Capítulo 4

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Dedicado aLarissa_Leri, sem ela esse cap. não existiria

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Depois das três primeiras aulas, na hora do intervalo, resolvi falar com o garoto-rock. Inventei uma desculpa para Carol, dizendo que eu não estava me sentindo bem e ficaria na sala por precaução. Eu não queria admitir para ela que estava nervosa em falar com o garoto, até porque nem eu sabia o porquê de estar nervosa.

E também, algo me dizia que ela não seria muito fã dessa minha ideia, que eu mesma já estava começando a considerar idiota demais.

A verdade é que a coisa toda era bem patética, mas eu não conseguia tirar isso da cabeça.

Quando, finalmente, todos saíram da sala, aguardei um momento e comecei a perambular pelos corredores, tentando achá-lo, mas ele não estava em lugar algum.

Percebi que metade do  intervalo já havua passado sem sinal dele e estava quase desistindo, até que me lembrei do lugar em que ele estava no primeiro dia de aula, perto da biblioteca.

Fui até lá com o coração aos pulos e o achei sentado no chão, encostado na parede com os fones de ouvido e os olhos fechados.

Me aproximei devagar, parei em sua frente e notei uma expressão cansada em seu rosto. Um rosto que, mesmo eu não gostando de admitir, era lindo. Realmente lindo, daqueles que fariam qualquer pessoa se entregar na primeira oportunidade que tivesse, tamanho era o desejo que ele despertava, mas, no no momento, minha curiosidade era maior do que isso.

— Ei, você! — cutuquei sua perna com o pé e sorri satisfeita quando ele abriu os olhos.

— Sim? — perguntou irritado, seu semblante mudando de repente. 

Claramente, ele não havia gostado de eu ter atrapalhado a sua música, mas sinceramente, eu não ligo.

— Você poderia tirar os fones, não é? Eu estou tentando falar com você.

— E por que você faria isso? - ele perguntou levantando uma das sobrancelhas.

Não entendi.

— Isso o quê?

— Falar comigo.

 — Porque eu quero — levantei o queixo e cruzei os braços.

Ele me analisou por um tempo e depois fechou os olhos novamente, escorando a cabeça na parede.

Ok, garoto-rock, você está me irritando. E muito.

— Dá para você tirar essa merda de fone?

Paciência nunca foi o meu forte, eu era completamente impulsiva, e o reflexo disso era o meu tom de voz aumentando, coisa que, muitas vezes, eu fazia sem perceber.

Mas, ele nem se importou. Continuou tamborilando os dedos na perna no ritmo da música como se fosse um baterista. Se eu não fosse tão curiosa, já teria mandado ele à merda.

Nesse momento, minha paciência — que era pouca — acabou de vez e eu tomei os fones do garoto junto com seu celular. 

No mesmo instante, ele se levantou e me encarou, o rosto bem perto do meu.

Deus, eu não sabia que ele era tão alto. Algo em mim quis me fazer encolher, mas ele não ia ganhar essa. Permaneci onde estava, com as coisas dele na mão.

— Devolva as minhas coisas — ele travou o maxilar.

— Então me responde direito —  escondendi os seus pertences atrás das costas — Não te deram educação?

 — Mas que inferno, garota. Por que caralhos você quer falar comigo? Você nem me conhece!

Ele deu mais um passo em minha direção, acabando com quase todo o espaço entre nós. Senti minha garganta se fechar. Eu não tinha previsto essa parte, ela não estava inclusa no plano.

O seu perfume me invadiu e eu quase devolvi as suas coisas, apenas para fazer a vontade dele, mas agora que já estava no inferno, o próximo passo era abraçar o capeta.

— Por isso mesmo. Eu te pedi uma informação no primeiro dia de aula e você foi extremamente deselegante comigo sem nem me conhecer. Não acho isso legal, acho que poderíamos conversar sobre. Estamos na mesma sala, eu não queria que ficássemos com um clima ruim.

Ele ficou em silêncio por um tempo, apenas me olhando. Aqueles olhos azuis que me fitavam intensamente pareciam saber cada segredo meu, cada fraqueza, cada detalhe, cada ponto intocado da minha alma.

O garoto percebeu o meu momento de fraqueza:

— Bom, princesa, nem tudo o que a gente quer acontece — ele deu um sorrisinho sarcástico e, com um movimento extremamente rápido, pegou suas coisas das minhas mãos, voltando a se sentar.

 Então era isso?

Não, não mesmo.

— Não vai nem me falar o seu nome?

Ele me olhou de novo, colocou os fones, encostou a cabeça na parede, fechou os olhos e disse: 

— Gabriel.

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Os Opostos se Atraem? - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora