Alex narrando:
Já estou há um mês nesse inferno, um mês de ódio e uma vontade enorme de matar Eloá, ou melhor, Eva. Para mim, aquela vagabunda sempre será Eloá, nada de Eva.
A desgraçada soube me enganar direitinho, e eu achando que realmente tinha achado a pessoa certa para mim, tolice minha.
Estava na mesma cela que o Guilherme e alguns outros amigos meus da facção, DR estava revoltado, assim como todos, não parava uma vez de amaldiçoar Eloá. Alguns outros colegas de cela quis tanto saber quem era a famosa Eloá que tinha colocado a gente nesse inferno, depois de anos se safando de policias.
-Essa garota vai pagar pelo oque fez. Ó se vai. –Disse cabisbaixo.
-Oque é dela está guardado, logo vou sair desse inferno e a primeira coisa que vou fazer é matar lentamente aquela vagabunda do caralho. –Digo furioso.
Os vinte homens ali presente, dentro de uma cela tão minúscula, concordaram com a cabeça a minha ameaça de morte, menos Guilherme que permanecia ao lado da grade, olhando o corredor. Desde que veio pra cá ele não fala nada, apenas o básico, passa o dia todo sem falar. Ele começou a riscar na parede os dias que já estava aqui, todos os dias que acorda risca com um pauzinho na parede. Ele mal se alimenta, não dorme direito e quando dorme um pouco acorda assustado, provavelmente acabado de ter um pesadelo. Uns dias desses o presenciei chamando por ela, por Eloá. Não gostei de vê-lo chamando pela minha mulher, ou melhor, pela vagabunda da Eloá. As suspeitas de quê ele tiveram algo só aumenta e isso me deixa com mais raiva ainda. Eu amo o meu amigo, ele é como um irmão para mim e eu me sinto culpado por ter deixado Eloá ter ficado na favela sem nem ao menos ter me preocupado em saber quem realmente era ela, ainda mais depois de tanto que Guilherme e Amanda encheram o meu saco dizendo que eu devia descobrir mais sobre ela, mas sempre dava de ombros e só pensava em como ela me fazia bem.
Tudo foi uma farsa. Ela era apenas uma atriz, dissimulada, mentirosa.
A minha raiva maior é que eu não consigo parar de pensar em seus lábios, na sua boca carnuda e naquele corpo. Só de pensar nisso, meu membro fica duro. É osso ficar com quase vinte homens nesse cúbico de espaço, num calor infernal. Quase não consigo respirar direito.
Não se sabe quando irei para a penitenciaria máxima, disse que daqui alguns dias, ou pode durar até mês. Ainda não sei de nada. Ninguém nesse caralho me informa nada. Meu advogado é um bosta, infelizmente, esse foi o único que mamãe achou para defender a minha causa.
Suspirei fundo e voltei a olhar para Guilherme que olhava atento para o corredor, assim que avistou o guarda, o chamou.
-Ei guarda. –Disse com a voz um pouco baixa.
O guarda se virou e o encarou por alguns minutos. Em suas mãos tinham um jornal que acabara de ler.
-O senhor já terminou de ler? –Indagou Guilherme.
Não entendia o porquê ele queria saber sobre o jornal do filho da puta do guarda, mas continuei atento naquela conversa. Todos ali estavam de olhos mirados no guarda e no Guilherme.
-Já sim, detento, por quê?
-O senhor pode me emprestar?
Estreitei os olhos e olhei para o guarda encarando, assim como eu, ele ficou surpreso e com o cenho franzido.
-Esse jornal é antigo. –Argumentou.
-Eu só quero ler. –Insistiu Guilherme.
O guarda olhou por cima do ombro de Guilherme e pairou os olhos sobre mim, e de uma forma nada amigável, me encarou com ar de severidade. Veado do caralho.
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OPERAÇÃO NO MORRO
RomanceEva? Uma mulher forte, determinada e orgulhosa. Está na luta para banir o tráfico no complexo do alemão. Não gosta de bandidos e fará de tudo para deter cada um deles. Guilherme? Um homem guerreiro, gerente do tráfico do complexo do alemão, braço d...