Eva narrando
Tentava abrir os olhos, mas não conseguia. Mesmo me esforçando para abrir, parecia que eu não tinha força para tal. Minha nuca doía, na verdade meu corpo todo. Não me movi e nem soltei nenhum grunhido. E foi então que eu comecei a me lembrar de tudo oque houve. Quando estava com Lorenzo no meu colo, ele foi retirado abruptamente dos meus braços, por ordem do próprio Alex, esse capeta dos infernos. Quando tentei reagir, ele me deu uma coronhada na minha nuca e eu apaguei de vez. A única coisa que eu ouvi antes de desmaiar foi o choro do meu pinguim. Um choro misto de desespero com medo.
Meu peito se contraiu com a dor após lembrar-se do meu pinguim e de repente, como uma leoa que protege seus filhos de qualquer ameaça, eu abri os olhos e me surpreendi ao notar que estava num quarto. Sobressaltei do colchão onde estava deitada. Olhei ao redor e não tinha nenhuma mobília, apenas o colchão.
Passei a mão na nuca e a dor não era nada comparada ao meu desespero sem saber a onde eu estava e o que aconteceu com meu filho... com Guilherme.
Engoli em seco.
Sem pânico, sem pânico, sem pânico.
Repetia aquelas palavras insistentemente.
Respirei fundo e com dificuldade, me levantei. Apoiei minha mão na parede e me levantei de vez. Por incrível que pareça, não tinha sequer uma janela. Só uma porta e uma báscula de vidro de insulfilm, não conseguia diferenciar se era dia ou noite.
Caminhei até a porta e pus a mão na maçaneta e a mesma estava trancada, tentei não entrar em pânico, o que era bem difícil.
-Onde estou? –Sussurrei tão baixo que achei que estava pensando.
Eu estava com a mesma roupa que estava antes em casa e isso provavelmente significava que eu ainda estava na Colômbia. Não era possível Alex ter-me trago para outro lugar fora da Colômbia. Ou é?
-Que dia é hoje? Será que é de manhã?
Comecei a chorar, estava assustada e com medo. Mal conseguia respirar direito.
Bati na porta, comecei a gritar por ajuda. Parecia que ninguém me ouvia. As paredes pareciam que estava se fechando e que eu iria morrer asfixiada ali. Deslizei pela porta até chegar ao chão e continuei batendo na porta, mesmo estando fraca.
-Alex. –Chamava. –Socorro. Por favor, me ajude. –Implorava.
Meu estômago roncava de fome e a minha sede foi aumentando assim que comecei a gritar.
-Por favor. –Sussurrei.
Gritei o máximo que eu podia e ninguém apareceu. Colei meu ouvido na porta e eu não conseguia ouvir absolutamente nada, sequer uma risada. Achei que o meu fracasso era divertimento para eles.
Subi o olhar para a báscula, talvez se eu gritasse por ali alguém me ouvisse. Ergui-me de volta e mesmo não alcançando, comecei a gritar e pular ao mesmo tempo para que a minha voz saísse mais alta.
Nada.
Nenhum sinal.
Alex me colocou nesse lugar para me matar, é isso. Ele quer se vingar de mim e por isso me deixou aqui, para eu morrer de fome. Se ninguém me ouviu é porque não há ninguém para ouvir.
Ele me trouxe para o meio do nada.
Não, não, não, por favor.
Meu pinguim...
Sento no colchão e abraço meus joelhos. Meu bebê deve está tão assustado e amedrontado...
E se ele...
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OPERAÇÃO NO MORRO
RomansaEva? Uma mulher forte, determinada e orgulhosa. Está na luta para banir o tráfico no complexo do alemão. Não gosta de bandidos e fará de tudo para deter cada um deles. Guilherme? Um homem guerreiro, gerente do tráfico do complexo do alemão, braço d...