— Você quer namorar comigo?Eu tinha escutado isso mesmo? Meu corpo estava completamente imóvel, minhas pernas tremiam. Mas eu segurava o colar com força para não deixar cair. Meus pensamentos viajaram pelos breves momentos que tive com Matt. Desde a porta na cara até o aconchego na minha casa, cada lembrança fazia um sorriso surgir nos meus lábios.
— Eu... quero namorar com você — digo, com um sorriso torto que o conquista ainda mais. Seus braços enormes e musculosos se envolvem ao meu redor, me abraçando, como se eu estivesse em um casulo.
— Escolhi um colar porque achei mais especial que um anel — Matthew diz com calma, enquanto acaricia meus cabelos. Inalo seu perfume forte e me sinto tão bem. Ele está aqui comigo, ajudou com tantas coisas e agora me pediu em namoro.
— O que vamos dizer para seus pais? — a pergunta sai tão depressa da minha boca que não consigo parar.
— Eu não sou uma criança, Emanuella — Emanuella? Agora ele me chamaria assim?
— Matthew — falo pausadamente, com uma voz rouca, levantando a sobrancelha esquerda.
— Repete? — ele pede, seu sorriso malicioso me deixa eufórica novamente.
Depois da roda gigante, fomos até minha mãe, que já nos esperava fora do parque. Contei para ela toda animada, enquanto Matt e Savannah me observavam como se eu estivesse maluca, ambos riam.
Ela ficou tão feliz quanto eu, e disse que já sabia, pois Matt havia pedido permissão para ela.
***
Depois que saí do banho, todos já estavam deitados. Fui para o quarto e encontrei Matt deitado na cama improvisada. Perguntei se suas costas estavam doloridas, mas ele dizia que era por uma boa causa. Então, decidi que ele iria dormir comigo hoje, em vez daquele chão duro.
— Se você quiser, pode deitar aqui comigo hoje — falo enquanto me cubro. Ele parece não pensar duas vezes e já está ao meu lado.
— Sua cama é bem melhor que aquela ali.
— Por isso te chamei — sinto seu braço passar pelo meu ombro.
— Eu poderia dormir assim todas as noites.
— Eu estaria sempre aqui — antes de fechar meus olhos, sinto seus lábios nos meus. Sua habilidade era tão grande que eu não queria parar mais de beijá-lo. Sua mão faz carinho no canto da minha barriga, provocando uma explosão de calafrios.
— Matt, eu...
— Eu não vou te forçar a nada, Emma. Só quero que saiba que também estarei aqui — acreditando ou não, ele estava sendo atencioso comigo, como se não quisesse me perder.
Eu não sou virgem, muito menos uma santa. Mas eu não estava com a cabeça para isso, além do mais, estávamos na casa da minha mãe. Eu não queria que ela escutasse a cama balançar. Eu iria passar vergonha. Duvido que eu conseguiria ficar quieta com um homem desse tamanho.
Para de pensar besteira.
Ao amanhecer, Matthew estava me abraçando de uma maneira que eu não conseguia me soltar. Permaneci em silêncio para que ele não acordasse. Suas tatuagens o deixavam muito sensual. Talvez fosse por isso que as mulheres perdiam o ar por onde ele passava.
— Bom dia, pequena — um ótimo jeito de acordar.
— Bom dia, Matt — digo, tentando escapar de seus braços, mas ele me prende ainda mais.
— Melhor irmos tomar café, antes que alguma garotinha arrombe a porta.
Enquanto tomamos café, mamãe estava lavando roupa e Savannah brincava com o cachorrinho, que ela havia chamado de Bart. Eu e meu namorado decidimos caminhar na praia. O sol não estava tão forte e o vento era calmo. As pessoas estavam por todo lugar e eu estava muito feliz, pelo simples fato de estar de mãos dadas.
— Quando eu era pequena, meu pai me trazia aqui aos domingos. Ele dizia que durante a semana os tubarões poderiam me pegar — começo a rir. Joseph tinha uma tática para que eu não saísse de casa escondida para ir à praia. Depois de um tempo, descobri que não havia tubarões nessa faixa litorânea e que meu pai tinha medo que eu fosse me afogar.
— Eu não precisava ir à praia, eu tinha piscinas imensas na minha casa. Depois que comprei uma casa para mim, decidi não ter piscinas.
— Por que?
— Assim teria desculpa para ver meus pais.
— Pelo menos você tem um pai.
— Eu amo meus pais. Eles vivem se brigando e se amassando pelos cantos. Tudo bem que eles estão um pouco velhos, mas eu gosto de vê-los felizes — sua risada ecoa pelos meus ouvidos, é tão serena.
— E sua irmã?
— Bem, a Gabe é complicada. Ela começou a entrar em pânico por me ver mal. Quando ela souber que estou namorando, vai querer vir te conhecer — ele fala, mas nossa atenção é desviada quando seu celular começa a tocar.
— Oi mãe.
— Tudo bem?
— Sim, está aqui comigo.
— Vou embarcar no próximo voo, te amo.
Embarcar no próximo voo? Como assim?
— Temos que ir para a Espanha agora.
Uma certa felicidade atingiu Matthew e seus olhos começaram a brilhar.
— Mas o que aconteceu? — indago.
— Vem comigo? — ele estende a mão, como se estivesse me pedindo. Óbvio que minha mãe deixaria eu ir, mas o que eu faria na Espanha? Olé!
— Vou, mas preciso passar em casa.
— Nós não vamos dormir lá, iremos em um avião particular.
Avião particular? Eu não tinha nem um banheiro particular, imagina um avião.
— Tudo bem — respiro e respondo, com um nó na garganta, pelo fato de ser minha primeira vez andando de avião. Tomara que eu não passe vergonha...
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Querida Babá
RomanceEmma enfrenta um turbilhão de emoções quando a vida que construiu com Matthew começa a desmoronar. Após uma série de eventos que põem à prova seu relacionamento e sua confiança, Emma descobre que Matthew não é o homem que ela acreditava conhecer. Co...