Capítulo 80

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Eva narrando:

Acordo um tanto sonolenta, abro as pálpebras lentamente. O sol já estava invadido o quarto todo com a sua claridade, me fazendo perder o sono. Senti meu corpo sendo puxado e apertado pelas mãos fortes de Guilherme, quase não me deixando respirar.

Mal dormi essa noite. Não conseguia acreditar que fosse ele ao meu lado, depois de tantos anos sofrendo por sua morte que na verdade nunca existiu.

Por algum motivo completamente doido não conseguia parar de pensar no Alex e no que eu fiz essa noite. Não devo satisfação a ele, principalmente depois dele ter mentido para mim, mas ainda assim me sinto mal por ter ficado com Guilherme sem nem hesitar, sendo que mais cedo quando Alex queria ficar comigo dei pra trás. Talvez no fundo eu já soubesse que Guilherme nunca tinha morrido.

Tento retirar suas mãos de cima de mim vagarosamente, com todo cuidado possível, mas foi em vão. Ele me puxou para mais perto de si, mesmo estando dormindo.

—Guilherme... —Chamo-o.

—Não ouse se levantar agora. —Disse com a sua voz mandona de sempre.

—É sério, eu... —Tento argumentar com toda paciência possível.

Não sabia como iria dá um jeito nessa bagunça toda. Mas a primeira coisa a se fazer agora é conversar com Alex, mesmo já ciente de toda a verdade. Preciso dá um voto de confiança a ele e saber os reais motivos dele ter mentido. Além do mais tenho que preparar Lorenzo quando ele ver Guilherme e dizer quem é o verdadeiro pai dele.

Céus, é muita coisa para uma pessoa só. Não sei como ele irá reagir, só sei o quão trabalhoso vai ser para fazê-lo entender.

Escuto uma batida na porta e em seguida a voz de Lorenzo. Droga. Olho o relógio ao lado da cabeceira e me assusto ao ver que era quase nove horas.

—MAMÃE! —Gritou batendo na porta.

—Droga. —Sussurro e retiro à força a mão de Guilherme sobre a minha cintura. —Já estou indo filho. —Grito de volta e sento na beirada da cama.

Pego o meu pijama do chão, ponho a blusa e quando ia me levantar pra por o short, Guilherme me puxa em um solavanco.

—Ou... —Reclamo.

—É Lorenzo? —Indagou curioso.

Assenti e ele sorriu de felicidade. Ele se levantou e pôs a calça todo apressado. Pus o short e parei a sua frente, tentando entender o que ele queria fazer naquele momento.

—O que vai fazer? —Pergunto pondo a mão em seu peito desnudo.

—Vou conversar com o meu filho. Ele deve estar com muitas saudades de mim e... —Ele colocou a camisa e ajeitou o cabelo com a mão mesmo.

—Guilherme eu acho que agora não é o melhor momento. Deixa-me conversar com ele primeiro, prepara-lo.

—O quê?

Respiro fundo, mantendo a calma.

—Não quero que você diga tudo para ele de uma vez. As coisas mudaram Guilherme. Ele não é mais um bebê, é um menino muito inteligente e eu tenho medo de que todas essas informações possam afeta-lo ou traumatiza-lo.

Ele riu debochado.

—Meu filho não ficará traumatizado por eu ter voltado. Sou o pai dele, Eva. Desencana. —Disse e saiu da minha frente.

Abri a boca para impedi-lo, mas ele abriu a porta, por sorte Lorenzo já não estava mais na porta esperando. Respirei um pouco mais aliviada.

—Guilherme, não... —Pego o meu robe do chão e o visto.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora