Capítulo 54

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Depois de algumas recomendações da parte dos meus pais, entrei no carro de Gabriel com um certo frio na barriga.

A minha intuição gritava que algo iria acontecer, mas não sabia exatamente o quê.

O olhei e rolei os olhos sorrindo quando vi meus pais se afastando pelo retrovisor do carro.

Minha mãe não era burra, ela sabia o que ia acontecer. Meu pai também. Mas, eu estava surpresa por eles terem deixado mesmo assim. Eles sempre foram superprotetores, principalmente a minha mãe, mas devem ter gostado muito de Gabriel para concordar em me deixar dormir na casa dele após verem ele apenas uma vez.

Gabriel dirigia com apenas uma das mãos porque a outra estava em minha perna. A luz dos carros atrás de nós refletiam em seus cabelos e também em seus olhos, pelo retrovisor, os fazendo parecer mais azuis do que já eram. O jogo de luzes e sombras no carro, a cada curva, me faziam prestar atenção em seus contornos fortes e em como ele levantava uma sobrancelha sempre que algum carro colava demais na traseira.

- O que foi? - ele perguntou.

- Nada - sorri- Você fica sexy dirigindo. - imitei o que ele havia dito mais cedo.

- Eu sou sexy, princesa - ele deu um tapinha em minha perna.

Bufei e tirei sua mão da minha perna, cruzando os braços.

- Chato. Cortou o clima.

- Olha para mim... - me virei para ele e me surpreendi com um selinho rápido.

- Seu maluco! - eu ri - A rua! Olha a rua! Vai acabar se matando.

- Não importa. Eu morreria por você - ele deu uma piscadinha.

- Você bebeu?

- Não. Só estou tentando recuperar o clima. Não se preocupe, sou um ótimo motorista.

- De bicicleta, só se for.

Ele me deu um peteleco e nós fomos nos xingando e brincando até a casa dele.

Chegando lá, só foi o tempo de ele guardar seu carro na garagem, porque assim que botamos os pés na sala, já estávamos nos beijando. Minha bolsa foi jogada para algum canto do lugar, e o meu casaco se juntou a ela em poucos segundos.

Seu beijo me fazia implorar por mais, sempre por mais. Eu estava tomando a minha dose diária de Gabriel, seu vírus se espalhando novamente pelo meu corpo, curando a abstinência, agitando todas as células que existiam em mim.

Como ele conseguia isso?

Ele me prensou contra parede, e eu enlacei as pernas em sua cintura. Sua boca foi direto para o meu pescoço, e eu sabia que teria uma marca ali na manhã seguinte.

Gabriel subiu as escadas comigo no colo. Ao chegar no quarto, fechou a porta com um chute e me colocou na cama delicadamente, depois, tirou a camiseta e veio para cima de mim, apoiando seu peso nos cotovelos e me cobrindo por inteira com o seu corpo quente.

O quarto estava escuro, todas as janelas estavam fechadas, e a única iluminação disponível era a penumbra fraca que se espalhava pelo andar de cima decorrente da luz da sala acesa lá embaixo.

Gabriel beijou minha bochecha, minha testa, meu queixo, minha boca. Seu beijo doce, e agora mais calmo, fazia o meu corpo se incinerar de dentro para fora. Ele desceu sua boca para meu pescoço novamente, e depois subiu para o meu queixo e para minha orelha, mordiscando devagar.

- Melissa - ele disse, baixinho - se não quiser... Faz só uma semana desde que nós...

- Shhh - o cortei - Eu quero - o olhei e passei a mão por seu rosto - Eu quero você. Agora.

Os Opostos se Atraem? - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora