~Melissa~
- Gabriel, tá falando sério? - eu perguntei rindo enquanto ele praticamente me arrastava para a praça perto da sua casa, levando um skate na mão e o meu braço na outra.
- Não, eu estou sendo irônico - ele falou com ironia e eu parei de andar, com cara de brava. - Ah, para de graça. Vem.
Rolei os olhos e o segui enquanto atravessávamos a última rua que faltava para chegarmos na tal praça.
- Pra quê você quer que eu aprenda? - perguntei.
- Por dois motivos - ele suspirou ao colocar o skate no chão, perto de um dos bancos e me olhar - Porque quero que você ande comigo na rua, e porque é legal.
- Você é um péssimo mentiroso.
- Só quando eu quero.
- Fala o motivo.
- Quero passar mais tempo com você - ele riu
- Ah, tá. Sei.
- Ok, e também porque vai ser engraçado te ver tentando se equilibrar em cima do skate. - ele riu.
Eu sabia que tinha algo a mais.
- Nossa, vai ser super legal sim, viu. - ironizei. - Vou cair de cara no chão!
- Sim, vai - ele disse - AI! - falou logo após eu ter lhe dado um tapa. - Caralho, qual foi?
- Porra, Gabriel! Vai ficar de graça? - cruzei os braços.
Ele rolou os olhos.
- Bom, a única regra disso é que tem que ter equilíbrio. - ele falou, colocando um pé no skate.
- Nossa, sério?
Ele pegou minha mão e me ajudou a subir na coisa, mas ele estava prendendo-o com seu pé, e quando o soltou, o resultado só podia ser eu no chão.
Claro que ele começou a rir da minha cara, o que mais ele iria fazer?
- Vem - ele me ajudou a levantar, quase se contorcendo de rir.
- Se eu me quebrar toda, a culpa é sua! - eu falei rindo alto.
- Minha? Você que é atrapalhada e a culpa é minha? - ele se fingiu de indignado.
- Quem está me fazendo subir numa tábua com rodas? Não é o Bozo.
- Tá de TPM hoje, é?
- Minha TPM tem nome e sobrenome - o encarei.
Ele começou a rir e me deu a mão novamente. Eu subi no skate, ele continuou me segurando até que eu me equilibrasse.
- Não pensa! Dá o impulso! - falou e me soltou.
Eu fiz o que ele disse, e consegui andar em cima do skate por uns 10 metros. Quando o mesmo estava perdendo a velocidade, dei um pulo e saí dele, caindo direto nos braços de Gabriel, que tinha vindo correndo para me acompanhar.
- Consegui! - eu gritei e alguns casais de idosos que passavam por ali me olharam como se eu fosse louca - Você viu? Eu consegui!
- Eu vi! - ele gargalhou - Você parecia até gente.
- Ah, dá um tempo!
Eu ri e ameacei sair de seus braços, mas ele foi mais rápido. Se abaixou, me pegou pelas pernas, me colocando em um dos seus ombros, de cabeça pra baixo.
- Gabriel, eu vou cair! Me solta! - me agarrei na parte de trás de sua blusa com toda a força de 3 grilos que eu tinha.
- É só não se mexer igual a uma maluca que você não cai!
O chão estava a quase 2 metros de mim. Se eu caísse, seria um estrago enorme.
Gabriel começou a andar comigo daquele jeito, e eu não sabia se ria ou se gritava. Resolvi ficar com a segunda opção quando vi que ele estava subindo no skate. Nessa hora, eu comecei a gritar de verdade. Como ele teria equilíbrio numa tábua com rodas, carregando uma pessoa em apenas um dos lados do corpo?
Mas ele conseguiu.
Em meio aos gritos e as risadas, ele deslizava comigo pela praça. Éramos apenas dois adolescentes rindo e brincando bem ali, em público. E todos que passavam, achavam que éramos loucos.
Mas não, estávamos apenas felizes.
Felizes demais. E vivos.
Naquele momento, eu senti como se todos os meus problemas tivessem simplesmente sumido, e tinha a sensação de que mais nenhum surgiria por um bom tempo.
Mal sabia eu que estava completamente enganada.
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Os Opostos se Atraem? - Livro 1
Teen FictionO que faria se você conhecesse um garoto de aparência estonteante, discreto, que se refugia na música, porém, que é completamente o seu oposto, meio mal educado, egoísta e só se importa consigo mesmo? O que faria se você se aproximasse demais desse...