Capítulo 61

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Eva narrando

Alex não veio falar comigo depois da madrugada de hoje, e graças a isso, tive mais tempo para pensar e racionar passo a passo a minha nova estratégia. Agora a minha operação é sair desse morro e de queda, sumir das vistas de Alex e da polícia com o meu filho. Essa não era a vida que eu queria para o meu filho, mas agora não tenho escolhas. Ou é isso ou não é nada.

E eu quero viver ao lado do meu filho!

Arrumo Lorenzo e desço para tomar café. Já era dez horas e a casa permanecia num silêncio absurdo, que arrepiava até o último fio do cabelo.

-Fome, mamã. -Resmungava Lorenzo.

-Espera um pouco, filhote. -Pedi.

Cheguei à sala e Amanda estava sentada no sofá, ao lado de um homem, eles montava e desmontava a pistola, sorridentes.

-Ialá, tá mais rápida do que eu, Mandinha. -Disse o rapaz com a voz grave.

Desvio o olhar de Lorenzo e Amanda me censura com os olhos.

O homem de pele clara, com um cabelo curto pintado de loiro tingido me olhou de cima a baixo, malicioso. Suspiro fundo e continuo o meu caminho até a cozinha, quando cheguei tinha uma mulher baixinha lavando as louças, o seu olhar se encontrou com o meu e se arregalou na mesma hora. Será que me conhece?

-Quer alguma coisa? -Perguntou enxugando as mãos no pano.

-Tem biscoito? Leite? Alguma fruta? -Indaguei e ela acenou, assentindo.

Sorri presunçosa.

Ela me entregou algumas frutas, que por sinal era as mesmas que o Lorenzo gostava, depois os biscoitos de maizena. Lorenzo comeu tudo, fiquei feliz pelo meu pinguim está saudável, apesar das circunstâncias. A mulher me entregou uma cesta de pão doce e deixou a jarra de suco sob a mesa, me servi.

Depois de café tomado, Amanda apareceu ao lado do seu amigo. Os dois não sorria como antes.

-Já tá de barriga cheia, madame? -Perguntou, com deboche.

Revirei os olhos e limpei a boca com o guardanapo que ali tinha.

-Sim, madame. -Respondo com ironia.

-Essa é a tal da Eloá, a policial sacana? -Indagou o rapaz, que me arrepiava dos pés a cabeça.

-Meu nome é Eva para a sua informação. -Respondo e ele põe a mão na arma que estava na cintura.

Por ele está sem camisa, deu para ver em seu peitoral diversas tatuagens, e uma delas era de um fuzil ao lado do palhaço. Suas sobrancelhas grossas o deixava com mais cara de mau e mais horripilante ainda.

-Melhor tu ficar quietinha ou enfio essa porra na tua boca, caralho. -Ameaçou, entre dentes.

Engoli em seco e apertei meu filho contra o meu peito.

-Respeita o novo general, Eva. Ele não é tão bonzinho quanto o meu irmão. -Avisou.

Levantei e tentei sair de perto dos dois, pois a minha cabeça doía só de ouvir a voz de Amanda, mas fui parada pela mão áspera do tal do general. Na mesma hora, segurei Lorenzo com mais força. Encarei o rosto daquele homem e seus olhos jorrava raiva, os mesmos estavam avermelhados iguais o do Alex, com certeza acabara de usar maconha. E o seu cheiro não me agradava nem de longe.

-Tu pensa que vai onde?

-Para o quarto. -Respondo, olhando para os seus olhos castanhos.

-Nada disso. Larga esse moleque com a tia ali e vem comigo pra boca. -Disse, fazendo meu coração disparar.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora