Capítulo 49

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Eva narrando:

-Tem que leva-la ao médico, Alex. –A voz do deus grego ecoava pela minha cabeça.

-Ela está acordando. –Ouvia outra voz irreconhecível.

-Ela está ferida, precisamos cuidar disso.

-Eu sei, eu vou cuidar dela. –A voz do Alex soava ofegante, talvez, preocupado.

Mesmo com dificuldade para abrir as pálpebras, eu continuava sentido a ardência no meu ombro.

Ouvi um barulho de rasgado na minha blusa, perto da região ferida. Alex põe a mão em cima da ferida, em uma tentativa falha de me ajudar.

-Não toca... –Sussurro.

Abro os olhos devagar e encontro Alex e o deus grego quase em cima de mim, os dois com os semblantes atordoados. Virei o rosto e vislumbrei o sangue e a ferida no meu ombro, passei os dedos com cuidados ao redor e por sorte o tiro pegou de raspão, mas ainda assim doía para chuchu.

-Foi de raspão. –Digo ainda olhando o ferimento.

Talvez eu tenha desmaiado pela agitação e o nervosismo.

-Eu preciso de água quente, álcool e um pano limpo. –Peço e Alex fica imóvel, me encarando sem entender. –Se eu não limpar a ferida, pode infeccionar. –Explico.

-Eu vou arranjar. –Disse o deus grego, me olhando preocupado.

-Obrigada. –Aceno com a cabeça e mordo o lábio, impedindo os meus grunhidos de dor.

-Tu vai ficar bem, eu prometo. –Disse Alex que segurava a minha mão com força e em seguida a enchia de beijos.

Neguinho estava no quarto me olhando atento.

-Eu não vou morrer neguinho. –Brinco e ele sorrir, aliviado.

-Eu já sabia. Você é mais forte que um elefante. –Comentou, me fazendo rir.

-Não me faça rir. Isso está doendo. –Digo sorridente e Alex olha feio para o neguinho.

Em seguida, sem falar nada, neguinho sai do quarto, me deixando a sós com Alex.

-Eu fiquei com medo de perder tu. Aquela vadia é louca, mas... agora ela não é mais problema. –Disse levando minha mão aos seus lábios.

-Obrigada. –Digo sentindo as lágrimas brotarem em meu rosto. –Você é um bom homem, Alex. –Passo a minha mão, um pouco suja de sangue, em seu rosto, acariciando-o.

Apesar de ele ser oque é, ele é até bom comigo, me aceitou do jeito que sou, no entanto não justifica e nada disso vai mudar oque sinto por ele. Eu tenho pena dele porque ele acredita num amor que nunca vai ser verdadeiro.

-Eu te amo, muito.

Ele tentou beijar minha boca, mas ao virar o rosto, seus lábios tocaram a minha bochecha. Sorri para ele tentando amenizar a situação.

-Não se preocupa. Vamos embora daqui hoje mesmo, ou amanhã se você não estiver se sentindo muito bem. –Comentou. –Já mandei jogar o corpo da vadia dentro da vala e logo vamos meter o pé. Eu tenho um sitio longe daqui e já tá tudo pronto pra nós irmos pra lá. Mandei arrumar do jeitinho que você gosta. –Ele me olhava esperançoso. –Vamos começar nossa vida longe de tudo. Vai dar tudo certo.

-Alex... –Balbucio.

Estava em choque, mal percebi a presença do deus grego, parado na porta ouvindo com a atenção oque Alex dizia.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora