A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi colocar meus fones, me sentar na cama e pegar meu diário. Eu queria colocar no papel as coisas que poderiam ser feitas para ajudar Gabriel.
Talvez... dar mais atenção, fazer ele entender que o álcool, as drogas ou qualquer outra coisa que ele use, faz mal, está o matando aos poucos todos os dias.
Me detive. Ele não era bobo, ele sabia de tudo isso e era justamente por isso que ele fazia. Era uma tentativa de se destruir.
Eu queria que ele não precisasse se destruir. Eu queria que ele não quisesse se destruir. Queria fazê-lo entender que se algo acontecesse com ele, eu não saberia o que aconteceria comigo.
E sim, era um pensamento egoísta, claro. Mas todos nós não somos egoístas quando se trata de quem gostamos? Seria hipocrisia falar que não.
" Ele é uma granada" - escrevi citando A Culpa É das Estrelas. "Se explodir, os estilhaços atingirão todos ao redor, e eu serei a mais ferida deles"
O que era verdade. Gabriel havia se tornado um pedaço importante, um capítulo indispensável da minha vida pacata. A melodia da minha música, a trilha sonora da minha vida. Tudo só se resumia a seu nome e seu jeito instável, protetor, autodestrutivo, sua violência seletiva, seu carinho, suas músicas, seus poemas e...
Ele. Apenas ele.
Depois de fazer um texto de duas folhas, fechei o diário, o colocando novamente embaixo do colchão da minha cama e mandei uma mensagem para Carol, avisando que eu iria sim está noite. Eu precisava me distrair, e ficar pelo menos uma noite longe dos problemas, longe da vida, seria uma boa para mim.
Ja aproveitei e pedi pra ela me mandar a matéria que eu havia perdido na metade do dia anterior e de hoje. Passei o resto da tarde copiando a matéria é estudando o que não havia entendido. Quando vi, já eram 22 horas e minha mãe acabou chegando.
Dessa vez não escapei do enorme sermão de como não devo pegar o carro avisando em cima da hora e subir na garupa de estranho. "Estranho pra você" respondi. Ela disse que não interessava, que eu estava saidinha demais e "Onde ja se viu subir na moto com um garoto que nem conheço". Deu mais uns gritos e foi para a sala enquanto eu batia a porta do meu quarto.
Desliguei o notebook e coloquei meu amigo fiel chamado fone na orelha quando deitei na cama.
Adormeci ouvindo Shattered Wings, e me lembrando de Gabriel e do seu caos particular.
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Os Opostos se Atraem? - Livro 1
Teen FictionO que faria se você conhecesse um garoto de aparência estonteante, discreto, que se refugia na música, porém, que é completamente o seu oposto, meio mal educado, egoísta e só se importa consigo mesmo? O que faria se você se aproximasse demais desse...