**Matt**- Você tem ideia de quantos milhões de pessoas passam por isso? - Frida tentava consolar Josefh. Eles pareciam unidos, de certa forma.
- Eu queria muito ir... - ele choraminga, antes de desabar no sofá.
- Sabemos que nunca daria certo... Aliás, não pode se culpar por ter passado a doença para sua filha.
Disfarço e começo a mexer no celular; dá para perceber que eles, de certa forma, ainda se amavam. Tudo o que precisavam era de tempo, que, por acaso, não estava a favor deles.
Olho para Savannah, que está com seus grandes fones de pelúcia, escutando um filme da Barbie. O porta-retratos em cima da geladeira mostrava um dia de praia com um sol maravilhoso e as três sentadas na areia. Tudo estava piorando.
Ao anoitecer, enquanto Emma estava no banho e Savannah já dormia, escutei suspiros de choro vindo da lavanderia. Frida estava de joelhos com um rosário na mão. Fiquei espiando enquanto ela falava.
- Peço proteção para minha família, peço sabedoria para minha menina e saúde para Savannah. Minha menina terá a vida que merece, não como eu desejava, mas ela vai ter a oportunidade de viver. Obrigada por todos os dias em que eu sorri ao vê-la feliz, e pelos dias em que me apavorei ao vê-la triste. Cada sentimento que ela me proporcionou foi esplêndido. Meu Deus, fui mãe das suas dádivas; cuidei e protegi, fiz o que eu, como mãe, pude fazer para que elas fossem o que são. Cuide de Emmanuela; ela sempre foi uma boa menina, sempre me ajudou quando pensei que não conseguiria mais. Dê forças para ela continuar sem mim, dê sabedoria para ela me perdoar e não tire Matt de sua vida. Ele é um anjo, obrigada por enviá-lo para a nossa família... - Antes que ela terminasse de falar, voltei para o quarto de Emma. Eu estava tão atônito com aquelas palavras que algumas lágrimas acabaram escapando.
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**Frida**
Acabei chegando um pouco mais cedo em casa. Estranhei que Matt e Savannah não estavam; havia um bilhete em cima da mesa.
"Fomos passear na empresa. Voltamos em breve."
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**Matt**
Savannah olhava para o prato que tinha mais tomate do que batatas; logo ela pegou mais batatas para igualar.
- Acho que agora está bom - ela diz suavemente, voltando a comer batatas.
- O que você quer ser quando crescer? - pergunto, tentando distraí-la.
- Quero ser veterinária - ela responde de boca cheia.
- Por quê?
- Eu adoro bichinhos, principalmente cachorrinhos - ela gesticula com a mão.
- Então, o que acha de irmos a um zoológico? - pergunto. Ela fica animada e começa a me contar sobre o que sabe dos animais.
Seu animal preferido é o leão, algo que me chama a atenção por ser um bicho considerado o rei da selva.
- Existe uma história do Simba - ela fala, referindo-se ao clássico da Disney.
- Simba? - faço-me de desentendido.
- O pai do Simba acaba morrendo para salvar o filhote. Isso me deixa triste. Por que as histórias não podem terminar felizes? Eu não gosto quando um filhote de bichinho perde seus pais.
Eu devia estar passando por uma semana sentimental, porque as palavras de Savannah também estavam me afetando.
- Está tudo bem - digo, afagando seu ombro.
No caminho para casa, planejamos a viagem para o zoológico. Algo incrivelmente engraçado. Eu precisava de um tempo para poder esclarecer as coisas que estavam acontecendo. Precisava de Emma.
- É amanhã - Frida me lembra, antes de sair. Eu a abraço e volto para o carro.
- Não sei qual é a tua e a minha má intenção, mas vocês estão muito estranhos - Emma reclama. Coloco minha mão em cima da dela, enquanto dirijo.
- Está tudo bem, pequena.
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**Emma**
O toque de Matt me dava arrepios; nunca havia mudado tal sensação. Era uma onda de calor e frio que me fazia ter borboletas na barriga. Era tão mágico e esperado que eu ansiava seu toque e seus beijos, sempre como se fosse a primeira vez.
- Eu te amo tanto - sua voz grossa me deixava anestesiada. O nosso amor era tão único que a cada momento se tornava mais especial.
- Amanhã eu precisarei sair cedo, então não se preocupe. São assuntos da empresa.
- Matt, eu... te amo. Muito - retribuo seu amor, enquanto ele entra na garagem de seu apartamento.
Subimos de elevador enquanto nos entregamos a amassos. Éramos tão bons juntos que era extasiante.
Quando ele entra na sala, fecha a porta atrás de si com força, fazendo-me pular de susto. Logo parte em minha direção, me abraça e me beija como se não houvesse amanhã.
Suas mãos ágeis percorriam cada milímetro do meu corpo, como se precisassem disso. Seus lábios em nenhum momento deixaram os meus, mantendo nossa conexão. Sem perceber, estávamos em seu quarto, o qual ultimamente ele havia começado a chamar de nosso.
- Eu te amo.
Suas palavras deram mais ênfase ao momento. Ele realmente me amava; dava para sentir como seu corpo se movia com o meu, como nossos lábios tinham uma sincronia perfeita. Cada parte do meu ser havia uma certa ligação com o dele; naquele momento de prazer, pensei em todos os momentos que teríamos até nossos últimos dias de vida.
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Querida Babá
RomanceEmma enfrenta um turbilhão de emoções quando a vida que construiu com Matthew começa a desmoronar. Após uma série de eventos que põem à prova seu relacionamento e sua confiança, Emma descobre que Matthew não é o homem que ela acreditava conhecer. Co...