Capítulo 38

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Matt

Era como se qualquer momento que havíamos vivido ali desaparecesse de um modo já esperado. Eu não ia mentir para Emma; aquele era o nosso lugar secreto, que eu apostava que seu pai nem sabia da existência. Mas a cabeça encrenqueira da Emma via tudo pelo lado ruim, não era assim também. Dei o meu melhor para protegê-la. Eu faria de tudo por isso, sem hesitar.

Eu já havia dito o quanto ela era importante para mim. Era óbvio que eu não conseguiria seguir em frente, nem por um dia, sem ela.

— Era aqui que vocês dormiam? — Seu tom de voz deixava claro que ela estava com raiva.

— Prefere dormir no carro? — Perguntei, já irritado. — Acho que você deveria considerar o fato de eu estar tentando te proteger.

— Me proteger onde vocês faziam sexo? — Sua voz falhou ao pronunciar a última palavra.

— Emmanuela Tunner — chamei seu nome.

— Matt, isso é demais para mim — vi uma lágrima cair de seus olhos.

— Eu te amo — disse, enquanto seu olhar encontrava o meu por breves segundos antes de ela desviar.

— Vou dormir com Karen e Micael — ela disse, enquanto saia do pequeno quarto.

Que droga, eu realmente achei que ela iria me perdoar. Pelo jeito, estava difícil. Eu não queria dormir sozinho, não mesmo. Apesar de ser um homem formado, eu odiava o fato de ter que escutar aquela voz de novo ou ter pesadelos.

Peguei um edredom e fui para a sala. Ela já estava ao lado de Karen, enquanto Micael roncava do outro lado do colchão. Deitei ao lado de Karen, que virou de costas para mim. Tenha paciência, Matt. Eu iria provocá-la, iria mesmo, e ela imploraria para irmos para aquele quarto, ou talvez para o mato.

**Emma**

Senti as mãos de Matt na minha cintura, afagando-me por cima da camisola. Eu estava brava e não iria ceder tão fácil. Suas mãos desciam e subiam, da minha costela às minhas ancas. O arrepio era previsível, como se ele já soubesse disso. Esse era um dos meus pontos fracos.

— Matt, já chega — disse em voz alta para pará-lo.

— Qual é, Emma? Vai ficar assim até quando? — Ele perguntou com uma voz insuportavelmente sedutora. — Vem cá. Ele tentou puxar-me, mas eu acabei levantando e pulando para o meio de Micael e Karen.

— Vai ser assim agora? — Ele perguntou. — Então tá.

— Não liga para ele, ele só quer transar — Karen disse, provocando risadas em Micael, que provavelmente havia acordado com o barulho.

— Pode deixar que eu cuido dela, mano — Micael disse, enquanto Matt ameaçava levantar, mas eu olhei para ele com uma cara feia.

No dia seguinte, acordei com o cheiro de café. Eu estava exausta; não havia dormido direito com o ronco de Micael e as cutucadas de Karen. Ela não parava de se mexer. Aproveitei quando saíram da cama improvisada no chão para tirar uma soneca.

— Bom dia, flor do dia — Matt me acordou com um beijo na testa.

— Péssimo jeito de se acordar — reclamei.

— Trouxe café para você... — Ele se esforçou.

— Acha mesmo que vou tomar esse café? Nessa xícara? Fala sério — disse, sarcástica.

Escutei risadas e vi Karen e Micael no sofá. Enrolei-me na coberta e enfiei minha cabeça para baixo.

— Dão o fora daqui, façam o favor — Matt ordenou. Eu iria protestar se não estivesse com tanto sono. — Vou deixar esse café aqui. Se quiser tomar, está uma delícia.

— Some da minha frente.

Assim ele fez, e eu voltei a dormir.

Quando acordei novamente, um silêncio predominava na cabana, exceto pelo som do chuveiro ligado. Caminhei em direção ao quarto onde Matt havia colocado minha bolsa, troquei de roupa optando por um macacão e uma camisa branca. Quando terminei de me vestir, senti um cheiro de shampoo de morango. Meu olhar foi atraído para a porta do banheiro, que ficava de frente para o quarto, e o que vi era sensacional: Matt estava molhado e de toalha. Seu olhar era severo, como se o bipolar estivesse de volta, e ele ameaçou tirar a toalha, mas logo desistiu.

— Pode me dar licença? Preciso me vestir — então estava um a zero para Matt. Vai ter volta.

— Tudo bem, eu já estava indo — tentei desviar o olhar, mas era impossível. Cada vez que o via, era como se fosse a primeira. Eu não conseguia entender como tinha tanta paixão por aquele corpo. Suas tatuagens o deixavam feroz. Eu estava em apuros. Mordi meus lábios, que estavam secos sem os beijos que ele me proporcionava.

Quando ia passar pela porta, não me contive e olhei para ele mais uma vez. Então ele largou a toalha, deixando-a cair no chão. Eu precisava desse homem e desse corpo. Eu precisava desse amor.

Não me aguentei e voltei para o quarto, fechando a porta atrás de mim. Vi um sorriso pequeno que ele logo desfez. Tirei a cinta do ombro e seus olhos devoraram cada pedaço do meu corpo ainda coberto. Me livrei do macacão jeans da forma mais sensual que pude, ficando apenas de calcinha preta e camisa branca. Livrei meus seios do sutiã apertado e fui em direção a ele.

Empurrei-o até ele cair sentado na cama. Sua ereção já estava bem evidente, fazendo-me ficar ligeiramente molhada, mas com um homem desses, nem precisava estar pelada. Sentei em seu colo, com cada perna ao lado de suas coxas. Ele inclinou a cabeça para trás ao sentir a umidade em mim. Beijei seus lábios, mordendo de leve e lambendo. Logo fiz o mesmo com seu pescoço, certificando-me de respirar bem perto da pele para fazê-lo arrepiar.

— Emma... — Ele gemeu, mas eu ignorei e continuei o acariciando no pescoço. Comecei a fazer movimentos de vai-e-vem em seu colo, mas suas mãos tentaram me ajudar, e eu acabei dando um tapa.

— Preciso que me toque — ele continuou falando. Então eu o empurrei para que caísse de costas na cama. Fiquei agachada em cima dele, beijando seus ombros, pescoço e lábios. Cada suspiro dele parecia dizer que queria mais. Quando cheguei perto de seu mamilo, mordisquei vagarosamente, e ele gemeu. Continuei traçando beijos até suas ancas e, logo depois, sua pélvis. Sua mão puxou meu cabelo para mais perto de onde queria. Fui até bem perto de seu membro e dei um beijo, afastando-me logo depois.

— Se você não tivesse mentido para mim, eu me entregava novamente a você — disse, enquanto ele deu um pulo e sentou-se com uma expressão derrotada e brava. — Mas as circunstâncias não são essas.

— Me aliviarei sozinho — ele reclamou.

— Você sabe que eu te alivio muito melhor — disse enquanto pegava minhas roupas e saía rebolando em direção ao banheiro. Um a um.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora