OPERAÇÃO NO MORRO

Capítulo 84

Guilherme narrando

Ainda estava preso na sala da casa de Eva, aguardando junto com o traste do Alex e a tia da Eva. Ela só sabia beber o café e olhar para nós dois como se fossemos desconhecidos. Sandy estava ao lado de Alex, com um olhar preocupado. Será que os dois estão namorando? Mas se estivesse, por que ele traria a garota que está pegando pra casa da Eva? Há não ser que esteja querendo fazer ciúmes, o que é bem natural vindo da parte dele.

Ele deu uma tossida e o celular de Sandy começou a tocar. Ela sorriu ao ver quem era.

—É ele. O que eu faço? —Indagou olhando para Alex.

—Faça o que você quer fazer. —Respondeu, sem desprender o olhar do chão.

Ela bufou frustrada.

—Ótimo conselho, amigo.

—Certo. Atende e tentar falar com ele, quem sabe assim vocês não entram em um acordo e faz sei lá o que.

Ela olhou para o celular como se aquilo fosse o seu destino.

Ela se levantou, respirou fundo e pediu licença. Caminhou em direção ao banheiro e se trancou lá dentro.

A tia de Eva seguiu os olhos para Alex, pedindo por respostas.

—É o ex dela. —Ele diz naturalmente. Pensei que os dois fossem ficantes. Ora, ora. —Sabe, ela ainda o ama, mas tá querendo seguir com a vida, sabe como é? Fica nesse vai e volta.

—H-hum. Conheço uma historia assim. —Dona Elisa finalmente falou. Ela olhou para nós dois, como se indicasse que a gente fizesse parte da historia. —Estou surpresa em te ver, Guilherme. Pensei que...

—Estava morto? Todos pensaram. Menos Alex. Ele sabia de tudo e ainda assim preferiu mentir para Eva só para tê-la de vez. —Digo fuzilando-o.

—Eu não menti. Só tentei fazer com que Eva não sofresse mais por sua causa.

—Por minha causa? Agora a culpa é minha?

—Chegam vocês dois. Não quero que vocês se batam novamente, principalmente na minha frente, ainda mais porque não tenho forças para separa-los. —Diz com tom severo. —Por hora, quero falar com vocês dois, seus patetas.

Ela põe a xícara na mesa de centro e fuzilam nós dois com os olhos. Ela sabia aterrorizar alguém com esse olhar e isso dava bastante medo.

—Vocês dois não ver que minha sobrinha está sofrendo? E vocês dois, só piora isso? —Indagou, encurtando a sobrancelha. —Ela ama os dois. Infelizmente. Primeiro ela amou você, Guilherme, e você agiu feito um idiota. Um sem vergonha. Depois, ela conheceu você melhor Alex e é muita grata por tudo que fez por ela, mesmo tendo feito coisas horríveis com a minha menina... —Ela espera um instante antes de continuar. —Ela não sabe o que fazer mais. Ficou muito tempo naquela prisão e a única coisa que ela não quer agora é magoar um dos dois. Está sendo difícil para ela. Tentam entender isso, e pare de agir como dois imbecis, se isso for possível, é claro.

Ela se levanta e pega a xícara.

—E, por favor, não quebrem mais a minha casa. —Disse, chamando nossa atenção pelo estrago feito aos porta-retratos e pelos vasos.

Ela saiu em direção à cozinha.

Ficamos um tempo sem falar nada e quando finalmente iria falar com ele, Sandy apareceu com um sorriso de orelha a orelha.

—Ele quer me ver. E eu disse sim. —Disse olhando para Alex. —Isso é bom, não é?

Ele abriu um sorriso de lado e assentiu.