Eva narrando
Meu filho estava com uma arma apontada na cabeça e a única coisa que eu conseguia fazer além de chorar, era gritar pela vida dele. Rafael estava fora de si, até o modo que ele olhava era diferente. Ele estava longe de estar lúcido.
—Eu vou atirar. —Dizia repetidamente.
—Não, não, por favor, Rafael, não. Atira em mim, não no meu filho. —Gritava.
Dei um passo à frente e foi o suficiente para ele destravar a arma. Lorenzo chorava gritando por mim, desesperado.
—RAFAEL SOLTA A ARMA E VAMOS CONVERSAR. —Heitor insistiu.
—Conversar o quê? —Ele olhou para mim. —Eva me abandonou. Feriu-me quando matou a minha irmã e mesmo eu dando outra chance a ela, ela não me quis. —Choramingou.
—Vamos conversar Rafael. Eu quero ficar com você. —Minto.
Ele rir debochado.
—Não, você não quer.
—Lorenzo, meu amor, fica calmo. Mamãe está aqui. —Falo olhando em seus olhos.
—Não se aproxima Eva. —Heitor ordenou.
Os outros policiais pediram reforços e eu não aguentava mais essa agoniação. Era meu filho ali precisando de mim e não me importava com mais nada.
Dei mais alguns passos em direção ao meu filho, mesmo com a arma apontada para mim e ao mesmo tempo para o meu filho.
—EVA, SE AFASTA. —Gritou Heitor.
—Não estou armada, Rafael. Por favor... —Digo
Tudo foi muito rápido, só vi Lorenzo correndo em minha direção aos prantos e em seguida um barulho de tiro. Por instinto o abracei, protegendo de qualquer coisa. Virei-o contra o barulho da direção do tiro e formei uma espécie de escudo para o mesmo. Senti algo perfurar minhas costas e uma ardência profunda me fez soltar um gritinho de dor.
—Mamãe. —Meu filho chorava, aninhado em meu corpo. Eu o protegi de todas as formas possíveis.
—Está... tudo bem... —Digo com muita dificuldade.
Sinto o gosto de sangue na minha boca e um calafrio percorrer todo o meu corpo.
—EVA! —A voz de Heitor, misturado com a de Rafael, me gritava insistentemente.
Quando olhei para trás, Rafael estava mobilizado no chão e a arma jogada a distância dele, policiais fazia uma roda perto dele e tudo para mantê-lo preso. Heitor se aproximou de mim e tocou no lugar onde a ardia e mesmo sentindo muita dor, ele fez uma pressão. Pude ver sua mão ensanguentada após ter me tocado.
Seus olhos me transferiam medo e pavor. Desde sempre, Heitor sempre foi um rapaz que nunca conseguia guardar suas emoções para si mesmo, é muito transparente quando ver que algo está errado. E era isso que eu enxergava em seus olhos azuis.
Naquele momento eu sabia que talvez não fosse conseguir ver meu filho se tornando um homem e muito menos formando a sua família e tendo seus bebês.
Merda.
—Mamãe por que você está sangrando? —Lorenzo perguntava com um tom de preocupação, ele chorava mais ainda abraçado comigo.
—Mamãe está bem. —Minto.
—Você vai ficar bem, Eva. Vem... vou te levar para o hospital. —As palavras de Heitor entravam na minha cabeça, mas eu não conseguia compreender perfeitamente.
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OPERAÇÃO NO MORRO
DragosteEva? Uma mulher forte, determinada e orgulhosa. Está na luta para banir o tráfico no complexo do alemão. Não gosta de bandidos e fará de tudo para deter cada um deles. Guilherme? Um homem guerreiro, gerente do tráfico do complexo do alemão, braço d...