uma pessoa boa e confiável. Decido sorrir para eles e cumprimentar e até que deu certo.

Paro de andar e fico sentada perto da quadra. A quadra estava lotada de meninos jogando bola e também um grupo de adolescentes ensaiando uma dança. Fico sentada ali comendo a maça e olhando-os. As meninas dançavam bem, sua dança tinha um ritmo sensual que fazia os meninos da quadra perder a concentração no jogo.

Sinto alguém senta ao meu lado e quando paro para olhar vejo aquele deus grego de ontem e o mesmo me olhava de um jeito diferente. Suspiro fundo e volto a olhar para as crianças que estavam na quadra. Não queria falar com ele, apesar dele ser também o meu alvo.

-Esses moleques jogam pra caralho, se ligou? -Indagou e eu comi o restante da maça. -Quando eu falar tu tem que me responder. - Ele diz colocando a mão em meu braço.

-Eu não converso com qualquer um queridinho. '' Levanto-me e me apoio na grade da quadra. Sinto sua respiração atrás de mim e tento o máximo me encostar-se à grade.

-Além de abusada é marrenta. Qual é a tua mina? -Viro-me para ele e encaro aqueles lindos pares de olhos verdes, aquela boca rosada perfeitamente desenhada. Passo a língua pelos lábios e vejo um leve sorriso se formando em sua face.

-Não sei do que está falando.

-Tu acha que eu não percebo o seu jeito estranho? -Quando ele diz meu corpo todo congela. -Tu esconde algo e eu vou descobrir... -Tento ficar calma, mas é inevitável. Minha respiração estava irregular e a minha vontade era de sumir de perto dele.

-Eu não sei mesmo do que está falando. Você só pode está de cisma comigo só porque acidentalmente derrubei um pouco de água em você, mas olha você pode até tentar descobrir algo, porém eu garanto que não vai ser nada demais até porque não tenho nada para esconder. -Minto. Ele se aproxima de mim e nossos rostos estavam a um centímetro do outro. Prendo a respiração e sinto suas mãos prenderem a minha na grade da quadra.

-Eu vou descobrir e veremos se tu tem ou não para esconder. -Ele diz tão perto que consigo sentir seu hálito refrescante.

-Quando você descobrir me avisa, vou adorar saber um mais sobre mim. -Me esquivo dele e o mesmo me segura pelo braço me aproximando novamente de seu corpo musculoso e gostoso. -Que mania de ficar me agarrando em? Gostou foi? Pena que não sou para o seu bico. -Solto meu braço e me distancio.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora