Li uma vez um livro chamado "As batidas perdidas do coração". Nele, Viviane falava que quando se perde uma batida do coração para uma pessoa, significa que ela é a dona dessa batida, e o coração ficará descompassado até se encontrar no peito dela.
Rafael tem uma vida parecida com a de Gabriel. Uma irmã morta, envolvimento com drogas, uma vida difícil, mas a minha vida não tinha nada a ver com a de Viviane. Ela tinha a atenção de todos em todos os lugares, era rica. Rafael a amava, mas ele se destrói aos poucos pelas drogas e álcool. Tem uma crise de abstinência, que acaba sendo o marco na história deles.
Ambos ficam dois anos sem se ver, e nesse tempo, Rafael vai para a clínica de reabilitação.
De toda a trilogia, li apenas o primeiro livro, pois sei que nos próximos dois, Rafael e Viviane enfrentarão ainda mais dificuldades. Prefiro acreditar que eles estão juntos, sem riscos de se perderem nas palavras sem volta.
E era aquilo que havia acontecido comigo. Eu perdi uma batida do meu coração exatamente junto com a música que tocava. Shattered Wings, do Avatar. Gabriel era dono do meu coração, não tinha como negar, mas ainda estava cedo para um "eu te amo".
Eu estava ansiosa para a tal aula que ele me daria de violão. Nunca fiz nada parecido. E outro fato que não saía da minha cabeça era que ele morava sozinho. Não que vá rolar algo, mas a ideia de que não poderíamos ser interrompidos se algo iniciasse me assustava.
Estava calor, mesmo estando no meio do inverno e, mesmo depois de já ter me acostumado a usar moletom, decidi colocar uma regata azul claro e uma calça jeans. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e calcei um tênis branco. Quando me olhei no espelho, quase não acreditei. A garota que havia sido destruída estava de volta.
Externamente.
Uma buzina de moto do lado de fora me tirou dos pensamentos. Destranquei o portão elétrico e abri a porta. Um sorriso tomou conta do meu rosto. Gabriel estava em pé, encostado na moto, de braços cruzados. Em um dos braços pendia um capacete preto, com vários desenhos de cores diferentes. E um outro capacete do mesmo estilo, mas com um fundo azul, estava na parte de trás do banco da moto. E que moto! Era grande, bonita e completamente preta, igual ao capacete que ele segurava.
Fui até ele sorrindo. Gabriel me olhou de cima abaixo e colocou a mão em minha cintura para um beijo no rosto.
— Gostei desse look. Ficou bem em você.
— Obrigada. Não sabia que tinha uma dessas — indiquei para a moto.
— Meu pai deixou para mim — ele disse simplesmente.
Ele me entregou o capacete com o fundo azul. Desfiz o rabo de cavalo para poder colocá-lo sem desconforto. Ele subiu na moto e eu usei seus ombros como apoio para subir também.
Sua cabeça foi completamente engolida pelo capacete preto, fazendo com que um arrepio me tomasse a espinha. Ele ficava completamente sexy usando all black, não tinha como negar.
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Os Opostos se Atraem? - Livro 1
Teen FictionO que faria se você conhecesse um garoto de aparência estonteante, discreto, que se refugia na música, porém, que é completamente o seu oposto, meio mal educado, egoísta e só se importa consigo mesmo? O que faria se você se aproximasse demais desse...