Capítulo 18

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Alex narrando.

-Alguma novidade? –Perguntei ao neguinho. Seu nome era Henrique só que era chamado por neguinho.

-Não, ninguém a viu saindo, patrão. –Ele diz cabisbaixo.

-Porra, ninguém vê-la saindo é sacanagem. A onde tu tava, que não viu ela saindo? Esses pivetes não tão vigiando direito essa merda não? Se entrar os cana na favela estamos tudo fudido mesmo.

-Tua mina só pode ter saído de madrugada, porque quase ninguém a viu. Mas vou dar esporro naqueles moleques. –Ele diz e eu consinto.

-Fica de olho, se ela chegar me passa o rádio. Beleza?

-Com certeza, patrão. –Ele diz saindo da sala.

Encostei o corpo na cadeira e pus as mãos na cabeça. Hoje eu quase não dormi direito, tive um sonho horrível envolvendo Eloá. No sonho ela estava toda ensanguentada e chorava muito, ao seu lado estava Guilherme apontando a arma para cabeça dela com um olhar furioso. Não entendi direito o sonho, por isso acordei assustado e nos meus pensamentos só vinha Eloá. Eu precisava vê-la com urgência, liguei umas quinhentas vezes para ela e a mesma não atendia, por isso fiquei preocupado e quando soube que ela saiu da favela, minha preocupação só aumentou.

Peguei meu celular e não tinha nenhuma mensagem ou ligação de Eloá, oque me deixou com mais raiva. Jogo o celular na mesa e escuto uma batida na porta, ela se abre e encontro minha irmã pedindo permissão para entrar com os olhos.

-Oque foi Amanda? –Pergunto e ela adentra a sala.

-Afonso Araújo ligou avisando que as cargas não vão chegar na quarta, é bem provável que chegue na quinta, mas que tudo chegara do jeito que pedimos. Todas as armas que os vermes usam vão chegar para gente e as drogas apreendidas pelos canas ele irá trazer pra gente de novo, só que o preço vai aumentar. –Ela diz e eu bufo de raiva.

-Esse filho da puta só sabe meter ideia errada, logo não vou mais precisar dele e a primeira que vou fazer é enfiar uma bala na cabeça do desgraçado. –Digo e Amanda se senta a minha frente.

-Fiquei sabendo que a tua namorada sumiu. É verdade?

-Ela não sumiu, ela vai voltar. –Digo e pego a minha pistola. –Nem que eu tenha que procura cada canto do rio.

-Você está apaixonado mesmo por essa garota? –Perguntou curiosa

-Eu não sei, só sei que não consigo ficar mais longe dela.

-Eu ainda não consigo confiar nela...

-Eloá é uma pessoa boa e eu gosto muito dela, é melhor se acostumar com a ideia de que ela é a sua nova cunhada. –Digo e abro um sorriso, Amanda revira os olhos e faz careta para mim.

Levanto-me e guardo algumas papeladas, dou um beijo na testa da minha irmã e abro a porta.

-Cuida da boca, vou dá um rolê por ai. –Digo e saio.

***

Guilherme narrando.

-Pra onde estamos indo? Pelo que eu sei estamos na direção errada para voltar ao Alemão. –Comentou Eloá.

Olho para ela e dou um sorrisinho. Ela me encara por alguns segundos e depois olha para frente e começa a rir.

-Está me raptando, é? –Provocou com um sorriso largo no rosto.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora