Capítulo 29

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Gabriel arregalou os olhos, como se não acreditasse no que eu havia acabado de dizer. Mas eu iria comtar exatamente como ele havia feito eu me sentir ontem... ele tinha que saber.

- Sim, Gabriel, com medo de você. Ontem você estava atirando tudo para o chão, quase fez um objeto de vidro acertar em minha cabeça. Estilhaçou bem ao meu lado. Você abriu um corte em si mesmo ontem bem na minha frente. Rasgou o desenho. Gritou comigo. E falou exatamente como ele...

- Você não achou que eu iria... fazer o mesmo que ele, não é? - ele falou hesitante, o medo estampado em seus olhos.

- Sim, achei. - falei baixo, mas olhando em seus olhos.

- Porra, Melissa... - ele escondeu o rosto nas mãos, que estavam com os cotovelos apoiados nos joelhos. Eu me levantei da cadeira e fiquei entre suas pernas. Tirei suas mãos do rosto e as segurei.

- Só que eu sabia que você estava bêbado. Eu tinha noção disso, você não sabia o que estava fazendo. - continuei falando baixo.

- Não importa. - sua voz estava calma. Ele fez carinho em minhas mãos e eu tentei tirá-las das suas antes que ele visse. Mas não deu tempo.

Merda

- O que é isso? - perguntou fitando o corte na minha mão direita.

- Nada - tirei a mão.

- Melissa... - ele disse autoritário - Me fala.

Merda, ele não ia sossegar enquanto eu não falasse.

- Foi quando eu peguei o caco de vidro de sua mão. Você não queria e eu acabei fazendo força, e cortei a palma. - falei calma, sabendo que ele não ia esquecer aquilo tão fácil.

- E ainda te machuquei. - soltou minha outra mão devagar, como se eu fosse feita de porcelana. - Me desculpe.

- Gabriel, esquece isso. Por favor.

- Eu vou tentar me controlar, eu juro. Não quero que se machuque por minha causa.

- E eu quero que você pare de se culpar - falei.

Eu não era idiota, sabia que havia sido culpa dele. Afinal, se ele não tivesse bebido ontem e nem fumado, nada teria acontecido.

Mas eu me contradizia a toda hora, ao pensar que ele só bebeu porque me viu com Renato, e concluí que ele não devia reagir assim. Ou seja, era sua culpa. Mas meu coração amolecia novamente ao pensar que ele não tem culpa se não sabe reagir corretamente à certas coisas. É o jeito dele.

- Não tem como - ele falou - Não tem como olhar para você e não me lembrar do corte, de sua expressão ao me ver ontem. Não tem.

- Então para de falar isso. Eu estou bem. Você principalmente. Pode viver com isso? O resto não importa agora.

Ele demorou, mas assentiu devagar, e eu não me contive. O abracei forte e quando o soltei, notei que seus olhos estavam vermelhos. Dessa vez de sono.

- Vai dormir. - eu falei - Você dormiu muito pouco.

- Só levantei para te chamar - ele falou - Acordei e você não estava lá. Então vim aqui.

- Deixa eu só... - peguei meu celular.

Eram 11:00 da manhã e minha mãe já tinha me respondido:

"Ok, dessa vez, passa. Mas tome cuidado na volta."

Digitei uma mensagem:
"Ok, beijo".

- Pronto. - falei.

Ele desceu da escrivaninha, pegou minha mão e nos fomos para o quarto dele. Antes de nos deitarmos, ele foi até o banheiro e voltou com pomada, antisséptico, gaze e uma faixa.

Apesar de saber que ele havia trazido aquilo para mim, nosso contrato silencioso fez ele não questionar quando peguei tudo aquilo e cuidei dos ferimentos em seu braço de forma leve e cuidadosa e enrolei a faixa por cima.

Depois disso, foi a vez dele, e ele envolveu meu corte em gaze e faixas depois de passar os medicamentos do jeito mais delicado possível.

Ele sabia o que estava fazendo e em poucos minutos estava pronto e ele depositou um beijo em cima da faixa em minha mão.

Ele guardou tudo, nos deitamos na cama e em pouco tempo, após ele me dar um beijo na testa, eu estava dormindo profundamente.

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Gente aviso: o cap 30 ainda está em andamento e o que eu menos estou tendo tempo de fazer é escrever. Prometo que assim que der eu vou terminar de escrever e postar. Vou tentar fazer isso o mais rápido possível, ok?

Só vou pedir para que não parem de acompanhar a fic, votem e comentem se gostaram. Podem me mandar msg, eu não mordo.

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