OPERAÇÃO NO MORRO

Capítulo 48

Eloá narrando:

Não preguei meus olhos nem por um minuto, até porque não dava mesmo. Alex roncou a noite inteira, coisa que ele nunca fez, parecia bem cansado, talvez eu tenha até ajudado no fim das contas. Havia amanhecido a luz do sol refletia o quarto, iluminando o mesmo.

Retirei o braço pesado de Alex de cima da minha barriga e com cuidado me afastei do seu corpo. Ouvi um grunhido de protesto dos seus lábios, mas o ignorei.

Levanto-me sentindo um pouco de dor por todo o corpo, parecia que um trator acabara de passar por cima de mim. Ajeito minha blusa e caminho para janela com o coração nas mãos. Pensei no meu deus grego a noite inteira. Estou tão aflita e com medo, esse meu lado é irreconhecível até mesmo para mim. Mas depois de tudo que passei, é até normal ter medo.

Não avistei seu carro, isso significa que ele não veio desde a hora que liguei para ele, por um lado me tranquiliza em saber que ele não chegou ainda e não vai precisar presenciar me ver ao lado de Alex, mas por outro, fico nervosa por não ter noticias dele. Eu sei que posso confiar nele e que ele fará de tudo para me ajudar, mas temo pela sua vida. Eu o amo demais e não quero, de forma alguma, que ele se arrisque por mim.

Escuto a cama ranger e quando viro o olhar vejo dois pares de olhos sobre mim, observando-me.

-Eloá? –Chamou Alex, esfregando os olhos. –Oque aconteceu? Inferno que dor de cabeça. –Reclamou, sentando-se na cama.

-Bom dia. –Cumprimento e me aproximo. –É melhor tomar um remédio.

Deposito um beijo na sua testa e ele estreita os olhos.

-A gente... –Indagou referindo-se ao sexo.

-Não! Você estava cansado, querido, não se lembra? –Passo minhas mãos em seu rosto, acariciando-o.

Ele suspira fundo e beija a palma da minha mão direita.

-Desculpa. Eu só lembro-me de ter bebido o vinho e...

-Shi, você bebeu demais e também estava cansado. –Explico com um sorriso forçado nos lábios. –Não tem porque se preocupar com isso.

Ele bufou e depois balançou a cabeça concordando, dando por vencido com as minhas justificavas.

Sorri e ele me puxou pela nuca, selando nossos lábios.

Enquanto ele me beijava com o desejo a flor da pele, eu contava os minutos mentalmente para que aquilo terminasse. Ele me soltou depois de trinta segundos, contados mentalmente na minha cabeça, mas ainda assim depositava vários selinhos nos meus lábios.

-Alex. –Tento interromper.

-Eu te amo. –Disse, segurando o meu rosto e me encarando com um brilho no olhar.

Arregalei os olhos surpresa e muito assustada.

Por que raios ele tinha que falar isso e complicar mais a minha situação? Eu não o amo, antes eu tinha um sentimento pequeno por ele, mais parecido com afeição, mas agora, nem isso tenho. Ainda mais depois de ter se juntado com a vaca da Luana. Tudo que eu passei foi por causa dele, não diretamente, mas indiretamente sim.

Ele foi o causador do meu sofrimento, das minhas perdas, só que ao mesmo tempo foi através dele que eu conheci o meu deus grego. Não sei se será o homem da minha vida, tudo pode mudar daqui por diante, no entanto, eu amo e sinto uma palpitação no coração toda vez que o vejo que nunca foi sentida.

-Não precisa ficar surpresa. Tu sempre soube oque eu sentia por você.

-É-é que... –Gaguejo.