Capítulo 81

5.4K 557 17
                                    

Rafael narrando

Estava em frente ao clube de futebol daquele moleque mal criado. Vejo a tia de Eva e o garoto indo em direção à portaria. Pensei que era Eva que iria trazê-lo como sempre faz, agora serei obrigado há mudar um pouco o meu plano.

Passo a mão na pistola um tanto nervoso. Soava frio mesmo estando com o ar ligado.

O que eu não faço para me vingar daquela mulher que destruiu a minha vida e estilhaçou o meu coração.

Escuto o barulho do meu celular e ponho-o no alto falante. Era Sabrina.

Fala.

Onde está?

Não é da sua conta. —Respondo sem tira o olho do portão do clube. Mais crianças iam chegando com o uniforme de futebol.

Calma lindo, não precisa ser grosso desse jeito. —Disse com a sua voz melancólica. —Não vai vir trabalhar hoje?

Não.

Mas hoje é o seu plantão, não é? Está chegando vários casos aqui na delegacia, isso está um caos.

Resolva. —Ordeno e saio do carro. Ponho a pistola na cintura e pego o celular.

O que é mais importante do que ir trabalhar?

Vingança. Isso é mais importante. —Desligo o celular e ponho no bolso.

Caminho para dentro da quadra e logo vejo a tia de Eva sentada no primeiro banco, distraída e aparentava estar muito preocupada o que é curioso. Será que aconteceu algo? Algo com a Eva? 

Cerro o punho e fico vigiando o moleque.

Ele se levantou e cumprimentou alguns colegas, conversou algo com a tia e depois se afastou dela. Foi em direção ao bebedouro rindo e conversando com três garotos.

Essa era a minha chance.

Caminhei até eles e esperei o momento certo para conversar com ele, antes olhei ao redor e percebi que a sua tia ainda estava com o olhar vago e nem prestava muita atenção. Pus a mão em seu ombro e o mesmo se virou rapidamente para me encarar e quando me viu, fez uma cara desagradável. Até nisso ele puxou da mãe.

—Olá garotinho. Lembra-se de mim?

Ele olha para os amigos e os mesmos me encaram desconfiados.

—O que você quer? Minha mãe disse para eu não falar com estranhos.

—Mas eu não sou estranho. Sou amigo da sua mãe. —Sorrio forçadamente. Será mais difícil do que imaginei.

—Ainda assim, não gosto de você. —Disse e seus colegas ficaram rindo. Ele fez língua para mim.

—Sua mãe me mandou vir aqui.

—Mentira.

—Lorenzo, vamos que o treinador está chamando. —Disse o pirralho do cabelo ruivo.

Os três foram na frente e quando Lorenzo ia, peguei-o pelo braço. Ele tentou se soltar, mas o peguei e tapei a sua boca. Sai dali o mais rápido que podia, quando finalmente cheguei no carro, o coloquei dentro e entrei.

—Me solta. —Pediu batendo no vidro do carro.

—Fica calmo moleque. Vamos dá um passeio. —Engatei a chave na ignição e segui com o plano, sem pensar em mais nada.

Eu tentei de várias maneiras dá uma chance a Eva, uma chance que nenhum outro daria. Ela me desprezou, além de ter matado a minha irmã e te ter feito da minha vida um verdadeiro inferno. Ela preferiu aqueles bandidos a mim. Agora o que é dela está guardado.

—Não quero dá um passeio com você. Não quero. Deixa-me ir embora. —Disse batendo no meu braço.

—Cala a boca, garoto. —O empurrei para longe de mim. —Põe esse cinto. —Ordenei.

Ele revirou os olhos e cruzou os braços, mas não pôs o cinto.

—Mal criado. —Resmunguei.

—Idiota. —Disse todo rabugento.

—Olha o palavreado. Quem te ensinou isso sua peste?

—É assim que minha mãe te chama. Idiota. Idiota. —Repetiu.

—Sua mãe me ama você sabe disso não é?

Ele ficou calado, me olhando atento.

—Por isso combinei de pegar você e irmos para a nossa futura casa. Vamos morar juntos. —Digo com um sorriso de orelha a orelha.

—Mentira. —Gritou. —Seu mentiroso.

Pus uma música para diminuir o barulho dos gritos desse demôninho júnior e assim não desviar do verdadeiro motivo de eu estar fazendo tudo isso.

Tudo por culpa dela.

Esse garoto vai pagar pelos erros dela. 


***

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora