— Me desculpa.Era a centésima vez que ele se desculpava, e isso estava começando a me irritar profundamente. A vontade de dar um murro naquela cara sensual era quase irresistível.
Eu havia passado a manhã inteira ocupada: lavei minhas roupas sujas, limpei todo o meu quarto temporário, e consegui roupas de cama novas. Enquanto isso, Matthew permanecia grudado em mim como um chiclete. A mancha azulada na minha sobrancelha ainda doía muito, e cada vez que a tocava, lembrava do motivo da minha irritação.
Depois do almoço, decidi ir para a piscina. Como era sábado, Jud não iria trabalhar hoje, e eu esperava finalmente ter um pouco de paz. Esforcei-me ao máximo para não me irritar com a presença dele, que estava entrando na piscina junto comigo.
— Dá para parar de me seguir? — gritei, tentando ofendê-lo. Ele colocou a mão no peito, fingindo estar desentendido.
— Você precisa dizer "Eu te desculpo, Matt".
— Você é muito bipolar! — falei, jogando água nele. Só então percebi que ele nem havia tirado a roupa.
— E você é muito chata, sabia? — Ele me surpreendeu com a firmeza na voz, uma masculinidade que me pegou desprevenida.
Tentei não olhar quando ele tirou a camiseta por cima dos ombros, mas era impossível. Seus cabelos estavam perfeitamente alinhados, a barba bem feita, e sua boca entreaberta me fez suspirar. Que droga, ele estava me observando. Disfarcei e comecei a nadar para me afastar dele, mas ele se aproximou.
Quando percebi, estava encostada na borda da piscina, sem saída. Ele ficou em pé na minha frente, prendendo-me com os braços ao lado da minha cabeça. Seu hálito de menta, provavelmente causado pelos cigarros, fazia com que eu desejasse experimentar seu beijo novamente.
Concentrei-me em tentar sair, mas suas pernas me prenderam, e eu senti seu corpo completamente encostado no meu. Ele abaixou a cabeça, aproximando-se do meu pescoço, e sua respiração causou arrepios em minha pele.
— Você pode me desculpar? — ele sussurrou contra o lóbulo da minha orelha. Os respingos de água em sua boca me deixavam eufórica. Minha pele respondia a cada toque dele.
— Eu... desculpo... — quase disse que não, apenas para ver até onde ele iria. — Mas agora me solta — nesse exato momento, ele me deu espaço, e eu fiquei lutando internamente, sem saber se devia sair ou não.
***
— O jantar está pronto — gritei para que ele me ouvisse. Comecei a comer rápido, tentando evitar trocas de olhares.
— O que temos para hoje? — sua voz soava divertida, mas eu não respondi. Continuei comendo em silêncio enquanto ele pegava um prato e ia até a sala.
Na minha casa, nós nunca comíamos em lugares diferentes. Depois que meu pai se foi, minha mãe tomou conta de mim e da minha irmã caçula. Não foi fácil para ela criar duas filhas sozinha, então eu tomei a decisão de ajudar minha querida mãe. Tudo que eu fazia era por elas, e quando estávamos juntas, todas contávamos como havia sido o nosso dia. Mas agora, eu não teria mais nenhuma refeição com elas nos próximos dois meses.
Será que, se eu pudesse levar Matthew para minha casa, ele iria?
Meus pensamentos estavam a mil, enquanto eu tentava formular um plano para convencer Matthew a me deixar visitar minha caçula.
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Querida Babá
RomansaEmma enfrenta um turbilhão de emoções quando a vida que construiu com Matthew começa a desmoronar. Após uma série de eventos que põem à prova seu relacionamento e sua confiança, Emma descobre que Matthew não é o homem que ela acreditava conhecer. Co...