Capítulo 67 - My world is going down

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Foi um choque para mim. Minha mãe nunca havia me batido em quase 17 anos de existência, pois esse papel geralmente ficava com meu pai quando eu fazia alguma coisa errada. Ela nunca encostou a mão em mim, então, cair no chão por causa de um tapa forte no rosto era novidade.

  - Como assim você não sabe?! - ela gritava enquanto chegava mais perto de mim. Eu ainda não havia me levantado - Eu confiei em você, sua desgraçada! Como você me dá um desgosto desse?!

  - Mãe, para! - eu gritei enquanto ela veio para cima de mim e me obrigou  a sentar. Ao fazer isso, me deu mais um tapa no rosto.

  - Você tem só 16 anos, sua infeliz! Tava com a porta da faculdade no meio do seu nariz! Acha que vai conseguir estudar com filho no colo, sua vadia?

  - Para de me chamar assim! - gritei, mas me arrependi depois que ela bateu no meu braço.

  - Eu tentei te criar de um jeito decente! E você me diz que com 16 anos "não sabe" se vai ter um filho de um marginal!

  - Ele não é um marginal! Para com isso!

  - Uma pessoa mata alguém e não é um marginal? Eu realmente tinha gostado dele, Melissa. Tinha! E agora ele fez questão de passar o DNA dele para outra pessoa através de você. - me olhou com desgosto - Nunca esperei isso de você. Nunca, Melissa.

Se levantou e saiu.

"Eu não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar" era tudo o que eu pensava quando entrei no meu quarto. Eu estava com raiva. E como estava. Mas eu não iria chorar por causa dela. Ela era orgulhosa? Eu era mais.

Bati a porta do meu quarto com tudo e me joguei na cama. Eu nem sabia se de fato estava grávida. E se não estivesse?

Bom, se eu não estivesse, ela pelo menos já sabe que não sou mais virgem. Será que ela conta para o meu pai? Claro, por que ela guardaria alguma coisa só para ela? E ainda faria questão de me colocar como vilã  da historia. Ela está com raiva de mim, e consegue manipular a cabeça do meu pai, mesmo estando divorciada dele. Claro que ela vai fazer isso.

Em questão de segundos, eu ouvi ela conversar com alguém. Deduzi ser meu pai.

  - Como assim você não vai fazer nada?! - ela perguntou - Grandinha? Grandinha?! Ela é uma criança! Claro que não vou expulsá-la de casa, seu idiota, mas ela tem que aprender a... Não - sua voz estava mais calma - O que eu quero fazer? Espancá-la. Então não deixe essa situação por minha conta... Não, ainda não marquei. Vou marcar esse médico para hoje, se possível. - ela suspirou - Só não quero que essa criança atrapalhe a faculdade, nem o futuro dela... Não,eu sei. Ela disse que não é certeza, mas minha intuição sempre está certa. Já sei o que esperar do exame, mas... Bom, tudo bem. Qualquer coisa eu te ligo. Vou avisar ela... Ok, até mais.

Escutei seus passos no corredor e a porta do meu quarto foi aberta de uma vez.

  - Seu pai está vindo te buscar. Ele quer falar com você, e eu acho melhor você se levantar logo e ir, se não quiser que eu mesma te tire dessa cama. Só que do meu jeito. - ela disse e simplesmente saiu, fechando a porta atrás de si.

Eu rolei os olhos. Quando é que minha vida tinha virado de cabeça para baixo?

Eu me levantei e troquei de roupa. Meu celular tocou e meu pai disse que já estava chegando. Sua voz estava calma ao telefone, ele sempre mantinha a calma.

E, pela primeira vez, não peguei a blusa de Gabriel ao sair de casa.

Os Opostos se Atraem? - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora