Capítulo 50

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Guilherme narrando:

Alex continuou me encarando, incrédulo, sem reação. Já faz alguns minutos que Eloá desceu com o neguinho e até agora não saiu uma palavra da boca de Alex.

-Não vai falar nada? –Indago, e ele consente com a cabeça.

-Tem algo a ser dito? –Seu tom era sério, quase irreconhecível.

-Não era pra ser assim... eu não queria que fosse assim, mas aconteceu. Eu amo ela mais do que minha própria vida. Sei que é bizarro ouvir isso da minha própria boca, mas é a verdade e eu queria muito que tu entendesse os meus motivos...

-Entender os seus motivos? Tu me traiu. Achei que tu fosse meu brother. Podia ser qualquer um, menos você.

Seguro com firmeza a minha arma e abaixo o olhar.

-Alex...

-Eu não vou deixar isso barato. Ela é a minha mulher, tá esperando um filho meu e não vai ser você, um filho da puta talarico que vai tirar ela de mim.

Encaro-o e vejo em seus olhos o seu ódio por mim, à maneira que ele firmava sua mandíbula e semicerrava seus olhos, da mesma forma que olhava para os seus inimigos. Talvez eu seja o seu mais novo inimigo. Só de pensar nisso, meu peito se aperta. Logo a gente que éramos tão apegados um ao outro, e agora nos vemos num beco sem saída.

-Oque você pretende fazer?

-Tu sabe oque eu faço com os meus inimigos.

-Agora sou o seu inimigo?

Ele suspira fundo.

-Você não consegue entender que a gente se ama e que nada vai mudar isso, porra?

Alex começou a rir, forçadamente. Isso me estressava.

-VOCÊ E ELA NUNCA VÃO FICAR JUNTOS. TU SEDUZIU ELA PELAS MINHAS COSTAS E AGORA QUER TER ELA PRA VOCÊ?

Ele negou com a cabeça, cerrando os punhos.

-Lembra quando éramos jovens e a gente fez uma promessa de que nunca iriamos brigar por ninguém e muito menos iria atrapalhar a felicidade do outro?

Ficamos em silêncio.

***

(FlashBack on)

-Toma. –Alex cutucou o meu braço e me passou o cigarro.

-Ai mano, o tio Henrique tá puto com a gente. –Digo rindo, e tragando o cigarro.

-Sem motivo nenhum. –Comentou rindo também.

-Tu não devia ter matado aquele noiado só porque o filho da puta devia seu pai, mané.

-Mas as coisas funcionam assim, Gui. Se tu der corda acaba se enforcando. –Ele pede o cigarro, e logo o põe na boca. -Meu pai sabia que ele não iria pagar. O filho da puta não tinha a onde cair morto, eu fiz um favor pra ele.

-Mesmo assim, seu pai acha que fizemos errado.

-Relaxa, logo ele vai esquecer isso. –Disse confiante.

-Tomara.

Estávamos sentados em cima do muro baixo da casa da mãe do Alex, ficávamos ali para vigiar as meninas chegando da escola. Alex me obrigava a ficar ali só para ele ver a Carol chegar com o seu mini-short.

-Mano, vamos jogar bola. –Peço e ele revira os olhos.

-Cara, esse horário é sagrado. Tu sabe que é muito melhor ver as novinhas dos peitinhos duro do que jogar bola com aqueles marmanjo. –Disse, desviando o olhar.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora