Bônus

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Três anos e três meses depois.

Hoje era o dia das mães e tinha visitas. Então já deve imaginar a minha felicidade, certo? Meu filho estava vindo me ver, e hoje em especial, poderei toca-lo. Abraça-lo, beija-lo. Conversar com ele pessoalmente, sem nenhum obstáculo a minha frente. Em todos esses anos ele sempre veio me ver com a mesma alegria de sempre. Ele me contava sobre a escola, seus amiguinhos e também sobre os desenhos que ele mais gosta. Além disso, ele fala muito do ''papai Alex''. Outra coisa que me irritou bastante foi quando descobri que Lorenzo estava chamando Alex de pai, e pior de tudo é que Alex consentia e incentivava isso.

Conversei com Lorenzo e pedi para ele não chamar Alex de papai, e foi nesse momento que ele perguntou onde estava o papai dele já que Alex não era. Não pude dizer a verdade, primeiro porque não é hora certa pra falar e também porque não sabia o que dizer.

No entanto, essa historia toda de ''papai Alex'', me irrita e me entristece ao mesmo tempo. Não consigo acredita que Alex se aproveitou da inocência do meu filho para ter qualquer tipo de relação comigo. É infantil isso.

—Hoje você está mais feliz. —Comentou Soraya.

—Hoje vou ver o meu filho! —Digo alegre.

—Pequeno Lolô vai vir hoje?

—É claro.

Arrumo os cabelos deixando-os mais arrumado possível. Faço um coque despojado e arrumo aquele uniforme horroroso. Peguei o presente que eu havia feito na aula de artesanato que agora estamos tendo todas as quartas feiras. Aprendi fazer um carrinho com caixa de leite, e fiz um para Lorenzo já que ele adora carrinhos. Fiz com todo o meu amor e ficou muito bonito.

Esperei ansiosamente pela chegada da carcereira e quando deu o horário ela veio até a minha cela e me chamou.

Ela me algemou e em seguida caminhamos até a ala de visita. Não demorou muito para chegar e finalmente pude ter o contato com o meu filho.

Ele correu até a mim e eu o abracei mesmo estando algemada. Enchi-o de beijos calorosos e palavras afetuosas.

—Meu amor que saudades do seu cheiro, dos seus abraços... —Falei, abraçando-o mais forte.

A carcereira teve que interromper o momento para tirar as algemas. Como hoje era dias das mães poderíamos ficar sem algemas até o termino da visita. Agradeci e peguei meu tesouro no colo. Ele estava forte e um pouco alto. Além de lindo. Muito parecido com o pai.

Lorenzo já tinha cinco anos e, apesar da pouca idade, entendi perfeitamente as coisas. Era um ótimo aluno da escolinha, além de ser muito amoroso e gentil com todos as sua volta. Tia Elisa esbanja elogios para ele.

—Estava com saudades mamãe. —Falou me abraçando com mais força.

—Também estava meu amor. Olha. —Mostrei o carrinho com um sorriso enorme no rosto. —Mamãe fez pra você, amor.

—É lindo mamãe. É o melhor carrinho... —Disse de maneira simpática. -Também comprei um presente bonito pra você, mas não deixaram trazer. —Diz entristecido. 

—Você é o meu presente. —Digo dando mais um beijo nele. Ele sorrir. 

Tia Elisa me abraçou e me encheu de beijos, em seguida Catarina. Ela e seu barrigão me receberam calorosamente. Ela já tinha se casado e agora esperava uma menininha, não podia estar mais feliz.

—Como vocês estão? —Pergunto.

Lorenzo estava no meu colo se divertindo com o carrinho. Beijei o topo da sua cabeça e sorri animada.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora