— Sou a irmã gêmea de Matt, a única — diz Gabe, sua voz em perfeita sintonia com sua aparência impecável.— Eu sou Emmanuela — digo, estendendo a mão, mas ela me puxa e me dá um abraço confortável.
— Espero que meu irmão esteja cuidando de você. Se não, vou ter que conversar com ele — se afasta enquanto fala sem parar.
— Está sim — confirmo.
— Bem, acho que você não quer ficar aqui muito tempo, não é? O que acha de darmos uma volta por aqui? Tem umas lojas incríveis de sex shop... e...
— Não, nós não... — fico vermelha, pior que um tomate. Ela pensou que já estávamos transando? Que tipo de doida é essa? Acabo rindo depois de deixá-la sem graça.
— Oh! Me desculpe, eu não sabia... — ela fica corada.
— Ah, mas uma hora ou outra vocês vão transar — Dona Katherine fala, num tom super calmo. Mas quem não estava calma aqui era eu. Que conversa é essa?
— Então vamos ou não? — Gabe pergunta com um sorriso, ajeita sua bolsa e agarra meu braço antes mesmo de eu responder. O que Matthew pensaria disso?
— Aonde vamos? — Katherine pergunta, mas Gabe fecha a cara.
— Mamãe, só vamos eu e a Emmanuela! — Gabe diz olhando para Katherine, que está com um chupão no pescoço. O quê? Um chupão no pescoço? Minha sogra? Se é que eu já posso chamá-la assim. Que família doida é essa?
— Volte em uma hora — responde Dona Katherine, dando meia volta e saindo em direção ao elevador.
— Não liga para a minha mãe, ela é um pouco intrometida. Mas eu não gosto disso, não muito — enquanto ela falava, eu apenas concordava.
— Uma vez, quando eu namorava, levei o garoto para nossa casa. Minha mãe ficava perguntando sobre a vida dele, se ele tinha cachorro ou gato, se gostava de ir à aula... Essas coisas desinteressantes que nossos pais parecem adorar — viramos a esquina e entramos em uma lanchonete chique.
— Quando papai vai às agências, mamãe vai atrás, como um carrapato. Ela é tão preocupada com ele que a segue a cada passo. Já nós colocamos um basta nisso. É chato, eu sei, mas se não tivéssemos brigado com ela, estaríamos um desastre — ela balança a cabeça como se estivesse estressada.
— Bom, eu nunca levei um cara para dentro de casa. Isso é novo para mim e para minha família. Minha irmã caçula tem câncer, e isso me faz ser um pouco cautelosa com quem quero por perto. Meu pai se separou da minha mãe quando descobriu que Savannah, minha irmã, estava doente.
— Sua irmã está bem? — ela pergunta, assustada.
— Está sim, graças ao Matt, ela pode fazer o tratamento... e ele é atencioso demais com ela — digo enquanto nos sentamos em uma mesa de madeira rústica. O ambiente era antigo, mas muito agradável, e de certa forma, me senti confortável.
— Aquele bobo sempre foi assim. Ele é muito apegado a crianças. Agora que você é namorada dele, vai ter que se acostumar — ela ri. — Quando éramos crianças, papai ensinou Matt a cuidar de mim. Acho que é por isso que ele é tão protetor...
— Boa tarde, senhoritas. O que gostariam de pedir? — um jovem albino e loiro pergunta, segurando um caderninho e uma caneta Bic.
— Duas taças de milkshake de morango com baunilha — Gabe fala e logo o despede.
— Espero que Matt esteja melhor de suas crises... — sua voz falha ao tocar no assunto.
— Ele está melhor. Sempre fico com ele para não deixá-lo sozinho...
— Ele está tomando os remédios? — ela pergunta, séria.
— Está, e eu nem preciso forçá-lo. Ele toma sozinho — digo orgulhosa, como se estivesse progredindo.
— Matthew é uma pessoa boa. Temos que ter paciência até tudo voltar ao normal.
Depois de tomarmos a bebida, voltamos para o hotel e fiquei aliviada ao ver Matt. Gabe me contou muitas coisas interessantes sobre ela enquanto íamos para o aeroporto. Ela era um pouco péssima em piadas, mas era engraçada...
***
— Você está bem? — Matt pergunta, preocupado, enquanto fico tonta antes de entrar no avião.
— Se quiser, tenho alguns remédios aqui... — ouço Gabriela dizer.
— Está tudo bem — minto. Me despeço mais uma vez de Dona Katherine e Gabriela e logo embarcamos para voltar.
— Não ligue para a Gabe, ela fala demais — ele diz rindo de sua irmã. Sinceramente, os dois tinham alguma rixa?
— Gostei dela, na verdade gostei até demais — tento ser simpática. Matt se joga na poltrona, enquanto eu ajusto o cinto.
— Não vai virar lésbica, né?
— O quê? Não... Matthew!! — jogo uma almofada que estava ao lado em cima dele. Logo depois, ele a coloca embaixo da cabeça.
— Sei... — seu olhar malicioso estava me irritando.
— Dá para parar?! — digo, irritada.
— Com o quê? — ele levanta uma sobrancelha.
— Com isso aí — eu estendo a mão e aponto para seu rosto. Ele começa a rir e faz caretas.
— Eu gostei tanto de ficar na sua casa, com a sua... família — ele me surpreende, e acabo sorrindo de felicidade.
— Elas também gostaram de você!
— Se você quiser... bem... nós poderíamos levar elas para ficar uns dias lá em casa...
— Matt, isso seria perfeito! — talvez eu tenha surtado... — Elas nunca ficaram em um lugar tão chique! Tem noção de quanto Savannah vai gostar da piscina, dos quartos e daquele quintal gigante?
— Será? — ele pergunta com um olhar inocente.
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Querida Babá
RomansaEmma enfrenta um turbilhão de emoções quando a vida que construiu com Matthew começa a desmoronar. Após uma série de eventos que põem à prova seu relacionamento e sua confiança, Emma descobre que Matthew não é o homem que ela acreditava conhecer. Co...