Capítulo 67

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Eva narrando

Ainda não dava para acreditar que eu estava sendo presa por um crime que eu nunca cometi, mas é claro que não iria falar quem matou a Luana. Desse crime eu posso ser culpada, porém a minha ficha agora está mais suja que merda. O filho da mãe do Rafael falou umas quinhentas vezes de que estava sendo acusada, com aquela voz irritante e nojenta. Ele estava saciado e feliz com a minha derrota, depois de tanto fugir, agora estou aqui sendo comparada como um troféu valioso.

Laura veio direto para a delegacia quando soube, logo eles contataram a minha tia e a mesma já está de voo marcado pra vir ao rio, junto com Cat. Só ficarei tranquila quando minha tia pegar o Lorenzo e leva-lo para bem longe do Rio. Esse lugar só me trouxe coisas ruins.

-Ah Eva, como é bom te ver assim. -Balbucio Rafael. -Eu jurei que iria me vingar e hoje você está aqui, em minhas mãos. -Disse convencido.

Revirei os olhos e desviei meu olhar do seu.

-Não vai falar nada? Esperava mais de você. Ficamos longe por tanto tempo... -Ele se aproximou de mim e tocou a minha nuca, me causando calafrios. -Você continua a mesma mulher de sempre. -Sussurrou.

Levanto o olhar e o encaro.

-Tira essa pata de mim, seu filho... -Quando ia xinga-lo, a porta se abriu, revelando Heitor com o olhar espreitado sobre a gente.

-Heitor, meu amigo! -Disse Rafael, com um sorriso cínico no rosto.

-Eva, sua tia me ligou. Está quase chegando. É melhor você se preparar, ela não pareceu gostar muito de saber do que está acontecendo. -Disse, adentrando a sala de Rafael.

Ótimo. Era o que faltava!

-Obrigada. -Falo constrangida.

Heitor se sentou na cadeira ao lado da minha, mesmo sem olha-lo, sentia seu olhar de reprovação sobre mim, e um desespero começou a me atingir como um furacão em uma cidade. Não era pra nada disso está acontecendo. Eu devia ter fugido antes, ir pra bem longe com o meu bebê.

-Diz logo Heitor. -Esbravejei, sabendo que ele queria dizer algo.

Ele sempre ficava assim, bufando e olhando, negando com a cabeça, quando tinha algo pra falar. Realmente era um saco.

-Falar o quê? Não há mais o que falar. -Disse

Bufei.

-Será que ela pega quantos anos de prisão, Heitor? Dez? Vinte? Talvez, trinta?

Meu coração disparou, quase não conseguia respirar. Pensei que ia desmaiar só de olhar para o sorriso falso do Rafael, comentando sobre a minha pena como se fosse algo normal. Que merda ele tem na cabeça?

Como pude ter dormido com esse cara? Eu só podia está drogada, apesar de ter ficado bêbada, apenas isso justifica.

-Heitor! -Exclamei.

-Dessa vez não posso te ajudar. -Disse dando de ombros. -Você se misturou com traficante, matou uma de nossa e tudo para quê? Pra virar comida de traficante filho da puta.

Nego com a cabeça, engolindo em seco.

-Não. -Digo com os lábios trêmulos.

-Não? Como não? Foi isso que você se tornou. Uma qualquer e ainda por cima uma bandida. -Rafael alterou a voz, jogando pingos de cuspe em mim.

Nojento!

Limpo o rosto ainda com as mãos algemadas.

-Não sou bandida. A sua irmã era. Foi ela quem entregava todos os esquemas para o Alex, era ela quem fornecia armas e devolvia as drogas apreendidas para ele de volta. Não fui EU. Foi sempre ela. E quando eu descobri isso, ela premeditou um acidente para mim e conseguiu. Você como ninguém sabe disso Rafael! -Grito, sentido uma fúria crescer dentro do meu peito.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora