Capítulo 36

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Guilherme narrando:

Vê-la ali tão nítida na minha frente fez meu coração bater mais rápido e as mãos congelarem. Não esperava que ela fosse vir me ver. Ela parecia arrasada, podia notar sinceridade em suas desculpas, mas não conseguia desculpa-la. Estou magoado e com bastante raiva, se não fosse por ela, não estaria aqui nesse inferno. O ruim é que eu quebrei uma das minhas grandes regras, nunca se apaixonar, principalmente por uma policial. Só de lembrar que ela não é a minha Eloá, e sim a Eva policial que me pôs aqui nessa merda, faz meu sangue ferver dentro das minhas veias.

Mas tocar em sua pele, depois de quase um mês, foi como uma tentação para mim, e em seguida, o beijo. Aquilo me desarmou, eu a queria, tanto como antes ou até mais. Mas agora era diferente, eu era o bandido e ela era policial. Uma baita de policial gostosa e linda.

Que inferno.

Não consigo olha-la sem pensar em seus beijos, em seus carinhos e nosso sexo, tudo com ela foi bom, prazeroso. O pior disso tudo é que não consigo odiá-la da mesma forma que DR está odiando-a ou até mesmo Alex. Posso até aparentar que estou com ódio dela, mas não estou. Estou magoado e decepcionado. É horrível se sentir assim. Nunca pensei que fosse sentir dessa forma, até Eloá entrar em minha vida. Essa demônia.

Minha demônia estava virada de lado para mim, chorando, tentei me aproximar e dizer o quanto eu ainda amo e que tudo que disse é porque estou com raiva dela ser oque é, mas me calo ao ouvir o ranger da porta se abrir.

Antes de passar pela porta, Eloá me olha como se pedisse para eu intervir aquilo, mas nada fiz. Esperei ela passar perto de mim, senti seu perfume exalar pelo ar e logo se esvair quando a porta se fecha atrás de mim.

Caminho até a porta e paro uns centímetros longe da mesma, queria poder gritar e chamar pela minha demônia, mas meu orgulho prevaleceu.

Deixei que as lágrimas que se acumularam em meus olhos cair pelo meu rosto. Olho para baixo e vejo o lenço de Eloá no chão, rapidamente, apanho-o e inalo seu aroma. Estava molhado por conta das lágrimas de Eloá, mas o perfume predominava no pequeno lenço. Limpei minhas lágrimas com o mesmo e fiquei cheirando até escutar o barulho da maçaneta se mexendo, ponho o lenço dentro do meu bolso de trás com dificuldade, e logo a porta se abre por inteiro, mostrando o filho da puta do guarda penitenciário.

-Bora indo, detento. –Disse ele em um tom rude.

Acenei com a cabeça e caminhei para perto da porta, passando por ela e voltando a caminhar pelo o inferno da minha cela. Enquanto andava, olhava atentamente para as paredes brancas do corredor e para algumas portas de área restrita. Antes de prosseguirmos, o guarda pediu para eu esperar no corredor enquanto abria a porta de uma sala qualquer, quando olhei mais para dentro da sala vi as câmeras de segurança de todo o presidio e deduzi que aquela sala fosse o controle geral da prisão, além de ter vários monitores, também tinha acessos há outras alas apertando alguns botões, só havia dois guarda lá dentro, os dois eram de aparência velha.

Observei tudo ao redor, já havia calculado perfeitamente cada ângulo da prisão, era fácil. Não havia segredo em sair daqui.

-Vai ser mais fácil do que imaginei... –Pensei alto comigo mesmo, em tom baixo.

Firmei os lábios um no outros e apoiei a cabeça contra a parede, pensando no dia que iria sair dessa merda de lugar e voltar acerta minhas contas com Eloá. Apesar de, infelizmente, ter um grande laço com aquela mulher, eu não poderia deixar minha vingança de lado. Eu quero que ela sofra do mesmo jeito que eu estou sofrendo, quero vê-la perder tudo e se vê sozinha, sem ninguém para estender as mãos para ela.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora