OPERAÇÃO NO MORRO

Capítulo 10

Eloá narrando

Chegamos à casa da dona Cecília, e ela estava preparando a janta e o cheiro da comida exalava pela casa inteira. Entrei com o rapaz e quando ouviu o barulho da porta se abrindo ela veio até a sala e arregalou os olhos ao ver o rapaz.

-Henrique... -Ela diz assustada. Limpou as mãos com o pano de prato e me fitou por alguns segundos.

-Tranquilidade dona Cecília. -Disse

-Sempre... -Ela deu uma tossida indiferente e voltou a olhar para mim. -Eloá, cadê os meus filhos?

-Deve que estão ainda no churrasco, eu vou lá pra cima com... Ele. -Digo e ela se assusta.

-Fica suave Dona. -Ele comenta e em seguida subimos.

Estava com medo e bastante assustada, mas tinha que manter a calma e virar o jogo para mim. Descobrir quem é esse cara é o mais importante e depois calar a boca dele. Abro o quarto e deixo o entrar primeiro, fecho a porta e o sigo com olhar. Ele andava pelo meu quarto de um jeito cauteloso e logo deu uma olhada na janela que estava aberta. Ele fechou as cortinas e o quarto ficou escuro. Acendo as luzes e o encaro sem entender.

-Começa a falar. -Ordeno e ele senta na minha cama e me encara.

-Descobri sobre você há alguns dias... Um dos canos veio aqui e entregou uns documentos, abri e vi sua foto, sua verdadeira identidade e ai eu soube que você era a informante dos homens. -Ele diz tirando a arma da cintura e alisando a mesma.

-Vai me matar? -Perguntei com coração nas mãos.

-Se eu quisesse já teria feito né? O negocio é o seguinte, eu sei sobre tu e agora tu me deve uma.

-Te devo uma? -Pergunto sem entender.

-Tu é a mulher do Alex, pelo menos é oque ele tá dizendo por ai. Oque importa mesmo é que eu quero ele morto, assim como ele fez com a minha mulher. Ele matou a minha mulher e agora quero vingança, tá ligada?

-Eu só estou com ele para conseguir informações, entendeu? -Digo e ele balança a cabeça. -Pensei que você fazia parte do movimento. -Digo me encostando-se à porta.

-Eu sou o soldado do movimento... Antes eu era amigo do Alex, só que ele soube que minha namorada era prima do TH, fez mó maldade com ela, tá ligada? Nunca vou esquecer isso. -Ele diz com o semblante tristonho. Mordo os lábios e olho de lado

-Sua historia é triste, mas eu não confio em você. -Digo e ele se levanta e se aproxima de mim ainda com a arma na mão.

-Tu deveria confiar, eu seria um bom aliado. -Ele diz pondo a arma na cintura e colocando a mão na maçaneta. -Mesmo que não tu queira a minha ajuda, fica suave que não irei dedurar tu para Alex.

Ele saiu do meu quarto e eu fiquei pensativa, abri a bolsa e olhei agenda. Quem mais iria entender essa embolação a não ser alguém do movimento mesmo? Ele seria de boa ajuda e quem sabe conseguiria sair daqui o mais rápido possível. Abro a porta e desço as escadas correndo, e por sorte o encontro ainda na sala abrindo a porta.

-Ei, espera. -Grito e ele para em frente à porta que estava meio aberta. -Eu vou precisar da sua ajuda. -Digo.

Talvez me arrependa dessas palavras, mas nesse momento oque eu mais quero é sair dessa favela e contar com ajuda de um dos caras do movimento é de grande ajuda. Não quero ser a mulher do Alex para conseguir informação então optarei pelo jeito fácil.

Ele fecha a porta da sala e subimos de volta para o meu quarto, fecho a porta e ele me olha com um sorriso no rosto.

-Eu sabia que tu ia mudar de ideia, tu não é burra não mina.