Capítulo 72

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Ele havia pedido mesmo? Eu estava nervosa como se isso já não tivesse acontecido antes, o que era ainda mais tenso. Pois sim, ele me queria.

Matthew era complicado; na verdade, tudo era desastroso. Quando penso que está perfeito, algo acontece e ambos quebramos a cara.

Fiquei nas pontas dos pés, enquanto envolvia meus braços ao redor do seu pescoço. Meus dedos trêmulos complicavam a situação, e acabei dando um pequeno arranhão em sua pele. Ele fez careta.

- Não foi de propósito - expliquei. - Matt, isso é complicado; nosso relacionamento é complicado.

Seu sorriso se desfez, e suas pupilas dilataram, mostrando o quanto ele estava tirando conclusões precipitadas.

- Emma, eu sei... - Colei meus lábios aos dele, diminuindo o espaço entre nossos corpos. Seus longos braços tatuados se enroscaram em minha cintura.

- Eu te amo, Matt - sussurrei. Era verdade.

- Então isso é um sim, você vem? - ele parecia ansioso. Ele sempre foi acostumado a ter tudo quando bem quisesse.

- Talvez... será um sim... podemos tentar - fiz ele sorrir.

Seus cabelos estavam despenteados, mostrando que ele era um completo desleixado. Mas ele superou minhas expectativas; minha mãe ficaria orgulhosa de 'nós'.

Seus lábios se encontraram com os meus novamente. Sua língua pediu passagem pela minha boca, e eu concedi. Suas mãos se moveram pelas minhas costas, tornando o momento romântico.

Senti tanta falta de seus lábios que era impossível não sentir quando ele se afastou.

- Acho melhor acordar Savannah, pois temos que levá-la antes do almoço.

Anuí.

Voltei para o quarto com passos calmos. Abri a porta devagar e vi Savannah sentada na cama enquanto se vestia.

- Bom dia, Sasah - meu tom de voz alegre fez ela sorrir.

- Bom dia, melhor irmã do mundo - ela me surpreendeu. Sentei-me ao seu lado e ajudei-a a abotoar os botões.

- Eu já vou embora? - ela perguntou com um beicinho.

- Vai voltar em breve - confidenciei.

- Vou é? - indagou.

- Vou fazer de tudo para ter você embaixo dos meus braços - disse, pegando-a em um grande abraço.

- Eu tô me sufocando - ela reclamou, pausadamente.

- Vamos tomar café? Alguém fez biscoitos!

- Como os da mamãe? - ela é tão inocente; seria uma dor horrível se ela entendesse o que é a morte.

- Sim! Mas, como te disse, mamãe está no céu, junto com o...

- Menino Jesus? - ela perguntou. Para algumas coisas, ela é bem esperta mesmo.

- Sim - disse, soltando-a. Ela ficou aliviada.

Voltamos para a cozinha, enquanto ela falava sobre seus desenhos favoritos. Ela agora tem TV a cabo, me contou.

- Bom dia - ela disse, abraçando Matthew, que retribuiu.

- Tentei fazer biscoitos - sorri. Ela é tão radiante quando estamos todos juntos que não a vejo triste em nenhum momento.

- Eu já fiz biscoitos; se quiser, te ensino - comecei a rir de seu jeito. Ela estava tão envolvida que acabou jogando mais farinha em Matt.

- Sabe o quanto é bom - surpreendeu Matt, que também pegou um pedaço para experimentar.

Tivemos um café da manhã maravilhoso. Há alguns dias parecia que estava faltando algo, e estava. Estar juntos era como se a família estivesse completa novamente.

Sentei-me no sofá, enquanto os dois preparavam mais biscoitos para Savannah levar embora. Deixei-os à vontade para que ela não ficasse triste ou algo assim. O jeito como eles se dão tão bem me deixou com uma pequena inveja.

***

Como combinado, levamos Savannah antes do almoço, o que dificultou as coisas para mim. Eu estava um pouco sentida, mas prometi a ela que iria tentar ficar com a guarda dela.

- O que está pensando? - Matt perguntou, enquanto olhava pela janela do carro, observando as ruas desertas.

- Quero ficar com a guarda da Savannah. É um pouco difícil, mas nada impossível.

- Podemos cuidar disso - ele disse, enquanto colocava sua mão sobre a minha.

- Podemos - concordei.

- Você quer ir buscar suas coisas? - ele parecia um pouco estranho, talvez preocupado com o fato de não termos mais tocado no assunto. Acenei que sim.

Ele ligou o rádio, e uma música calma e contagiante começou a tocar.

- Podemos ir buscar amanhã? - Eu não precisava de nada hoje, então seria desnecessário. Eu precisava dormir, pois fiquei a noite inteira acordada com Savannah. Minhas olheiras estavam muito escuras.

- Podemos - ele sorriu. - O que quer fazer agora?

- Eu queria tanto dormir - admiti, e ele riu.

Voltamos para o apartamento. Meus olhos pareciam querer fechar a qualquer momento. Meus passos estavam atrapalhados, e eu não sabia ao certo para qual quarto ir. Antes de mencionar qualquer coisa, Matt me pegou no colo e me levou para seu quarto.

Querida BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora