Capítulo 60

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"We're never coming back down
We're looking down on the clouds "

(Nunca iremos descer
Estamos olhando para baixo das nuvens)

Andamos mais ou menos uns 20 minutos. A cidade era pequena e 20 minutos eram suficientes para atravessá-la de uma ponta a outra. Dito e feito, a atravessamos e entramos em estrada estreita que ficava perto de uma das entradas. Ali era conhecido por ser um lugar onde tinha várias chácaras para alugar e comprar, e todas elas eram lindas.

Andamos mais um pouco e entramos em uma estradinha ainda mais estreita, rodeada de árvores. Quando espichei o pescoço e vi o lugar por trás das árvores, sorri. Era um rio. E eu o conhecia. Era o mais limpo da região. Águas cristalinas e quase potáveis, lotada de peixes e cercado de macaquinhos saguis por todos os lados. Quando se estava ali, o único som que se ouvia era o da natureza.

Gabriel parou a moto e nós descemos. Deixamos os capacetes no banco e a primeira coisa que ele fez foi tirar a camisa.

Eu sorri, tímida. Era ridículo que depois de tanto tempo eu ainda ficava envergonhada quando o via sem camisa.

— Quer um balde? — ele perguntou enquanto me olhava e caía na risada.

— Oi? — respondi, saindo dos meus devaneios. Quase não ouvi o que ele havia dito.

— Está babando demais. Não se preocupe, princesa, isso aqui é todo seu.

O sol refletia em seus cabelos e em seus olhos. Sua luz, somada ao reflexo da água do rio, os tornava mais azuis do que já eram. Seu sorriso era refletido estava avassalador de tão lindo.

No fim das contas, uma volta de moto e a natureza faziam bem demais a Gabriel.

— Muito engraçado — falei.

Meu rosto virou um ponto de interrogação quando ele começou a desabotoar a calça e a desamarrar a bota

— O que está fazendo? — perguntei.

— Tirando a roupa? — ele respondeu, enquanto tirava as botas.

— Para quê, exatamente?

— Nadar? — com toda a delicadeza de um cavalo, ele jogou as botas perto da blusa, que estava dobrada em cima de um dos bancos que havia lá.

— Vai nadar pelado? — minha cara de espanto o fez soltar uma risada alta.

 — É uma proposta tentadora — ele sorriu mostrando as covinhas — Mas, não. De shorts mesmo.

Com isso, tirou a calça, deixando o shorts preto que ia até quase seu joelho, à mostra e a colocou dobrada em cima da blusa.

– Ah. — falei e me sentei na beirada do rio, molhando os pés.

— O que você está fazendo?

— Sentada? — o olhei.

— Está doida? Vem nadar comigo!

— O quê? Eu nem trouxe nada!

 — Não sabia que você era a única mulher no mundo que sai de casa sem calcinha e sutiã. — ele riu.

 — E depois vai molhar minha roupa. Gênio.

 — Tá, deixa eu pensar... - ele colocou a mão no queixo e eu comecei a rir. — O que foi?

 — Não dá para te levar a sério em pé na minha frente quase pelado com cara de filósofo.

— Pelo menos, sou um filósofo gato.

  Rolei os olhos.

 — Já pensou?

 — Na verdade, já. Tá vendo aquela mochila ali? — apontou para o guidom da moto, de onde pendia uma mochila preta com detalhes azuis que eu não tinha visto antes. Eu assenti  — Lá dentro tem mais uma camiseta minha, que eu trouxe por precaução. E se você usasse para nadar? Daí não precisa molhar sua preciosa lingerie — ele rolou os olhos ainda com o sorriso no rosto.

Os Opostos se Atraem? - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora