Capítulo 8

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Seus lábios tocaram os meus, e eu lutei com meu subconsciente para ceder. Sua mão direita acariciava minha bochecha enquanto ele abria a boca lentamente. As famosas borboletas invadiram meu estômago, uma sensação que eu não sentia há muito tempo. Permiti a passagem de sua língua, que explorava cada canto da minha boca com habilidade. Nossas línguas se encontravam de maneira quase intuitiva, como se já soubessem onde tocar e quais movimentos fazer. Minha mão esquerda foi para sua nuca, puxando-o para mais perto de mim. O beijo acelerou, e eu percebi que já estava sentada na beira da cama, com ele de joelhos à minha frente. Nossos lábios ainda não tinham se separado.

— Isso foi... — ele começou a dizer, mas eu terminei por ele.

— Perfeito — falei, sorrindo.

Ele se inclinou novamente, juntando nossos lábios. Eu estava completamente sem fôlego. Como esse homem conseguiu me deixar assim?

— Precisamos dormir... — ele disse, e eu acabei concordando.

Ele deitou no chão, mas antes que eu pegasse no sono, deitei de lado para observá-lo. Ele estava só de boxer, e seu abdômen era tão maravilhoso que dava vontade de beijar por inteiro. Aqueles lábios que saíam com tantas palavras ofensivas também davam ótimos beijos. Não conseguia me concentrar em dormir, então virei para o outro lado e finalmente consegui pegar no sono.

— Bom dia, Emma — uma voz aguda me despertou. Era Savannah com sua carequinha, e eu dei um beijo nela.

— Bom dia, meu amorzinho — disse, olhando para ela. Por sorte, Matt não estava mais na cama.

— Meu dente caiu! Óóó — ela dizia, colocando o dedo no buraco que havia surgido.

— Cadê o dente? — perguntei, fazendo ela sair correndo para pegar.

— Esse é o meu primeiro dente que caiu. A fada vai vir me trazer moedinhas. — Ela falava sorrindo, com tanta inocência que me fazia acreditar na bondade do mundo.

— Ela só virá se você dormir com o dente debaixo do travesseiro — expliquei, e ela sorriu, prestando atenção no que eu dizia.

— Então eu vou lá dormir... — ela me deu um beijo e saiu correndo com o dente na mão. Ela era tão desajeitada que podia facilmente tropeçar e perder outro dente.

Depois de fazer minhas higienes, fui para a cozinha e vi minha mãe e Matt conversando. Tentei ouvir o que eles estavam dizendo, mas logo mamãe me viu e me deu um bom dia.

— Bom dia, mãe! — disse, dando um abraço tão apertado que parecia que eu poderia ficar ali para sempre.

— Bom dia, dorminhoca — Matt disse, bebendo uma xícara de café.

— Bom dia, Matthew — sorri e me sentei na bancada, esperando meu café que Frida sempre preparava.

— Você e essa sua obsessão por café — mamãe resmungou enquanto preparava a bebida.

Depois de comer, Matt me convidou para dar uma volta. Minha mãe achou a ideia ótima, especialmente porque ele também havia convidado Savannah, que fingia dormir para enganar a "fada do dente".

— Onde nós vamos tem brinquedos? — Savannah perguntava toda hora para Matt, que com a maior paciência do mundo respondia que sim e que ela iria amar.

[...]

— Você o quê? — minha mãe perguntou a Matt, surpreendida e agradecida.

— Eu comprei alguns brinquedos para essa garotinha — ele disse enquanto Savannah se enfiava em uma toca de bolinhas.

— Meu filho, eu não posso lhe dar nada em troca — minha mãe se desculpava triste.

— A alegria da Savannah já me deixa muito satisfeito — ele respondeu, enquanto ela se escondia no meio das bolinhas coloridas.

— Precisamos ir embora hoje ainda — Matt disse enquanto comíamos o bolo que Frida fez.

— Vocês prometem voltar de novo? — Savannah perguntou a Matt, que a olhava com tanto carinho que eu ficava admirada.

— Claro que sim. Aliás, esse bolo está uma delícia. É óbvio que vou voltar para comer mais — ele fez minha mãe rir, enquanto eu sorria para ela.

— Tudo bem se formos agora? — ele perguntou, fazendo eu ficar momentaneamente triste. Concordei com a cabeça e passei mais alguns minutos enquanto ele ajeitava o carro.

— Não se esqueça da fada do dente — foi a última coisa que Matt disse para Savannah antes de dar partida no carro.

Despedidas nunca foram fáceis para mim, especialmente com Savannah. Eu me perguntava se ela ainda estaria lá quando eu voltasse. Algumas lágrimas caíam dos meus olhos, apertando meu peito. Mas, quando menos esperava, senti a mão de Matthew sobre a minha, me oferecendo conforto.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora