OPERAÇÃO NO MORRO

Capítulo 60

Eva narrando

Peguei o meu pinguim e a roupa que a Alex havia me dado. Seco as lágrimas com a palma da minha mão. Abri a porta lentamente e caminhei em passos surdos até o banheiro. Me tranco dentro do banheiro. As lembranças voltou como um déjá vu. Foi nesse mesmo banheiro que eu e o deus grego viemos dá uns pega, no dia do churrasco.

Meu coração até se aperta em pensar naquele safado cretino. Balanço a cabeça, tentando desviar das minhas lembranças idiotas.

Forro um pano no chão do banheiro, que por sinal estava bem limpo, e coloco o meu pinguim no chão.

-Fica quietinho. Mamãe vai tomar banho, está bem?

Ele estava limpo, provavelmente a namorada ou a própria Amanda, o que eu duvido muito, tenha dado um banho nele.

Entro debaixo do chuveiro e sinto a água morna bater no meu corpo. A sensação é amortecedora. Minhas pernas até tremeram. Lavei os cabelos com o shampoo que tinha ali e me senti um pouco mais humana depois do inferno que eu vivi.

Lorenzo se entretinha com o brinquedo, tentei não demorar no chuveiro, só que era impossível. Depois de um banho bem tomado, me enxuguei e pus o short e a blusa de manga que Alex me deu.

Caiu perfeitamente no meu corpo. Achei uma escova de dente ainda sem ser usada, só podia ser para mim. Escovei os dentes com tanta felicidade. Era tão bom sentir os dentes limpos e sem mal hálito.

Sorri toda boba.

Seco meu cabelo com a toalha e os penteei.

Depois de arrumada e me sentindo um pouco melhor, peguei Lorenzo e voltei para o quarto.

Fechei a porta e pus Lorenzo na cama. Troquei a sua fralda e fiz carinho em sua barriga.

-Senti tanta a sua falta, meu pinguim. -Digo enquanto fazia cócegas nele.

-Mamã. -Gargalhava.

Deitei ao seu lado da cama e acariciei seus cabelos, carinhosamente. Ele fechava os olhos devagarinho, o mesmo encaixou seu corpo perto do meu, parecia que estava me segurando para não sair de perto dele. Abraço-o e o aperto contra o meu corpo, protegendo-o.

-Mamãe não vai sair mais de perto de você, meu amor. -Digo e dou lhe um beijo na testa. -Eu vou te tirar desse lugar... -Sussurrei.

Não sabia como eu iria fazer, só sabia que iria fazer. Meu filho não podia viver em meio a isso, viver com medo de ficar longe de mim e eu de ter receio das ameaças horríveis do Alex.

Tenho medo de não sair viva desse lugar, mas se for pra morrer protegendo a vida da minha cria, eu morro feliz.

Lorenzo é tudo para mim, não me importo com mais nada, nem mesmo com o deus grego, esse filho da mãe, desgraçado, puto dos infernos.

Por que ele não veio até a mim? Por quê me largou nas mãos de Alex, depois de me prometer que iria me proteger sempre?

Tantas perguntas sem respostas.

Lorenzo dormia com a respiração calma. Ele parecia está bem, saudável e agora mais feliz.

Eu só tenho que agradecer a Deus por ter livrado meu filho da fúria do Alex e por nós dois, apesar das minhas condições físicas, estarmos bem.

Dou um cheirinho em seu cabelo que estava muito cheiroso por sinal. Até dormindo ele parecia com o pai dele.

Sorri.

Eu odeio você, deus grego.

Mordo o lábio inferior, me proibindo de chorar. Suspiro fundo.

Estou tentando enganar meu consciente e fingir que não amo mais o meu deus grego, o que é uma grande idiotice.