Capítulo 39

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Eva narrando:

Com dificuldade abri minhas pálpebras, minha visão ainda estava embaçada. Forcei os olhos olhando todo o quarto, avistei Guilherme dormindo na poltrona. Franzi a testa e tentei me levantar, mas uma de minhas mãos estava algemada na cabeceira da cama. Puxei diversas vezes tentando me soltar dali, mas acabei me machucando.

-Tu não vai conseguir sair, então é melhor para de tentar, senão vai ficar toda machucada. –A voz de Guilherme soou rouca atrás de mim.

Fuzilei-o com o olhar. Abri a boca para xinga-lo, mas desisti.

-Por que diabo está fazendo isso? –Indago, tentando manter a voz calma.

-Pensei que estava explicito. –Ele diz se levantando e caminhando lentamente até a mim. –Você vai ficar presa aqui... sob os meus cuidados. –Disse com um sorriso no rosto.

-Não Guilherme, e-eu, eu preciso salvar a minha amiga. –Grito tentando me soltar.

Ele abriu um sorriso. Um sorriso delicioso de se ver.

Ele segurou o meu punho algemado me forçando a parar de tentar puxar a minha mão.

-Já chega demônia. –Ordenou.

-Você não pode fazer isso comigo, Guilherme. Por favor, se eu não for até o Alex, ele vai matar a Cat. –Choramingo. –Por favor, por favor.

-Se tu for, ele vai te matar. Luana, Alex, Amanda, DR e Afonso quer a sua morte... –Ele fala olhando em meus olhos, sinto um tremor pelo corpo todo.

Não sei se rio ou choro com tantas pessoas querendo a minha morte. Não tinha noticia sobre Luana, mas só de saber que agora ela se juntou a Alex para terminar o seu serviço, me deixa mais assustada.

-Não acredito que Luana se juntou a vocês... Aquela vaca. –Digo sentindo as lágrimas brotarem em meu rosto.

-Ela que me ajudou a sair da prisão. –Confessou.

Olhei seus olhos verdes tentando procurar pelo meu deus grego, mas sabia que ele estava com raiva e com ódio de mim.

-Todos te odeiam. –Acrescentou com desdém.

Senti uma vontade enorme de chorar, não sabia direito o porquê de tanto ódio, mas também não ligava para os outros, só que ouvir isso do Guilherme é como levar uma apunhalada no peito.

Fico em silêncio, olhando para a cama.

Guilherme se sentou novamente na poltrona, me olhando cauteloso.

-Até você? –Pergunto, com um nó na garganta se formando.

Ele ficou em silêncio, olhei para ele procurando por resposta, mas nada.

Ele se levantou e saiu do quarto, me deixando sozinha com a minha pergunta. Suspiro fundo e choro, baixinho. Eu precisava chorar e colocar tudo para fora, pelo menos por agora.

Olhei para a algema que é tão familiar a mim e tentei de todas as formas abri-la.

-Se eu tivesse um grampo... –Digo sozinha, olhando para o pequeno fecho. –Que inferno. –Grito, puxando a minha mão a todo custo da algema.

Há essa hora Alex deve ter feito algo contra a Cat, isso tudo por eu não ter cumprido com o combinado, e tudo por culpa do idiota do deus grego.

Mordo os lábios e encosto a cabeça na cabeceira, dando por vencida. Não consigo me soltar e me sinto uma péssima amiga.

-Me perdoe Cat... –Sussurro, pensando em minha amiga.

***

-Acorda.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora