Quatro dias depois...Quando finalmente chegamos à grande casa de Matt, ambas ficaram maravilhadas com o tamanho imenso do lugar.
— Nós vamos ficar em um hotel? — Savannah pergunta com um sorriso.
— Essa é a minha casa, Sasa — Matt responde, todo bobo. Óbvio que ele estava feliz. Os dois eram tão ligados que, quando um estava bem, o outro também estava.
— Mamãe! Tem um cachorro lá na rua igual ao meu! — Savannah grita, fazendo-nos dar pulos sentados. Por sorte dela, o seu cachorrinho não tinha feito xixi, pois ela não quis trazê-lo em uma caixa aberta. Preferiu carregá-lo no colo, enquanto mamãe ficava de olho em qualquer movimento suspeito.
— Vamos descer do carro? — Matt pergunta enquanto desliga o motor.
Nem precisou dizer duas vezes. Ela já estava soltando o cãozinho no chão e começou a correr. Nem dava para dizer que ela estava fazendo tratamento de câncer.
— Olha só essa piscina!!! — ela tampa a boca com a mão. — Eu não acredito!! Posso tomar banho?
— De chuveiro? — pergunto, mas ela revira os olhos.
— O que acha de escolher um quarto para você primeiro? — Matt consegue desviar sua atenção. Então ela queria ansiosamente ver seu quarto.
— Posso ter meu próprio quarto?
— Claro, Sasa! — Matt sorri enquanto abre as portas. Frida olhou cada detalhe da sala. Até parecia que ela estava se imaginando em uma casa assim... Fiquei um pouco sentida, queria poder dar tudo para minha mãe! Tudo que ela merece. Eu estava lutando por isso.
— Savannah já escolheu o quarto. Deixei o quarto em frente ao dela para você, no terceiro andar — Matt diz enquanto desce com Savannah pendurada nas costas.
— Está ótimo! — minha mãe agradece.
— Então vamos para a piscina!!!
Depois de alguns minutos, lá estávamos nós, cuidando para que Savannah não se machucasse ou se afogasse.
— Isso é demais — ela bate na água para alcançar Matt. — Parece uma bacia cheia de água, igual à que eu tomava banho no sol.
— Ou quando mamãe não te colocava no tanque — brinquei para vê-la ficar tímida. Era tão engraçado o quanto ela gostava de falar as coisas.
— O motorista foi buscar Judith para voltar. Assim ficarei melhor com ela aqui para nos ajudar — Matt diz com um olhar sério.
— Ah, quem é Judith? — mamãe pergunta.
— A governanta da casa — explico.
— Seus pais não vão voltar? — Frida pergunta curiosa. Ela adorava fazer perguntas, acho que era um passatempo dela.
— Somente mês que vem. Eles estão fazendo uma negociação e vão ficar fora por um tempo — diz Matt enquanto empurra a bóia de Savannah. Era uma bóia rosa, com cobertura de chocolate e M&Ms coloridos em cima.
— Não sei como vocês conseguem administrar grandes empresas. Mal consigo administrar minha casa, quem dirá uma empresa — mamãe ri.
— Vocês gostam de camarão? — Matt muda de assunto.
— Eu gosto — Sasha diz. — É de comer?
— Sim — Matt responde enquanto eu começo a rir. Todos estavam na piscina, exceto pelo cãozinho que estava defecando na grama.
Eu havia colocado um biquíni rosa, que eu tinha de reserva, já que o outro havia sido estragado. Matt estava com um calção de tactel, e mamãe estava com uma bermuda e uma camiseta estilo vovozona. Savannah estava com um maiô azul pérola.
— Mamãe, eu posso dormir com a luz acesa? — Savannah pergunta para Frida, que fica sem jeito.
— Você não gosta do escuro? — Matthew pergunta sério, como se estivessem somente os dois ali.
— Não gosto de dormir sozinha — ela diz, fazendo uma cara de preocupada.
— E o que acha de nós fazermos uma cabana no seu quarto? Bem grande? — Matt nos surpreende e fico boquiaberta.
— Eba! — ela diz, batendo a mão na água.
Quando Judith chegou, ela veio até nós para perguntar o que gostaríamos que fosse servido no jantar. Matt decidiu camarão. Depois da refeição extraordinária, ficamos conversando sobre política e assuntos desnecessários. No fim, acabamos indo dormir. Eu e mamãe no seu quarto, e Matt e Savannah no quarto da frente. Eles haviam feito uma cabana imensa. Era a mansão de lençóis deles, e o cãozinho de guarda iria protegê-los dos monstros noturnos, dizia Savannah.
— Você tem sorte — mamãe diz enquanto estamos deitadas na cama king.
— Por quê?
— Ele é um anjo. Agradeço a Deus por ter colocado eles em nossa vida — mamãe fala com a voz baixa.
— Ele tem um bom coração, apesar do gênio forte — brinco. Mamãe não entende, então apenas ignoro explicações.
— Espero que vocês deem certo.
— Eu estou gostando muito dele. Ele é tão atencioso com Savannah — sou sincera. Ele tinha sido tão protetor que era impossível negar. Uma espécie de pai emprestado, algo do gênero.
— Ele fez mais por ela em pouco tempo do que nós esse tempo todo — mamãe ri, mas consigo sentir uma certa tristeza em seu jeito.
— Tudo vai dar certo, mamãe.
— Tudo tem que dar certo, minha filha! — ela beija minha testa e afaga minha bochecha. — Agora vamos dormir, que amanhã cedo meu genro nos levará para vê-lo surfar — sua respiração desacelera, e depois de alguns minutos ela dorme.
Esse homem era cheio de surpresas. Agora mais essa: ele surfa! O que mais eu não sabia? Piloto de Fórmula 1? Narrador de jogos? Comentarista? Colunista? Escritor? Político? Espero que nenhum desses. Meu pensamento ficou vagando em imagens de Matt com sua prancha caminhando na beira da praia.
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Querida Babá
Roman d'amourEmma enfrenta um turbilhão de emoções quando a vida que construiu com Matthew começa a desmoronar. Após uma série de eventos que põem à prova seu relacionamento e sua confiança, Emma descobre que Matthew não é o homem que ela acreditava conhecer. Co...