Capítulo 18

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O clima entre Matt e eu mudou drasticamente desde o momento em que o acordei de seu pesadelo. A fachada dura que ele sempre mostrava desmoronou naquele instante, revelando uma vulnerabilidade que eu não esperava. Enquanto ele lutava para se recompor, eu sentia algo diferente crescer dentro de mim. Havia algo em seu medo, na maneira como ele se agarrava a mim, que despertava um desejo de cuidar dele, de protegê-lo da mesma forma que eu fazia com Savannah.

Quando me sentei ao lado dele e ele me puxou para um abraço, o mundo exterior pareceu se dissolver. A escuridão do quarto nos envolvia, tornando tudo mais íntimo, mais próximo. Seu cheiro de menta era reconfortante, e a sensação de estar tão próxima de alguém que estava deixando cair suas defesas mexeu comigo.

Então, aconteceu. Nossos olhares se encontraram, e não houve necessidade de palavras. Meus dedos deslizaram para seu pescoço, e antes que eu percebesse, estava puxando-o para mim. Fechei os olhos, sentindo o calor que emanava de seu corpo, e em um momento de pura conexão, nossos lábios se tocaram.

O beijo foi lento e intenso, cheio de emoções contidas que agora estavam sendo liberadas. Senti seu corpo relaxar, como se, por um breve momento, o peso do mundo tivesse sido tirado de seus ombros. Cada segundo parecia se estender, como se o tempo tivesse parado para nos permitir experimentar aquilo plenamente.

Eu podia sentir o desejo de Matt crescer com o beijo, e aquilo mexia comigo de uma maneira que eu não esperava. Meu coração batia acelerado, e uma parte de mim queria se perder completamente naquele momento. Mas, ao mesmo tempo, uma pequena voz na minha cabeça me lembrava de todas as complicações que isso poderia trazer.

Finalmente, nos separamos, ainda próximos, respirando ofegantes. Nossos olhos se encontraram novamente, e eu pude ver que ele estava tão confuso quanto eu. Mas, por um instante, o medo e a dor que ele carregava pareciam ter desaparecido, substituídos por algo mais suave, mais verdadeiro.

— Eu... — comecei a falar, mas as palavras fugiram de mim. Não sabia como explicar o que tinha acabado de acontecer, nem o que aquilo significava para nós.

— Emma — ele sussurrou, sua voz cheia de uma mistura de surpresa e gratidão. — Eu não sei o que dizer.

— Então não diga nada — respondi, ainda com o coração acelerado. — Vamos apenas ficar assim por um tempo.

Ele assentiu, e ficamos ali, sentados lado a lado, deixando o silêncio confortável preencher o espaço entre nós. Havia algo de novo, algo que mudaria tudo a partir daquele momento, mas não estávamos prontos para encarar isso ainda. Por enquanto, apenas estar ali, juntos, era o suficiente.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora