Capítulo 37

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— Precisamos fazer isso com mais frequência — Matt disse enquanto eu vestia meu jeans.

— Precisamos de privacidade — respondi.

— Precisamos de privacidade — ele imitou minha voz enquanto vestia sua camisa. — Diz a mulher que me atacou quando me viu na floresta.

— Olha, nem venha se gabar de Tarzan para mim — comecei a rir. Ele revirou os olhos e me abraçou, depositando um beijo caloroso em minha bochecha.

Caminhamos em silêncio para recuperar o fôlego perdido há alguns minutos. Karen e Micael estavam se vestindo quando chegamos, e tivemos sorte de chegar na hora certa. Assim que partimos para a cabana, senti-me aliviada por poder dormir tranquila. Era um lugar isolado e silencioso, então qualquer ruído seria facilmente ouvido.

— Vocês descarregam o carro enquanto eu vou abrir — disse Matt, saindo rapidamente do carro. Senti que ele estava escondendo algo, mas não fui atrás.

— Espero que tenha chuveiro — Micael riu enquanto retirava algumas sacolas.

A cabana era simples, de madeira um pouco mal cuidada, mas para mim estava ótimo. Menos sempre representou mais. Sempre fui criada em uma casa pequena, sem os privilégios de uma típica garota. Ao contrário, trabalhei duro por muitas coisas e ajudava minha mãe em tempo integral. Savannah sempre foi nosso tesouro. Uma saudade descontrolada arrebentou meu coração intensamente.

— Emma, você não vai ficar aí parada, vai? — ouvi a voz de Greg, ou melhor, Micael.

— Estou indo — respondi, caminhando até o carro para retirar a última sacola.

Levamos os suprimentos para dentro da pequena cabana, que seria nosso esconderijo até, bem, até quando eu não sabia. Fiquei impressionada ao ver que estava limpa. Havia aparelhos eletrônicos e um sofá grande perto da lareira. Sorri ao imaginar Matt sentado ali, seja em momentos de rebeldia ou quando precisava de companhia. Mas então, vi algo que me deixou chocada: havia portas-retratos de Matthew e Rommy. Era evidente o quanto ele a amava. O olhar de proteção dele sobre ela e o olhar feliz dela me deixaram nauseada. Karen olhou para os porta-retratos, pegou um e o arremessou contra a parede. A cabana era deles, e isso me deixou profundamente chocada.

— HUNTER! — O grito de Karen feriu meus ouvidos, enquanto eu estava triste por ter visto o quanto se amavam. — Venha cá rápido, Greg, leve a Emma para tomar um ar.

Inspira e expira.

Fala sério, eles vinham aqui? Será que Matthew tinha alguma coisa na cabeça? Eu não queria estar ali, não mesmo. Isso feriu meus sentimentos. Senti Micael me guiando para fora da cabana enquanto ouvia Karen gritar com ele.

— Relaxa, faz algum tempo que ele não vem aqui.

— Algum tempo? O lugar está impecável, com fotos e móveis limpos. Tempo? Tem certeza? Eu imaginei que ele vinha aqui para sentir-se perto dela. Não minta, essa cabana era dela? — Cerrei os punhos ao perguntar. O lugar era tão meigo que duvidei que fosse dele.

— Não vou dizer o que você não quer ouvir — ele falou enquanto me abraçava. Eu teria negado esse abraço se não estivesse de coração partido. Precisava de alguém por perto para me acalmar.

— Nunca esperaria isso dele — disse a verdade, enquanto via Karen encostada no marco da porta, de braços cruzados e com uma expressão horrível. Então tive certeza: eu estava certa.

Sério? Eu não podia acreditar. Nunca levaria Matt para um lugar que fosse meu e de Luke. Tudo bem que eu não tinha condições financeiras para isso, mas não era o ponto. Eu estava profundamente magoada. Eu sabia que não estava fácil para ele esquecer Sofia; ele se esforça.

— Emma, vamos conversar — escutei a voz de Matt, enquanto enterrava meu rosto no peito de Micael. — Emma, amor.

— Dá um tempo, Matthew — foram minhas palavras antes de começar a chorar.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora