Capítulo 71

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Antes - Matt

- Olha, senhor Josefh, Emma está horrível. Você poderia ser mais legal e deixar levarmos Savannah para ela matar a saudade? - imploro, enquanto vejo a pequena Savannah sentada no sofá a olhar.

- Por favor, leiteiro, deixa - ela pede, enfiando seu rosto na almofada.

- Leiteiro? - Bernardo pergunta, confuso.

- Sou o pai dela - Josefh grunhe. - Vocês têm até amanhã à tarde para trazer Savannah de volta.

**Agora**

O sorriso e as lágrimas de Emma mostravam o quanto ela estava surpresa e feliz. Vê-la desse jeito era muito gratificante, uma honra para mim. Eu apenas queria poder deixá-la bem, mas não estava nada fácil.

Quando em minha pacata vida eu imaginaria que me envolveria tanto com Emmanuela? Nunca pensei em me jogar numa loucura como esta, mas era o que estava fazendo. Não podia perdê-la e não queria.

A noite estava cada vez mais escura. O céu estava com tantas estrelas que até lembrei da carta de Frida naquele momento.

- Matt, obrigada. Eu... me desculpe... - Emma fica sem saber o que falar. Eu apenas beijo sua testa.

- Eu estou aqui, Emma... por você e com você - admito.

- Então, o que acham de entrarem? - Dona Ana pergunta, mas pensei em algo muito melhor.

- Vou levar elas para o meu apartamento - falei sorrindo. - Savannah, o que acha?

- Eu adoraria!

Pedi para Bernardo nos levar novamente, agradeci a ele enquanto elas subiam.

- Cara, valeu. Se tiver um jeito de retribuir, avisa - bato em seu braço, como de costume, e saio do carro.

Subo de elevador e encontro Emma e Savannah abrindo a porta. Savannah está grudada na irmã, que facilita, deixando sua cintura livre para os pequenos braços.

Emma segue com Savannah para o sofá, enquanto eu tranco a porta.

- Então, como vão as coisas, meu amor? - ela pergunta para a irmã, que ainda está segurando-a.

- Estou com saudades da mamãe - ela soluça, mostrando-se forte. E realmente, ela era.

- Ei, não fique triste. Ela é seu anjo da guarda - Emma tenta confortá-la. - Sabe, quando você estiver triste, basta ficar em silêncio e respirar. Assim não terá como se sentir só.

- Mamãe disse que nunca iria abandonar a gente - Savannah começa a chorar e Emmanuella a abraça.

- Se você pudesse morar com a gente, você iria querer? - pergunto a Savannah, enquanto seus olhos brilham de esperança.

- Eu posso ficar aqui já? - ela pergunta, tentando sorrir.

- Não será tão fácil assim, mas podemos tentar...

- Vocês vão casar? - ela pergunta. Emma fica surpresa.

Caminhei até elas, ficando de joelhos na frente das duas.

- Você daria sua bênção para eu casar com sua irmã? - pergunto, fazendo-a rir.

- Eu deixo - ela fica sorridente, enquanto esfrega seus olhos.

- Você quer casar com ele, Emma? - Savannah pergunta, inesperada. Eu fiquei tenso. Era estranho o modo como essa garotinha conseguia ser tão madura para alguém de sete anos. Mas acho que a vida fez com que ela ficasse assim.

- Eu estou perdidamente e inconsequentemente apaixonada por ele - Emmanuela diz. Savannah não entendeu uma palavra sequer, mas sorriu quando Emma tocou em meu rosto.

- Eu tô com sono - ela reclama. - Posso dormir aqui hoje?

- Claro, tem um quarto apenas para vocês! - digo. Emmanuella fica surpresa. Seus olhos rodeiam o ambiente, procurando algo novo. E havia. Havia várias fotos nossas espalhadas pelo apartamento, junto com a bagunça que eu havia feito.

- Você deveria ser mais organizado, Matt - Emma ri.

- Tenho meus motivos para não dar prioridade a isso - rebato.

- Então vamos dormir, pequena? - Savannah concorda com a irmã, que a pega no colo. Mostro um quarto que contém uma cama de casal, perfeitamente arrumado. Ela não poderia reclamar.

- Boa noite... - digo, fechando a porta.

***

**Emma**

Acordei com o som da máquina de café sendo ligada. Meus braços estavam em volta de Savannah, que agarrava o travesseiro com as mãos. A cortina não permitia a entrada de sol, o que colaborou para que Savannah não acordasse.

Silenciosamente me desvencilhei dela, indo até o corredor e vendo Matt. A cafeteira estava sobrecarregada, havia farinha por todo canto, e sua blusa preta estava sensualmente mesclada com pó.

Aproximei-me dele e o abracei. Matt foi pego de surpresa. Rapidamente, ele se vira, com uma colher de madeira na mão.

- Olha quem acordou com os galos - ele ri. Fico confusa, mas sorrio.

- Bom dia - digo, enquanto o abraço mais uma vez.

- Emma - ele parece nervoso e ao mesmo tempo impaciente. - Você quer vir morar comigo? Eu e você?

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora