Capítulo 2

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Quando acordei, estava no meu quarto, mas não lembrava de ter subido dois lances de escadas. A porta do quarto de Matthew estava fechada. Olhei ao redor no corredor, mas não havia ninguém. Fui para o banheiro, tomei uma ducha e desci para tomar café.

— Bom dia, Jasmim — disse ao entrar na cozinha. Ela me entregou um pedaço de bolo.

— Bom dia, Emma — respondeu ela, colocando uma bandeja com o café da manhã ao meu lado. Logo depois, um copo de suco de laranja foi depositado sobre a bandeja.

— Você precisa entregar os remédios para o Matthew às nove horas — ela explicou. Depois de uma conversa, saí um pouco para a rua e avistei uma enorme piscina que me deu vontade de pular lá dentro.

Quando deu nove horas, peguei a bandeja e fui até o quarto do Matthew. A porta estava entreaberta, então tive a curiosidade de espiar lá dentro. Empurrei a porta devagar e vi uma cama de casal enorme com um banheiro. Havia uma mega TV em frente à cama e cortinas douradas tampando a bela paisagem que se via pela janela. Como não o vi, bati na porta.

— Vai bater na porta só agora? — uma voz masculina vinda de trás de mim me assustou, fazendo-me deixar cair a bandeja no chão.

— Oh, me perdoe — disse, descendo correndo as escadas. Peguei um copo de suco de laranja, um pano, e subi novamente. Ele estava no mesmo lugar, parado, encostado na parede do corredor.

— Para os remédios — falei, entregando-lhe o copo. Logo depois, peguei os remédios do bolso e entreguei a ele.

Me ajoelhei no chão e comecei a limpar a sujeira que fiz, mas me surpreendi quando ele se agachou ao meu lado e juntou o pedaço de bolo que estava espalhado perto do canto da porta.

— Desculpe, sou um pouco desastrada — tentei puxar assunto.

— Todos somos desastrados — ele riu enquanto recolhia a sujeira.

— Vou ter que buscar outro pano — disse ao ver o pano que tinha pegado todo encharcado.

— Não precisa... — ele se levantou e tirou a camisa, revelando várias tatuagens. Fiquei olhando com cara de boba.

— Perdeu alguma coisa? — Sua voz grave voltou, trazendo-me de volta à realidade.

— Não, não, Matthew — falei, quase gaguejando. Ele me entregou a camisa, entrou no quarto e bateu a porta.

Grosso, estúpido e ignorante. Depois que terminei de limpar, fui para a lavanderia, lavei a camisa, estendi no varal e fui até Judith.

— Judith, será que eu posso usar a piscina? — perguntei, um pouco envergonhada.

— Claro que pode. Dona Katherine sempre nos deixa usar a piscina dos fundos — respondeu Judith.

— Obrigada, Judith! — agradeci antes de sair da sala.

— Me chame apenas de Jud — ela disse com um sorriso, fazendo-me sentir bem tratada.

Subi para o quarto, vesti um biquíni e coloquei uma toalha em volta do corpo. Passei pelo quarto do Matthew, que estava fechado. Desci as escadas e fui até a piscina dos fundos. O sol estava ótimo para um banho de piscina. Estendi a toalha na borda da piscina e comecei a mergulhar. Depois de alguns minutos, decidi tomar sol. Como sempre, tirei a parte de cima do biquíni e a coloquei ao lado da toalha. Fiquei deitada de costas por algum tempo. Quando decidi pegar o biquíni, percebi que ele havia sumido.

Cobri-me com a toalha e tentei ver se ele havia caído na piscina, mas não encontrei nada. Então, notei algo pela janela: Matthew estava na varanda com meu biquíni na mão.

— Você é totalmente maluco! — gritei, tentando ofendê-lo, mas ele apenas riu.

— Está procurando por alguma coisa? — perguntou ele, com um sorriso sinistro.

Caminhei para dentro da mansão com cuidado, para não ser vista por Judith ou Jasmim. Subi rapidamente as escadas e bati na porta do quarto do Matthew.

— Precisa de alguma coisa? — ele me recebeu com um sorriso.

— De-vol-ve — exigi. Ele me entregou o biquíni, que estava todo cortado. O que ele fez com ele?

— Você o estragou?! — engoli em seco; o biquíni era especial para mim.

— Apenas o deixei moderno — ele respondeu de forma sarcástica.

— Você é um idiota! Só maltrata as pessoas para se sentir melhor. Mas saiba que eu não vou desistir tão fácil. Minha família precisa de dinheiro — disse, empurrando-o com força, mas não consegui derrubá-lo, e ele fechou a porta na minha cara.

***

— Por que ele é tão maluco? — perguntei a Jasmim, que estava recolhendo as roupas dele.

— Ele namorava uma garota chamada Viviam, mas algo aconteceu entre eles. Eu não sei o quê. Quando ele estava voltando para casa, acabou sofrendo um acidente de carro e ficou assim.

— Então, ele nem sempre foi assim? — perguntei, sentindo-me uma detetive.

— Na verdade, ele era um cara bem legal, para falar a verdade — Jasmim foi interrompida.

— Sou legal por quê? — Matthew apareceu na lavanderia. — Porque eu te dava uns beijos? Acho que agora posso ser eu mesmo, sem ter que me preocupar com o que os outros vão pensar — ele debochou.

— Ei, calma — tentei controlar a situação, pois Jasmim estava com os olhos lacrimejando.

— Se você quer fazer igual à minha querida irmã, desista — ele disse.

— Gabriella já estava cheia do que você andava aprontando; a culpa foi sua por ela ter partido — Jasmim disse, saindo da lavanderia. — E quer saber... — Ela se virou para ele novamente. — Eu me demito.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora