Capítulo 37

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Eva narrando:

Cheguei ao aeroporto, cansada, parecia que dez caminhões haviam passado em cima de mim, a viagem toda foi uma droga. O passageiro ao meu lado não parava de falar um minuto, em cinco em cinco minutos, me fazia perguntas. Senti-me até famosa, mas me incomodou bastante.

Como não detalhei muito sobre que horas iria chegar a Goiânia para a minha tia, tive que esperar um táxi disponível do lado de fora, foi uma luta inconstante. Fiquei parada com as minhas malas igual cachorro sem dono, nenhum táxi passava e os que passavam estavam já ocupados. O calor de Goiânia me fez lembrar-se de antigamente, de quando eu era criança. Apesar do calor infernal que fazia me senti a vontade em estar de volta para o lugar de onde nunca devia ter saído.

Em quanto esperava, ouvi alguém me chamar atrás de mim. Virei-me e encontrei o mesmo rapaz que estava sentado ao meu lado no avião, seu nome era Caio, ele era jovem e bonito, seus cabelos loiros fazia um belo contraste com seu rosto, sua pele era de um tom claro que parecia ser neve, seus olhos cor de mel eram perfeitamente brilhantes.

-Oque foi? –Pergunto meio grosseira.

Ele suspirou fundo e passou a língua entre os lábios rosados.

-Eu só... bom... é que você está esperando um taxi né? Ai eu tô de carro, pensei em te dar carona, claro se você quiser. –Disse meio sem jeito, olhando para o chão e depois para mim.

Não acredito que fui tão grosseira com um cara que só queria me ajudar. Estou me tornando numa mulher de vinte e quatro anos, completamente rabugenta.

-Desculpa... não estou em um bom dia, ou melhor numa boa tarde... dane-se você entendeu né?

Ele acena com a cabeça, meio constrangido, suas bochechas estavam coradas.

-Quer saber? Eu aceito sua carona, mas antes de mais, se você tentar algo contra mim, eu acabo com você. –Ameaço e ele arregala os olhos.

-E-eu... não, eu não vou fazer nada de ruim com você... eu só..

-Já entendi, agora vamos, onde está seu carro? –Saio puxando ele pelo braço e empurrando minha mala.

Ele apontou para um carro preto, um Corolla, incrivelmente limpo.

-Belo carro. –Elogio e ele sorrir.

-Obrigado.

Colocamos a mala no porta-malas e ele deu partida. O ar condicionado refrigerava o meu corpo quente, minhas pálpebras não se aguentava em ficar abertas.

-Então você é daqui mesmo ou é turista? –Indagou Caio, me fazendo acordar de vez.

-Você é algum tipo de investigador? É da CIA? FBI? Qualquer coisa do tipo? –Pergunto olhando para ele. Sei o quanto estava sendo grosseira, acho que era até proposital. Não queria me aproximar de homem por alguns meses, talvez anos. Quero me amar primeiro e retomar oque eu era.

Ele começou a rir, talvez por constrangimento, ou porque era engraçado oque havia dito.

-É sério, você faz perguntas demais. –Digo séria.

-Não sou nada disso, sou filho de um deputado federal, trabalho numa empresa conceituada aqui de Goiânia e estou abrindo outras filiais em outros estados, inclusive no Rio. –Disse se exibindo, virou-se para mim quando o sinal fechou. –E você? Calma! Deixa-me advinha. É uma filhinha de papai, adora viajar, compra tudo oque quer e tem tudo oque deseja aos seus pés, acertei? –Ele diz puxando o ''r'' demais.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora