Capítulo 33

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"Enquanto o mundo for mundo, enquanto a terra girar, enquanto houver um segundo, não deixarei de te amar."  


Eloá narrando:

Cheguei ao pé do morro, e avistei vários carros do Bope, policial federal, civil e militar. E havia até participação do exército, juntamente com o seu carro de tanque. Fico dentro do meu carro por alguns minutos e choro lembrando-me de todos os momentos que eu passei nesse morro, e de como cheguei. Tudo vai terminar hoje...

Limpo as lágrimas e suspiro fundo, a dor incômoda da minha costela ainda não havia passado. Escuto o barulho do meu celular tocando e vejo que era Rafael, rejeito a chamada e saio do carro segurando a minha arma. Caminho em passos largos até onde estava o comandante. Todos os policiais parados ali me olhavam de boca aberta, pareciam surpresos ao me vê.

Cutuquei o comandante e me apresentei a ele, fiz toda a cerimônia e ele me olhava como se visse um fantasma.

-Comandante. –O saúdo e ele me cutuca.

-Você está viva, menina Eva. –Disse passando a mão em meu rosto. –Onde estava esse tempo todo? Pensei que estivesse morta, por isso adiantei logo a invasão.

-Eu quase morri senhor, mas Deus me deu uma segunda chance e agora quero entrar nesse morro e cumprir minha missão. –Digo e ele nega com a cabeça.

-Você está pálida, ferida... –Ele diz encarando para o roxo da minha boca. –De jeito nenhum que eu a deixo entrar nisso. Está perigoso lá dentro, muito tiro desde ontem. Esses traficantes não se rendem de forma nenhuma. –Ele diz suspirando fundo.

-Por favor, Comandante William, eu preciso terminar oque comecei. Minha saúde está boa e eu prometo fazer um bom serviço. –Imploro olhando em seus olhos

-Eu não sei Eva... –Ele diz meio encabulado.

-EVA! –Gritou uma voz atrás de mim.

Virei-me e vi Heitor com os olhos avermelhados e com o cabelo e o rosto completo de suor. Ele correu até mim e me abraçou. Senti minha costela doer mais com o aperto de seu abraço.

-Heitor... me solta. –Peço me faltando ar.

Ele me soltou e me olhou de cima a baixo, e logo seus lábios colaram ao meu, me fazendo sentir dor.

Empurro-o sem força nenhuma, e quase ele não se move, mas ele me solta.

-Você está machucada... Você está viva. –Ele diz me enchendo de beijos. –Você voltou... Meu Deus Eva, me diz oque houve? –Implorou por noticias.

-É uma longa história. Depois te conto. –Digo e limpo meus lábios. Volto a olhar para o Comandante. –Por favor, me deixa ir. –Peço novamente e ele respira fundo.

-Tudo bem, mas tem que me prometer que vai sair de lá viva e sem nenhum arranhão, ouviu bem? –Ordenou e eu consenti. –Você tem muito oque me contar ainda. –Disse e voltou a conversar com outros policiais.

-Você vai entrar no morro? Tá louca Eva? –Disse Heitor me tirando dos meus pensamentos.

-Eu vou sim. –Digo por fim e caminho para o grupo de policial que iria subir agora. –O senhor é o capitão? –Pergunto para um homem alto e forte.

-Sim, e você quem é?

-Cabo Eva, era eu quem estava como a informante no morro, o comandante William permitiu que eu entrasse. –Digo e ele me olha de cima a baixo, me analisando.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora