A viagem de volta para casa parecia ser o início de uma nova fase, um capítulo cheio de promessas e mudanças. Matthew, sempre cuidadoso, me lembrou mais uma vez:
— Não precisa comentar nada com a Karen, até porque ela não sabe.
— Já entendi — respondi, ansiosa para deixar essa parte da nossa vida para trás e focar no futuro, especialmente em Savannah. A ideia de tê-la novamente em meus braços me enchia de emoção. Desde que ela nasceu, tudo que fizemos foi por ela, e agora estávamos prestes a garantir que ela estivesse segura e feliz.
As duas mulheres que estavam conosco antes já haviam partido para outro lugar. Matthew aconselhou que elas mudassem de endereço, algo que parecia sensato depois de tudo que aconteceu. Enquanto isso, Micael e Karen estavam claramente em um clima romântico. Ele a acolheu quando ela voltou, suja e faminta, cuidando dela com uma atenção que só confirmava o quanto ele se importava. Eu suspeitava que ele tinha feito mais do que só ajudá-la com o banho, mas preferi não pensar muito nisso.
Enquanto nos acomodávamos nas poltronas do avião, percebi que algumas mulheres na fileira do meio não paravam de olhar para Matthew. Um ciúme leve se insinuou em mim, mas logo lembrei que se todos os nossos problemas fossem apenas ciúmes, nossa vida seria muito mais simples.
— Tenho que te contar uma coisa — Matthew disse de repente.
— Eu não aguento mais esse "tenho que te contar uma coisa" — respondi, meio brincando, meio cansada de segredos e revelações.
— Mas dessa vez é uma boa notícia — ele riu, pegando minha mão e beijando-a suavemente. Será que as mulheres ainda estavam olhando? Espero que sim.
— Então, sobre o que é? — perguntei, curiosa.
— Pedi a um advogado para entrar com um pedido de guarda na justiça. Daqui a três dias, teremos que comparecer perante o juiz para provar que temos condições de ter a guarda de Savannah.
Meu coração quase saltou do peito. Ter a guarda de Savannah era tudo que eu queria. Mesmo se não tivéssemos conseguido isso pelo caminho legal, eu estaria disposta a fazer qualquer coisa por ela. Ela era meu maior bem, nossa pequena guerreira. E embora eu soubesse que Josefh não ficaria nada contente com isso, pouco me importava. Ele nunca deu valor a ela, e não seria agora que começaria.
— Emma, você deveria ter uma creche, já que gosta tanto de crianças — Matthew comentou, rindo.
— Eu adoro crianças — admiti, encolhendo os ombros, um pouco envergonhada.
Ele se aproximou de mim, esfregando sua barba no meu rosto de uma forma carinhosa que me fez rir. Depois, ele beijou minha bochecha e, com o rosto um pouco vermelho, confessou:
— Ainda bem, porque eu estava pensando... — ele hesitou, mas depois completou: — Que poderíamos adotar uma criança.
Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo suas palavras. A ideia de adicionar mais um pequeno ser à nossa vida era ao mesmo tempo assustadora e emocionante. Mas, olhando nos olhos de Matthew, vi que ele estava sério e que esse era um desejo genuíno. O futuro parecia estar se desenhando de uma forma que eu nunca imaginei, e por mais assustador que fosse, não havia lugar onde eu preferisse estar.
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Querida Babá
RomanceEmma enfrenta um turbilhão de emoções quando a vida que construiu com Matthew começa a desmoronar. Após uma série de eventos que põem à prova seu relacionamento e sua confiança, Emma descobre que Matthew não é o homem que ela acreditava conhecer. Co...