Capítulo 6

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Quando acordei logo cedo, não ouvi nenhum barulho vindo do quarto de Matt. Tomei um banho, fiz minhas higienes e comecei a preparar o café na máquina.

— Matt, preciso de um favor — chamei ao passar pelo corredor, sem ter muito o que fazer depois de terminar tudo o que tinha planejado.

— O que você quer? — Uma fresta da porta se abriu, revelando parte de seu corpo semi-nu.

— Por que raios você não veste uma calça? — quase gritei ao ver sua boxer preta.

Minha respiração ficou ofegante, e parecia que meu pulmão não conseguia aguentar por falta de ar. Minha cabeça começou a latejar, e minhas pernas ficaram bambas. Virei-me rapidamente e comecei a caminhar em direção ao meu quarto, sem olhar para trás.

— O que você quer? — perguntou depois de um tempo, entrando no meu quarto, agora vestido decentemente.

— Eu preciso ver minha mãe... e queria que você fosse comigo.

— Por que diabos você quer que eu vá junto? — Suas palavras grossas já não me surpreendiam mais.

— Eu estou cuidando de você, então você tem que ir onde eu for — dei de ombros, e depois soltei um sorriso pelo meu comportamento. Eu estava começando a me acostumar. Ele deu uma gargalhada e saiu do quarto, batendo a porta do seu.

Ele estava me deixando doida. Suas ações estavam me deixando sem reação, e eu apenas agia por impulso. Depois de umas duas horas, ele apareceu com duas malas na sala, atrapalhando minha concentração na TV.

— Vai ficar aí parada... ou... quer ir para a sua casa? — Sua voz soava reconfortante, aliviando minha angústia.

— Você está falando sério? — Um sorriso surgiu no meu rosto sem que eu precisasse forçar, enquanto Matt me olhava com os olhos semi-cerrados.

— Só vou ligar para minha mãe!

Enquanto eu arrumava minhas roupas, ele conversava com Katherine. Com a permissão dela, ele pegou seu carro, e dirigimos até a minha cidade. Quando chegamos, a casa estava toda fechada, mas eu sabia onde estava a chave reserva, então nem me preocupei em ajudar Matt. Fui direto buscar a chave da nossa pequena casa.

Como de costume, a chave estava embaixo da tampa do vaso de plantas. A casa estava organizada, minha mãe sempre foi muito caprichosa. Enquanto eu levava minha bolsa para o quarto, Matt observava a casa ao redor.

— Como vocês conseguem morar num cubículo? — Ele debochou, e tentei ignorar a humilhação implícita nas suas palavras.

— Essa é a minha vida, e eu gosto dela — falei enquanto abria as janelas da sala.

— Você tem noção de quantas bactérias devem ter nesse lugar apertado?

— Cala a boca!

— Minha filha, que modos de falar são esses? — A voz de minha mãe me trouxe uma calma instantânea.

— Mamãe! Maninha! — Vi a pequena Savannah correndo em minha direção.

— Emma, Emma, você trouxe brinquedos? — Fiquei triste por não ter conseguido levar nada, já que ainda não havia recebido meu pagamento.

— Quem é esse aí? Seu novo namorado? — Savannah falou, e eu não consegui calar a boca dela a tempo.

— Sou seu novo cunhado, e vou te dar um monte de presentes — Matt se intrometeu, e ela me olhou com um sorriso bobo.

Será que ele fez isso porque percebeu que ela tinha câncer ou porque ele era bondoso mesmo? Passamos a tarde inteira conversando, enquanto Savannah brincava de boneca com Matthew.

— O jantar está pronto! — Mamãe gritou, e saímos da sala para a cozinha.

— Hmmm... macarrão com carne moída — eu adorava a macarronada dela. Matt parecia um pouco desconcertado com a simplicidade da minha família.

— Posso dormir com eles, mamãe? — Savannah perguntou, e eu fiz que sim com a cabeça.

— Claro que não, docinho, eles são namorados. Você só atrapalharia — Eu com certeza estava vermelha, porque sentia minhas bochechas queimarem.

Depois de lavar a louça, fiz minhas higienes e fui preparar uma cama de cobertas ao lado da minha. Matt trocava de roupa no banheiro, enquanto eu colocava meu pijama comprido de ursinhos. Acomodei-me na cama, esperando por ele, mas fiquei chocada ao vê-lo entrar no quarto vestindo apenas uma boxer.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora